Os Desejos

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ANNABETH POV -

- Aaaaaaaah, que fomeeee! - Leo exclamou, com um guardanapo na gola e pegando uma enorme coxa de frango. Sorri. Finalmente estava em paz, pois Percy estava de volta ao meu lado. E, por um milagre dos deuses, vivo.
- Nunca mais faça uma loucura dessas. - Falei baixo pra ele. - Quase perco nosso filho por isso.
- Ou filha. - Ele falou, sorrindo.
Assenti.
- Desculpe. Mas agora todos estamos salvos. - E era verdade. Todos os cortes graves tinham sido curados por Apolo. E agora estávamos sentados em uma enorme mesa num enorme salão dos deuses.
- Annabeth, vão ter que te contratar de novo. - Hazel falou ao meu lado.
Sorri.
- Já fizeram isso.
- Tão rápido? - Percy perguntou.
- Eles não perdem tempo quando o assunto é benefício deles mesmo. - Falei baixo para que somente Hazel e Percy ouvissem.
- Mas nem destruímos nada. - Percy falou.
- Atena pensou em novos projetos pro Olimpo.
- Por falar em Atena... - Percy disse, olhando por trás do meu ombro.
Olhei na direção que a deusa estava, ela me observava.
- Vou falar com ela. - Falei, dando um beijo na bochecha de Percy e me levantando.
Me aproximei. Atena suspirou.
- Então é verdade. - Ela repetiu.
- Eu ia contar depois da batalha. - Falei para minha mãe, me referindo da gravidez.
- Depois que estivesse viúva? - Ela perguntou com tom de autoridade.
- Quem sabe. - Falei dando de ombros e revirando os olhos.
- Sabe que se não fosse Hades, ele...
Eu a interrompi.
- Você já esperava que Hades fosse fazer isso. Deixou para dar sua bênção no ponto final da história. - Eu disse.
- A minha bênção não foi específica para Perseu Jackson. Apenas admiti que os três juntos seriam mais que o suficiente para derrotar o Crisaor, que a propósito é um filho de Poseidon.
- Não misture as coisas, mãe. Você admitindo ou não, ajudou Percy quando ele mais precisou. E você terá um neto ou neta com o sangue de Poseidon, aceitando ou não.
- Não sou tão terrível assim, Annabeth. - Atena falou, baixo. Olhei em seus olhos idênticos aos meus. - Você fez a sua escolha. Mas preferia que não fizesse. Não gostei da sua escolha, mas sou forçada a respeitar. - Atena concluiu, já se afastando.
A observei.
- E Poseidon tem razão. - Atena acrescentou de longe. - Percy Jackson é mesmo um bom partido, mesmo sendo perigoso. - E então Atena foi embora.
Fiquei boquiaberta.

PERCY POV -

Todos ríamos e conversávamos na enorme mesa, uma mesa preenchida por deuses, semideuses, centauro e sátiro. Até que Zeus disparou um raio até o céu. Todos olharam pra ele.
- Chegou a hora de falarmos com os três semideuses de honra. Iremos conceder um desejo para cada. - Zeus anunciou, se levantando. - Perseu, Nico, Jason, levantem-se.
Nós três nos levantamos.
- Perseu Jackson... - Zeus começou. - Aposto que você não vai aceitar a imortalidade de novo, não é?
Sorri e olhei para Annabeth.
- Pode apostar que não.
- Então o que você quer?
Não respondi. Não havia nada de especial que eu quisesse.
- Que tal a imortalidade pro seu bebê então? Ele deve ser grande semideus como os pais e se ele fosse imortal faria mais feitos que os dois.
Minha criança imortal? Eu não teria que me preocupar em perdê-lo ou perdê-la. Pensei um pouco. Annabeth não falou nada, não sabia decifrar o que ela pensava. Então, concluí que a decisão era minha.
- Eu nego. - Todos prenderam a respiração. Quem é que nega a imortalidade mais de uma vez? Eu, claro! - Cabe ao meu filho tomar essa decisão e não eu. É melhor esperarmos ele crescer.
Olhei para Annabeth que parecia satisfeita com a resposta. Me abaixei e beijei o topo da sua cabeça.
Zeus suspirou.
- Qual o seu desejo, Perseu Jackson?
Enfim tomei minha decisão.
- Eu dispenso.
Zeus não pareceu impressionado com a resposta. Então me sentei.
- Nico Di Ângelo, qual o seu desejo?
- Eu também dispenso. - Nico falou, imediatamente. Se sentando.
- O que? - Apolo perguntou. - Vocês tem a chance de escolher algo como "nos protejam dos monstros o máximo que puderem ou me concedam um autógrafo do deus perfeito do sol" e não pedem nada!?
E a sua irmã, Nico? Você poderia revivê-la.
Nico fechou os olhos.
- Eu pensei nisso, mas não posso mudar algo depois que finalmente superei sua morte. Ela morreu como uma verdadeira heroína e tenho certeza que meu pai cuida muito bem dela nos campos Elíseos. - Ele abriu os olhos. - E eu tenho outra irmã para me fazer companhia. - Ele acrescentou, olhando para Hazel, que sorriu.
- Não sou igual aos meus companheiros e tive uma ideia para o meu próprio desejo. - Jason anunciou.
- Então diga, Jason Grace, meu filho em minha forma romana. - Zeus permitiu.
- Desejo que os deuses possam ser presentes na vida de seus filhos.
Todos prenderam a respiração outra vez.
Zeus hesitou.
- Isso não é 100% possível.
- Por que? - Jason perguntou.
- Porque essa regra foi imposta para que um deus não esqueçam suas responsabilidades e para que não nos apeguemos tanto aos humanos.
Jason suspirou.
- Entendo. Então ao menos quando forem convidados para algo. - ele disse.
- Isso depende do querer de qualquer deus, mas estão autorizados a visitar seus filhos quando forem convidados para alguma festa, evento ou algo do tipo. Pode ser assim?
Jason revirou os olhos.
- Não tem outro jeito... - ele falou.
- Meu lado romano também poderá encontrá-lo, cuidarei dessa parte.
- Eeer... Obrigado, então. - Jason falou, meio decepcionado com o seu desejo basicamente falhado. Ele se sentou.
- E agora, como presente de agradecimento, eu os levarei de volta ao acampamento. - Hermes anunciou, se levantando. - Todos que irão para o acampamento dêem as mãos.
Então segurei na mão de Annabeth e, juntos, voltamos ao mundo dos mortais.

Percabeth: Vidas De Meio-Sangues CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora