Kung Fu Com Corujas??

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PERCY POV -

Cheguei ofegante ao local do estranho barulho. Mais uma dezena de esqueletos-zumbis estavam lutando em um parque há alguns quarteirões do Café. Lutavam com uma... garota? Ela aplicava golpes de kung fu nos monstros e, um por um, eles caiam desorientados na grama. Meus amigos pararam atrás de mim para observar a luta também. A menina lutava muito bem, com certeza era praticante de artes marciais. Quando faltavam apenas dois para ela derrubar, mais 5 saíram de uma rachadura no chão, que já se encontrava ali, só que eu não tinha notado antes. Os 5 pareciam mais poderosos que os esqueletos anteriores e avançaram de uma só vez. Ela gritou. Quando dei o primeiro passo para ajudar, senti algo em alta velocidade atrás de mim. Olhei para trás e me abaixei a tempo, antes que uns 30 vultos passassem sobre minha cabeça. Quando levantei percebi que se tratava de corujas. Olhei para Annabeth, mas ela olhava fixamente para a luta. As corujas bicavam e faziam um tumulto em tanto em volta dos esqueletos, o que serviu para eles se afastarem por um momento, até que um dos esqueletos bateu uma pedra na cabeça de uma das corujas fazendo - a desmaiar, outro esqueleto socou uma coruja e ela se desorientou, perdendo vôo. Ele a chutou e ela bateu numa árvore. Os tais zumbis começaram a ganhar a luta.
- Parem com isso!! - a garota gritou.
Annabeth correu furiosa para a luta, provavelmente o ataque ao símbolo da sua mãe também mexeu com seus sentimentos. Armou sua espada e começou a lutar, também me movi. Peguei 6 esqueletos para lutarem comigo. Invoquei a água do nada e atirei, tentei congelar a água outra vez, o que veio tentando fazer desde a ocasião com Frank, porém nada aconteceu. Eu tentava criar uma parede de gelo para bloquear a passagem dos esqueletos, todavia não funcionava. Eu recuava e tentava mais uma vez e mais uma e mais uma. Nada. "Que se dane." Pensei. Comecei a lutar de verdade. Fiz a água os empurrar para perto de Jason, que eletrocutava todo monstro que aparecia na sua frente. Cliquei em minha caneta e fiz picadinho de outros mortos-vivos. Os ossos deles eram tão frágeis, porém eles eram muito fortes, vai entender... A última caveira foi derrubada no chão pela tal garota com um chute no rosto, mais um golpe de kung fu. Nico fechou a rachadura que os monstros tinham abrido no chão e as corujas voltaram por onde vieram. Nos aproximamos da garota. Ela estava suada, porém não parecia tão cansada. Devia estar acostumada a lutar, tinha um corpo bem atleta. Cabelos pretos e olhos cinza-tempestade.
- Muito bom a invocação de corujas. - falei pra Annabeth.
Ela olhou pra mim.
- Mas não foi eu.
- Hey! Você luta kung fu muito bem! - Leo correu para se juntar a nós e exclamou para a garota, pulando e sorrindo. - Vocês viram aqueles golpes? - ele perguntou para nós, tentando imitar os movimentos da garota e tropeçando, quase caindo.
- Obrigada. - ela disse, apanhando uma mochila, no meio dos destroços, que devia ser dela. Ela olhou pra mim. - Você invocou água e vocês - apontou para Nico, Leo e Jason. - invocaram fogo, raios e fecharam rachaduras no chão. Vocês não são normais.
- Droga. - Frank falou.
- Você também não. - Annabeth respondeu. - Você conjurou aquelas corujas.
A garota pendurou a mochila nas costas e sorriu.
- Você me pegou. - ela disse. - Sou Melanie, filha de Atena.

