Capítulo 1 - O início de uma (quase) bela história.

6.7K 312 14
                                    

SEJAM BEM VINDOS A MINHA TERCEIRA HISTÓRIA!

   Caso queira ler minhas outras duas procure por:

+ Grávida de um Super Star;
+ Um sonho de Verão.

   Todos são de minha autoria:  
              Marcella Coelho.

Instagram e Wattpad: @maarcellasc

Boa leitura!!

PS: Deixem comentários para eu saber o que estão achando.
PS²: Fiquem atentos ao título de cada capítulo, eles podem ser úteis. :)

(Se não leu o título deste capítulo, volte e leia. Vai ser útil.)

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

"E se eu disser que depois de tanto esforço e trabalho eu já não gostava mais dele?"

Esta sou eu. Beatriz Almeida. Agora você deve estar imaginando que a minha história de vida é sobre uma garota nerd ou anti social que se apaixona pelo popular, vice e versa e no final os dois ficam juntos. Só te digo uma (ou duas) coisa: Não, minha vida não foi nem de perto assim. E senta que lá vem história.

                       |•|

E lá estava eu olhando para aquele tanto de crianças que corriam em minha direção.

- Ganhei! - disse um garotinho ruivo quando segurou a bandeira.

- E o vencedor foi o... esse menino aqui! - disse erguendo o braço dele - Parabéns, você pode convidar três coleguinhas para ter um dia de lazer com você!

- Que coleguinha o que, tia! Eu não sou criancinha! - o menino chutou minha canela, mostrou a língua e saiu correndo.

- Seu peste! - disse com muita dor.

Qual era o problema das crianças? Por que algumas eram tão doces e alegres e outras tão agressivas?
Depois do chute que o garotinho me dera eu estava na enfermaria com um gelo na minha canela. Crianças... Como conseguiam ser tão irritante às vezes?

- Bia, o que aconteceu aí? - disse a Moana, que era enfermeira.

- Um dos meninos me chutou, acredita?

Ela riu.

- Você está rindo? - digo pasma.

- É que foi engraçado isso.

- É porque não é você que está com dor e que vai ficar com uma bola roxa no meio da canela.

- É verdade. - e riu mais ainda - Você tem que ser mais paciente com os pequenos, Bia. - ela diz colocando um gelo novo em minha perna.

- Paciente? Você sabe muito bem que eu não sou a minha mãe!

- Isso é verdade. Mas por que será que nenhuma criança nunca me machucou?

- Porque eu sou azarada mesmo! E porque você só fica aqui dentro e quando encontra um deles ou estão chorando ou com medo, ou seja, eles não vão te chutar nem mostrar aquelas línguas feia! - coloco o gelo - Ai que dor! Esse moleque me paga!

Ela continuou rindo.

- Pare de rir, Moana!

                         |•|

   Enquanto minha dor não passava, eu estava sentada em uma das poltronas na recepção.

- Bia, seu pai está te chamando no escritório dele. - disse Moana com uma caixa em mãos.

- Lá vem bomba!

   Abro a porta do escritório e me deparo com um homem loiro digitando algo em seu computador.

- Olá, Beatriz. - disse com o olhar concentrado na tela do computador.

- Oi, pai. - sento-me em uma das cadeiras abraçando minhas pernas.

- Você sabe por que está aqui?

- Você quer que eu diga o que eu realmente penso? - digo com um sorriso no canto do lábios.

   Ele olhou para mim, pensou em algo e só depois foi responder:

- Não, melhor deixar isso quieto. Eu te chamei para te dar uma bela notícia.

- Duvido muito mas, já que você está contando, sem enrolações, por Favor!

- Já que você levou um chute Do menino lá. - percebi que surgiu um leve sorriso em seus lábios.

- Posso saber por que está rindo? E falando naquele pirralho, ele vai levar alguma punição? Porque que eu saiba, no momento eu era a supervisora dele!

- Não foi você que queria ir direto ao ponto?

- É mesmo. E então?

- Você pode ficar com o resto do dia livre. - ele diz tomando um gole d'agua.

- Está no final do dia! Que pobreza. Vou te falar, viu?

- Você não vai querer então não?

- Não, não, vou querer sim! Ninguém merece ficar com aquela pirralhada.

- Então está decidido, mas amanhã é cedo, mocinha!

- Sim, capitão! - digo imitando um soldado - Vou me retirar, capitão!

   Caminhei até o meu quarto e fui tomar um banho. Aquelas crianças me deixavam moída, faziam três anos que nas férias de verão eu ajudava o meu pai no acampamento dele. Sim, ele tinha um acampamento mas era para crianças de até 12 anos, aí nas férias eu vinha para São Paulo ajudá-lo e ganhava dinheiro em troca.
Meus pensamentos são afastados quando escuto crianças gritando e algo caindo da minha janela.

"Ela vai morrer de medo!"

Era um sapo. Se eu gritei? Não. Para ser bastante sincera, eu não sabia se eu ficava desesperada porque um bando de crianças sabia aonde eu tomava banho, se eu ficava com dó do pobre sapo por ter que aturar aqueles baixotes ou se eu ficava assustada por cogitar a ideia de eles já terem me espionado tomando banho. Por sorte eu não tinha medo de sapos, nem rato, nem morcegos e muito menos de baratas, acho que quando você cresce num acampamento esses animais acabam se tornando algo normal. Mas voltando no assunto "sapo", eu precisava fazer alguma coisa com aquele amiguinho que estava no canto da parede.
Desliguei o chuveiro, me enrolei em uma toalha e peguei o sapo com as mãos - embora que ele tentasse escapar de todos os jeitos. Andei pelo corredores dos dormitórios em direção ao escritório.

- Beatriz?! O que faz aqui somente de toalha? E esse sapo aí? - meu pai diz com os olhos arregalados.

- Adivinha? Foram seus campistas, pai! Eles jogaram esse sapo pela janela do banheiro.

- Mas...

- Já chega, isso já passou dos limites! Primeiro foi o chute e agora isso. Ou você dá um jeito neles ou eu estou fora do acampamento! - digo com um tom de voz elevado e saio da sala.

Ando rápido pelos corredores e devolvo o sapo para a natureza.

- Bia? O que você está aprontando agora? - diz Moana vendo eu colocando o sapo na grama.

- As crianças jogaram o sapo pela janela do banheiro enquanto eu tomava banho. - digo seca

- E pelo jeito você brigou com seu pai.

- Sim.

- Bom, tomara que ele tome providências, não é mesmo? Agora vai lavar essa mão!

- Eu espero mesmo. Porque senão nas próximas férias ele não me vê mais aqui.

E saí em direção ao meu quarto.

O Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora