Prometidos. (COMPLETO)

Marca do beijo.

Boa leitura!

_____

- Eu não sei. E não quero falar disso! - Estacionei o carro da clínica de reabilitação no centro.

- Tudo bem! - Saiu do carro depois de pegar sua bolsa estampada.

Ridícula essa bolsa! E olha que nem sou muito de reparar em bolsas femininas, mas essa está impossível com tamanho horror. Deu até vontade de rir.

Adentramos no local e Camila foi se informar na recepção. Falaram para que esperassêmos que ele teria de passar por poucos processos para sua liberação. Nos sentamos em uma cadeira de espera um ao lado do outro e ficamos cada um na sua sem papo. Esse lugar me faz recordar da pior fase da minha vida...

Se eu te disser que era para eu estar no mesmo estado que Louis, vocês acreditam? Pois é! Ou até em uma situação pior. Eu consegui me afastar das drogas definitivamente quase um ano depois da ida de Manuella. Eu me afundei drasticamente me tornando, praticamente, dependente. Assim que acordava, era de lei, usar algum tipo de droga e quando ia dormir também, sempre tinha que usar. Passava madrugadas cheirando pinos e pinos cheios de crack. Comecei na maconha e aos poucos, sem perceber já estava nas injetáveis. Vendi coisas de minha mãe em troca, para poder usufruir mais, tranquei o último semestre da faculdade por poucos meses por conta das reações das pessoas, por que passei a não tomar banho todos os dias, não fazer barba e o cabelo na época, eu raspei completo e emagreci mais de dez quilos. Até que tive uma pré-overdose e semanas depois de recuperado, veio uma overdose, me fazendo ficar um mês internado, em coma, apenas ouvindo os choramingos e as orações de minha mãe pedindo a Deus que desse mais uma chance à mim. Quando acordei, minha mãe fez festa, apenas ela. E, com um bom sermão de mãe e muita dificuldade, muita insistência, consegui sair daquela vida miserável que não me levava a nada. Se eu estivesse continuado e não ouvido os conselhos de dona Ana, Beatriz e Jamie, estaria aqui nessa clínica ou morto e nunca teria conquistado o que tenho hoje. Camila estava na mesma que eu, mas antes que eu a incentivasse sair daquela vida juntos, seus pais já haviam a colocado nessa clínica de reabilitação e se mudaram de país a deixando aqui sem informações e quando saiu, eu já estava erguendo minhas concessionárias e a pus para trabalhar em uma delas e assim foi reconquistado suas coisas. Louis, foi um caso mais grave. Pensa em um viciado dependente ao extremo à todos os tipos de drogas, um verdadeiro noia chegando ao ponto de roubar... Foi o estado precário de Louis e seus pais resolveram o internar e seu prazo foi de três anos e meio e agora está aqui. Saindo.

- Meu Deus! - Se levantou, Camila e correu abraçar o homem.

Eu não o reconheceria se não tivéssemos vindo aqui justamente para buscá-lo.

Me levantei e Camila se afastou dele e emocionada. Nos encaramos e seu olhar agora certamente tem vida, está brilhoso e esperançoso. Esquecendo o passado, nos abraçamos apertado batendo um nas costas do outro.

- Como você está, cara? Esta lindão... - Ri com seu elogio afeminado e me soltei de seu aperto.

- Bem e você? Eu que o diga! - Brinquei de volta ainda com a mão em seu ombro, dei dois tapinhas.

- Graças a Deus, bem. - Respondeu, empolgado, enquanto andávamos em direção ao carro.

- Aonde vai ficar? - Camila indagou ao lado dele.

- Na casa de meus pais... - Respondeu sereno. - E você, cara? Está tão mudado, mais sério que antes. - Apertou meu ombro amigavelmente.

- Nada, apenas pensando na empresa. - Fui sincero.

Entramos todos no carro, Louis na ao meu lado e Camila no banco de trás. Ele elogiou meu carro abismado e eu dei partida.

- Como está por lá? - Perguntou interessado.