HAZEL POV -

- Reconheci que era uma meio-sangue pelo cheiro. - Grover comentou.
- Eu reconheci pela invocação de corujas. - Annabeth falou.
- E eu reconheci pelo olhar furioso, igual ao da minha querida sogra quando olha pra mim. - murmurou Percy.
- Bom, a questão é que também somos semideuses. Tanto em forma grega como romana.
- Romana? - ela disse.
- Sim! - Concordou Leo, empolgado. - Sou quente, muito quente, mas não se apaixone por mim, gata. Sou filho de Hefesto.
Ela o ignorou e olhou para Annabeth. Percebi que ela queria que alguém com mais juízo explicasse as coisas para ela. Annie suspirou.
- Você tem razão, Melanie. Os garotos podem convocar os elementos porque são filhos dos três grandes, exceto o Leo, que é filho de Hefesto, o deus do fogo. Jason é filho de Júpiter, o Zeus na forma romana. - Jason ergueu a mão para se identificar. - Nico controla a terra, espíritos e as sombras, é filho de Hades e Percy é filho de Poseidon.
Melanie assentiu.
- Os outros também são semideuses. Piper, Clarisse e Chris são semideuses gregos e Frank e Hazel são romanos, Grover é um sátiro e eu sou sua irmã, filha de Atena.
A garota permaneceu indiferente quando Annabeth revelou que era filha da deusa da sabedoria. Ela pareceu notar as alianças nos dedos de Percy e Annabeth.
- Espere aí. Você é casada com um filho de Poseidon? - ela perguntou.
- Lá vamos nós de novo. - Annabeth revirou os olhos. - Sou.
- Atena não quis os queimar vivos? - Melanie questionou.
- Claro que quis, mas toda mãe odeia seu genro não é mesmo? - Percy falou, ironizando.
A garota ficou parada olhando para Annabeth, como se esperasse mais informações.
- Espere aí. - Percy quebrou o silêncio. - Você não vai me fulminar porque sou casado com sua irmã e sou filho de Poseidon? Poseidon, deus dos mares, aquele que sua mãe odeia. Ooooi!? - Percy bateu na testa da menina, como se fosse uma porta.
- Para. - ela mandou. - Não preciso te fulminar. Esse desejo é da minha mãe. Não ligo pra esse papo de rivalidade de deuses. Eu nem te conheço.
Percy ficou confuso com a resposta, porém pareceu agradecer aos deuses por não ter mais uma cunhada que o olhava mortalmente.
- E então... - ela disse, olhando para cada um de nós. - Estou procurando um acampamento para semideuses...
- O Acampamento Meio-Sangue. - falou Piper.
- Esse mesmo. Minha tia disse que encontraria um treinamento melhor e segurança lá. E quem sabe conseguiria falar com a minha mãe.
Clarisse bufou. Chris apoiou a mão no ombro dela.
- Não é tão simples assim ter contato com os deuses. Eles são silenciosos e ausentes. - Chris explicou.
- Tudo bem, eu vou lá assim mesmo. Só me dêem o endereço. - ela pediu, mexendo em um bracelete de ouro que usava e nos olhando como se dissesse "falem logo, pois estou apressada."
- Podemos levá-la até lá. Ou melhor, devemos levá-la até lá. - respondeu Annabeth.
- Então vamos logo!
- Não podemos ir agora. - Falei. Ela olhou para mim.
- Ainda temos coisas para resolver aqui. Se quiser, pode nos seguir... - Annabeth disse.
- Caso contrário, pode ir embora. - Clarisse emendou à fala de Annabeth.
- Clarisse. - Chris a repreendeu. Ela o ignorou e cruzou os braços.
- Chega de conversa fiada. - Percy falou, agora sério. - Vamos embora logo, vou procurar algum rio, mar ou algo do tipo para descobrir informações do cara que estamos procurando.
- Que cara? - Melanie questionou.
Dei de ombros. Isso não faria diferença pra ela no momento.
- Só siga a gente, depois que encontrarmos alguém, voltaremos para o acampamento meio-sangue. A maioria de nós é membro de lá. - falei.
- Isso vai demorar muito? - ela perguntou.
- Talvez uma eternidade. A não ser que você conheça algum mestre das sete ilhas antigas que ajude na evolução de técnicas... - Percy respondeu.
- Sete ilhas antigas eu não sei. Mas existe sim um mestre que conhece muitas técnicas antigas por aqui. Ele meio que sumiu do mapa, perdeu a fama, mas morava a alguns quarteirões daqui. Minha tia de segundo grau, Simone, treinou com ele antes de eu nascer.
- Um mestre assim é melhor que nada. - Comentei, olhando para Percy, o incentivando a tentar.
Ele suspirou.
- É melhor que nada. - Ele repetiu. - Vamos.

Percabeth: Vidas De Meio-Sangues CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora