Estou com muita dó do Liam... Vamos ver o que vai acontecer.
Beijão.
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Liam foi para sala e meu pai me arrastou com ele me obrigando a ficar do seu lado. Eu e Liam nos olhávamos a todo instante e as vezes passávamos minutos nos encarando. Ele estava calado, seus olhos azuis ofuscados sem o brilho que tinha mais cedo, sentia o quanto ele estava quebrado por dentro. A campanhia tocou e minha mãe atendeu.
- Residência de Antônio Appratto? - Um dos dois policias que estavam na porta perguntou.
- Sim. - Meu pai respondeu rapidamente e foi até eles.
- Recebemos uma denúncia de estupro? - O policial perguntou retoricamente.
- Sim, senhor. Eu contratei esse... Esse... Para cuidar da minha filha enquanto não estivesse, no começo me paracia responsável e direito, até inventarem uma estória de que estavam namorando e sempre me foi estranho e hoje peguei ele cometendo um ato absurdamente inaceitável contra a vontade minha filha e tomei minhas decisões. - Explicou meu pai.
Mas de onde ele tirou essas ideias? Não tem nada a ver com o que aconteceu de verdade.
- Qual seu nome completo? - Perguntou o mesmo policial pegando uma algema.
- Liam Brachmann. - Meu namorado respondeu num fio de voz.
- Senhor, Liam, está preso por acusações de estupro. - Colocou os braços de Liam para trás e o algemou.
- Senhor, eu não a estuprei. Nunca faria isso. - Liam se explicou desesperado e olhou todos que estavam na sala.
Ver aquela cena estava me dando repulsa, embrulhos no estômago vendo meu namorado sendo algemado injustamente e todo machucado. Vendo o quanto o colocaram em um poço sem fundo. E vocês devem estar se perguntando por que eu não falo nada em defesa dele. Eu conheço meu pai e sei que ele se dobraria o máximo pra contrariar qualquer um, por que ele quer que afastar do Liam custe o que custar.
- Você só irá se explicar no dia do seu julgamento, por enquanto vai descansar na cela e receber um pouquinho do que você cometeu contra essa garota. - Apertou a algema em seus pulsos e ele abaixou a cabeça apertando os olhos, mas logo levantou.
- Preciso que todos vão até a delegacia fazer o BO e esclarecer tudo ao delegado que tomará as decisões sobre esse rapaz. - Falou o outro policial mais baixo.
Empurraram Liam para dentro da parte de trás do carro e eles saíram dirigindo. Meu choro não cessava, não ia cessar enquanto eu não soubesse que meu namorado não estava bem. Meu coração estava estraçalhado, angustiado e eu não sei decifrar se estava, preocupada com o rumo e Liam, com raiva de meu pai ou triste por terem levado ele.
Na delegacia Liam estava sentado no banco da sala do delegado com as mãos para trás, meus pais conversando com o delegado, eu ao lado de Liam e um policial mexendo no computador ao lado do delegado.
- Quero ouvir de você agora senhorita Manuella, ele forçou você mesmo? - Perguntou, rígido o delegado moreno com alguns fios grisalhos, calvo, alto, nariz grande, sem barba ou bigode algum e cara de uns 47 anos.
- Eu avisei a ele que ia viajar no dia seguinte e nós decidimos nos despedir, isso nos levou a transa que eu também quis, nós fizemos e meu pai chegou bem na hora. Liam nunca me faria algum mal, ele sempre foi muito respeitoso comigo e suas intenções. - Fui sincera sem balbuciar.
- Não foi isso que eu vi e ouvi. O tom de voz dele falando parecia hostil. - Murmurou meu pai.
- Silêncio, por favor senhor Appratto. Fale apenas quando eu mandar. - Exigiu o delegado. - E vocês fazem a muito tempo isso? -
Olhei para meu namorado que me olhava.
- Sim, transamos algumas vezes antes disso. - Respondi.
- A senhorita tem seus quinze anos e um mês? Certo? - Concordei.
- Senhor, encontrei informações sobre ele. Nome é: Liam Brachmann, tem 24 anos, órfã de pai, é estudante, é amigo daquele usuário de drogas procurado pela gente Louis Brown e já foi visto portando drogas ilegais, mas nunca tivemos provas. - Fala o policial que estava mexendo no computador.
Todos olham para Liam surpresos, inclusive eu. Que ele usa drogas é novidade pra mim, isso eu não esperava. Por isso ele chegava cansado e a roupa com cheiro forte indecifrável por mim em minha casa. Mas apesar disso, ele não ficava agressivo comigo, muito menos ponto de me forçar a algo.
- Sinto-lhe dizer Liam, mas você está preso por portar dogras ilegais no país, por pedofilia. Sim, você transou com uma menina menor de idade sem a permissão os pais dela, como o senhor Antônio disse. E, por acusações de estupro e tudo ainda indica que será preso por isso. No tribunal marcado seu juramento para daqui uma semana, irão negociar seus anos de penal por isso e se tiver fiança, o quanto será. - Carimbou algo no braço de Liam. - Policial, informe a família dele o que aconteceu. - Finalizou o delegado.
Meu pai estava com um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto, minha mãe preocupada, eu voltei a chorar e Liam lançando um olhar mortal a meu pai. Liam começou a falar pela primeira vez em sua defesa e a sala se calou.
- Quando eu sair daqui, vou te deixar com o rosto deformado. Você não é homem, você sabe que está mentindo, só faz isso por que não aprova eu e sua filha felizes e fala essas calúnias sobre mim. Mas Deus é justo e ele que sabe de todas as coisas, o que for para ser, vai ser. Quando eu sair daqui a primeira coisa que eu farei é te procurar para fazer pior que você fez comigo. - Desviou o olhar do meu pai para o delegado. - Posso usar drogas, admito, mas não faria mal a uma mosca e muito menos a Manuella e eu a amo essa menina. Só pra deixar claro eu e Manu já transamos muitas vezes antes e pergunte a ela se ela não gostou. Agora reveja seus conceitos por que eu tenho certeza que você fez e falou tudo sem pensar e veja as consequências que isso levará por causa de sua atitude de moleque. Tem o dobro da minha idade, mas tem mentalidade de moleque. - Finalizou Liam em voz calma, mas bem ameaçadora e eu não aguentei e o abracei de lado beijando sua bochecha.
- Eu te amo, te amo. - Sussurrei no seu ouvido. Ele virou o rosto e eu beijei o selei levemente sua boca já que tinha um corte no lábio.
Se eu estava pouco me fodendo para as ameaças dele para o meu pai. Se eu pudesse, eu mesmo falaria a mesma coisa. Meu pai agiu muito errado.
- Eu amo você, princesa. Eu te amo muito. Olha para mim... - Olhei em seus olhos, suas pupilas dilatas, porém seu olhar não tinha tanto brilho como sempre. - Não esquece de mim, independente de qualquer coisa. Eu amo você e lembra disso. - Declarou, baixinho, apenas para mim ouvir.
- Não vou esquecer. Nunca. Sabe que você foi meu primeiro amor e sempre será. - Passei a mão em seus cabelos. - Eu te amo. - Chorei um pouco mais e ele me encarava, triste. Eu sei.
Ficamos nos encarando e eu enchendo seu rosto de beijos e carinho, até que um policial entrou na sala e levou Liam o empurrando com brutalidade. Meu pai estava com cara de bunda e nós voltamos para casa.
- Remarquei o vôo para semana que vem. Você ficará sozinha por uns dias. - Se sentou no sofá. - Estou me sentindo leve. -
Ignorei ele e subi as escadas pro quarto e pela primeira vez em toda mim vida, sentindo ódio e raiva só de Antonio. Não queria olhar na cara dele e nem ouvir sua voz. Liam estava totalmente certo com suas palavras que até me tranquilizou. Deus é justo e vai ser justo com meu Liam também.
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A semana passou e eu não sei como aguentei ficar esses dias sem se quer nem ouvir a voz do meu namorado, sem seus toques e beijos. Todos os dias pensando nele, lembrando e com medo dele não sair daquele lugar. Imagino como ele deve estar já que odeia lugares sujos. Na escola Bea me consola o máximo que pode, as vezes eu passo o dia na casa dela e as vezes ela passa o dia aqui, ela me distraí. Eu venho passando mal constantemente quando como algo, acredito ser emocional, não me alimento tão bem. À uma semana eu evito meu pai, falo apenas com minha mãe e conversamos pouco também, ela entende que ainda não superei nada do que está acontecendo.
Hoje é dia do julgamento e eu terei de ir, não sei se poderei de falar algo, mas tenho que ir e arranjar forças pra olhar pra Liam e não correr pra beija-lo.
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Prometidos. (COMPLETO)
ChickLitLiam Brachmann cuidava de Manuella Appratto quando mais novo. E como ninguém pode controlar o coração, eles desenvolveram um relacionamento com fortes sentimentos e afetos. Mas, quem diria que, tão de repente, eles iriam se separar de uma forma dolo...