A Técnica Proibida

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PERCY POV -

Recuar, defender, desviar, atacar! Nico e eu conseguíamos acompanhar o ritmo de Phobos facilmente, mas nenhum dos dois conseguia atingir seu braço esquerdo. Aparentemente o deus tinha treinado a defesa desse membro.
- É inútil, Jackson! Vocês podem ser até melhores que eu na esgrima, mas não são páreos para os meus poderes divinos! - Phobos disse.
Não respondi. Minha respiração já estava ficando pesada. Eu não estava mais tão veloz. A verdade era que eu estava fraco e Nico não estava numa situação muito melhor.
- Aguente firme, Nico! - falei.
Mais algumas travadas de espadas e Nico foi arremessado no chão.
- Nico!
- Se concentre, Jackson! - Phobos gritou e eu me defendi rapidamente de o golpe que ele dera.
O ataquei mais algumas vezes e pelo canto do olho percebi que Nico já estava se sentando. Então Phobos começou a atacar, comecei a recuar. Meu corpo não reagia aos meus comandos imediatamente e o meu erro principal foi me afastar do deus do medo.
Ele levantou seu braço esquerdo, mas não para me golpear com a espada e sim para usar seus poderes velozes de novo. Senti uma lâmina cortando meu peito. "Que poder extraordinário era esse? Era esse o efeito do poder de um deus em apenas um membro de seu corpo?" Coloquei a mão na região que doía, esta sangrava absurdamente. Minha cabeça girou e eu caí de joelhos.
Phobos soltou uma risada maligna.
- Impressionante. O atingi perto do peito, mas não consegui parar seu coração. Que pena... Sofrerá um pouco mais. - Apoiei um dos braços no chão e a outra mão segurava o corte abaixo do peito com força. "Deuses, que milagre meu coração não ter sido atingido. Que dor imensa..." Comecei a respirar com pesar. Phobos suspirou, triufante. -É o seu fim, Jackson! - Phobos disse, correndo em minha direção com sua espada.
Não tinha jeito. Eu iria ter que fazer aquilo. "Me perdoe, mestre Kenshin. Eu sei que prometi." Derrotaria Phobos, mas teria que deixar Crisaor para os outros semideuses. Talvez se Jason e Nico se unissem, quando estivessem totalmente em forma, conseguiriam dar conta de Crisaor. É como se os dois se unissem para me derrotar. Talvez Reyna também ajudasse. Afinal, ela era tão boa quanto eu. Não sei se isso salvaria ou destruiria o Olimpo, mas eu teria que fazer isso. Derrotar pelo menos um deles. Esse era o plano.
Comecei a sentir todas as gotículas de água que se encontravam no ar. Eu não conseguiria. Não conseguiria formar água através do "nada". Estava muito fraco. Eu precisava de água por perto. "Me perdoe, mestre Kenshin." Pensei outra vez. Pois a principal água que eu poderia usar era a de meu próprio corpo.

Flashback on -

Eu travava uma luta de espadas com Kenshin. Quando fui atacar por um milésimo de segundo baixei a guarda, então Kenshin se abaixou e socou meu peito. Eu, percebendo o que eu mesmo tinha deixado acontecer, paralisei. Eu, o grande Percy Jackson, o maior dominador de esgrima baixando a guarda. Mas foi um segundo que apenas um mestre como Kenshin conseguiria enxergar. Quando dei conta, já tinha sentido minhas pernas saírem do chão com a rasteira que o mestre me deu. Ele apontou sua espada para meu rosto.
- Se rende, Jackson? E agora, o que vai fazer?
Então fiquei nervoso. Eu precisava de água. Mas não tinha ali por perto. No ar, é claro! Então pensei na água se expandido de pequenas gotículas quase inexistentes, mas pela primeira vez em 3 anos, não obtive resultados.
Abri os olhos.
- Di Ângelo está bloqueando o ar ao seu redor com sua aura. Eu pedi isso pra ele. E também serve como treinamento para o filho de Hades. Não vai conseguir conjurar água do nada. - Kenshin explicou, colocando o joelho no meu peito. - Renda-se logo, Perseu Jackson e mostre-me que me iludi com você. Que você não se destaca dos outros semideuses.
"É claro que me destaco. Eu já fui ao tártaro, já lutei com telquines, dracanaes e com o grande Minotauro, já me foi ofertada a honra de ser um deus, já segurei o céu, peguei o velocino de ouro e lutei com ciclopes, derrotei Ares! Claro que me destaco no meio dos outros!" Pensei. Minha raiva começou a subir. "Se Annabeth estivesse aqui, teria alguma ideia de como sair dessa." Fechei os olhos outra vez. "É isso! Inteligência! Pense, Percy! Eu sei aonde encontro água! Nosso corpo é feito por aproximadamente 70% de água." Imaginei a água expandido do meu próprio corpo e que ela começasse a crescer mais e cada vez mais. Quando percebi que eu realmente podia controlar essa água q emanava no meu corpo, fiz a mesma explodir de uma só vez tirando Kenshin de cima de mim. Ele se assustou e caiu de costas, continuei o atacando com meus poderes, a água não parava de jorrar e atingir meu mestre. Alguns segundos senti um enjôo muito grande, parei de atacar e desmaiei.
Acordei alguns minutos depois. Senti o gosto final em minha boca: Néctar.
- Você é louco, Percy Jackson. - ouvi a voz de alguém antes de abrir os olhos. Olhei na direção da voz. "Frank."
- Você ativou uma técnica muito antiga, Jackson. Parabéns. - Kenshin falou baixo.
- O que? - perguntei, me sentando.
- Percy, essa técnica foi usada por um único filho de Poseidon. Ele se chamava Tadeu. Ele derrotou a medusa para salvar uma filha de Atena e por isso conseguiu a gratificação da deusa Atena e a mesma lhe deu o toque sobre um poder que derrotaria qualquer humano, monstro, deus ou semideus. Uma técnica que era incrivelmente poderosa, mas que cada milésimo de segundo era um risco pra sua vida.
- Então é essa coisa que eu acabei de fazer que se trata? - perguntei.
- Sim, cada gota de água perdida é uma desidratação até o momento em que você começa a destruir cada partícula do seu corpo. Você perdeu a consciência porque foi a primeira vez que experimentou desse poder. Mas se você chegar ao nível de usar 50% de água de seu próprio corpo... deuses! Nem quero falar. Você nem terá controle sobre seus próprios poderes. - Kenshin explicou. - Me prometa, Percy Jackson. Prometa que nunca usará esse poder arriscado.
- Hã... Eu prometo. - falei.

Flashback off -

"Usar a água do seu próprio corpo é o mesmo de estar se matando aos poucos. Sabe o que aconteceria se você tivesse usado toda a água do seu corpo não sabe?" Ele me dissera.
E agora eu estava aqui: Desobedecendo meu mestre. "Me perdoem por não ficar até o final da batalha, amigos. A profecia seria cumprida. Talvez seja isso: sangue inocente será derramado. Lamento muito, mestre Kenshin. Lamento, Quíron. Me perdoem, amigos, por deixar Crisaor para vocês. E, principalmente, a você, Annabeth. Me perdoe, Annie. E me perdoe... Meu filho.
Então quando Phobos tentou me golpear mais uma vez, me levantei com a força que ainda me restava e peguei seu pulso, pegando o mesmo de surpresa e o puxando em minha direção. Desviei de seu corpo e me posicionei atrás dele, prendendo seus dois braços.

Percabeth: Vidas De Meio-Sangues CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora