Dois beijos!

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- Dois passos pra lá e um pra cá, um pra lá e dois pra cá. Entendeu? - Expliquei.

Dançamos do jeito que eu disse, direitinho. Ele olhava nos meus olhos e eu nos olhos dele. Olhar no fundo daqueles olhos azuis brilhantes as vezes me dava mais concentração e as vezes me retirava completamente o foco. Ele não desviava o olhar de mim. Olhava minha boca e meus olhos, revezada diversas vezes. Sentia sua respiração descontrolada próxima de mim que estava do mesmo jeito que a dele. Não havíamos errado, nem pisado um no pé do outro.

O olhei e sorri e foi tudo muito rápido quando o vi se inclinando e virando a cabeça pro lado esquerdo e aproximando-se mais seu rosto do meu. Logo senti seus lábios macios tocando nos meus. Era como se uma onda de choque e sentimentos percorreu pelo meu corpo me deixando sem reação e mole àquele toque. Não me esquivei. Me deixei levar, eu queria beija-lo! Já havia cogitado a ideia de ficar com ele. Senti a ponta de sua língua molhada entrando devagar dentro da minha boca e logo começando a se movimentar lentamente, nada de pressa. Demorei alguns segundos para corresponder enquanto pensava se isso era certo mesmo. Meu pai o mataria se soubesse que ficamos e o mandaria embora e lá se iria mais uma amizade. Foda-se meu pai e um beijo não mata ninguém! Sou sensata o suficiente para não deixar um beijo atrapalhar uma amizade. Bloqueei aqueles pensamentos e me deixei levar me concentrando somente naqueles deliciosos lábios em contato com os meus. O beijei na mesma sincronia que ele. Calmo. Explorei toda sua boca e ele chupava minha língua. Em pouco tempo aquele beijo foi ficando cada vez mais intenso e mais quente. Estava com os braços envolta do pescoço dele e ele com um braço envolta do meu quadril me apertando contra si e a outra mão na minha nuca. Não estávamos dançando mais. As mãos e Liam logo desceram pra minha bunda a apertando e me puxando para cima. Enrosquei minhas pernas no seu quadril e senti uma vultuosidade na minha intimidade e me esfreguei nela vagarosamente soltando um gemido manhoso nos seus lábios sentindo minha intimidade pulsante, me incharcando mais ainda. Interrompi o beijo devagar quando o ar nos faltou e me afatei o olhando sorrindo. Tirei suas mãos da minha bunda e desci de seu colo.


- A gente da uma mão e você quer braço inteiro. -

- Me exaltei. -

- Estou vendo! - Fitei seu volume na calça e ele sorriu percebendo ao que me referia.

- Você beija muito bem, não imaginava isso. -

- Na verdade esse é o meu segundo beijo de língua na vida. - Ele fez cara de surpreso e eu sorri tímida com minha confissão.

Meu rosto ardeu e provavelmente estava corada.

- Queria ter sido o primeiro. - Fez uma pausa. - Seu primeiro beijo ou o nosso beijo? -

- O primeiro beijo. - Minto.

O meu primeiro beijo de língua foi horrível! Como era o meu primeiro, eu não sei se foi eu que beijei mal ou o menino.

- Mas você gostou do nosso beijo? - Perguntou com um meio sorriso.

- Não. - Na verdade, eu tinha amado. Ele beija muito bem e tem pegada.

- Se você não tivesse gostado não teria continuado, só parou parou por que eu me empolguei. - Ele disse e em seguida formou-se um silêncio no salão. Tratei logo de mudar de assunto.

- Nós viemos aqui para o que? Para ENSAIAR. Repete comigo: ensaiar. - Ele riu e eu ri também.

Ficamos ensaiando até ouvirmos o carro dos meus pais. Paramos. Não havia rolado mais nada, além de piadas e algumas trocas de olhares. Ah... ele pisou no meu pé cinco vezes. Cinco! Quase arranquei o pau dele fora. Nos ajeitamos, falamos com meus pais e subi pro meu quarto, Liam veio atrás de mim.

- O que tá fazendo aqui? -

- Calma. Só com pegar meu celular. - Ele disse pegando o celular em cima da escrivaninha e colocando no bolso.

Se aproximou de mim. Sentia sua respiração muito próxima. Me perdi o sentindo seu perfume tão de perto novamente.

- Pegou? - Falei com dificuldade e virando o rosto.

- Peguei. Agora quero pegar você de novo. -

- Para! Meus pais estão lá em baixo, eles vão te matar se verem a gente. - Coloquei uma mexa do cabelo atrás da orelha e corada.

- Você fica muito linda e atraente assim, com vergonha, sabia? - Reprimi um sorriso com seu elogio.

- Liam. - Mordi o lábio timidamente e evitei o olhar. Por mais que eu já tenho o beijado e o queria beijar novamente, agora não era a hora certa pra isso.

Liam colocou meu cabelo pra trás, virou meu rosto carinhosamente me fazendo olhar pra ele e segurou meu rosto com delicadeza que foi inevitável de resistir a seus toques imperceptíveis. Em seguida colou nossos lábios. Nos beijamos por poucos segundos numa sincronia perfeita. Sua língua passeava por toda minha boca e suas mãos  apertava e alisava meu corpo. Se eu pudesse parava o tempo pra ficar o sentindo assim. O afastei de mim a contragosto empurrando levemente com minha mão em seu peitoral quando lembrei que meus pais estavam no andar de baixo e poderiam subir a qualquer momento.

- Agora eu vou. - Ele disse com uma cara de pau enorme. Parecia aqueles cafajestes de filmes.

- Sem graça. - Disse, séria.

Ele saiu. Entrei no banheiro pra tomar banho. Tirei meu top e meu short e entrei debaixo da água que caia do chuveiro. Pensei no dia de hoje, em tudo o que tinha acontecido. Nos meus beijos com ele. O jeitinho dele faz qualquer menina se apaixonar por e eu não posso me apaixonar por ele! Ele é um galinha e deve fazer isso que fez comigo com todas ou deve fazer coisas bem piores. Merda! Eu não devia ter o beijado, já não bastava uma vez, nos beijamos duas vezes! Foram dois beijos fabulosos. Mas nunca mais vou beijar ele, não quero me apaixonar por um menino que deve ficar com todas. Fora que meu pai deixou claro pra mim um dia desses no jantar: filha, não quero que tenha qualquer tipo de relação com aquele moleque, se eu descobrir algo, você vai ficar de castigo por um ano se me desobedecer e ele sai dessa casa, se eu não matar ele antes dele colocar os pés na rua. As palavras ameaçadoras do meu pai naquela mesa de jantar me deu até medo. Não era pra menos, meu pai é super ciumento comigo, não deixaria eu namorar tão cedo. As vezes queria ter mais liberdade como os adolescentes da minha idade. Eu nunca conto nada do que faço para o meu pai por que ele é tão protetor que dependendo do que disser a ele, ele pode matar alguém. Por isso só conto as coisas que não são tão importantes e nada que envolve garotos.

Prometidos. (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora