Era fim de tarde, o que significava que era a hora de eu ir até a casa da Gabi para ajudá-la com o seu primeiro encontro.
Toquei o interfone e entrei naquela enorme casa. Uma coisa era fato, os pais da Gabi tinham muito dinheiro, não mais que a família do Carlos mas tinham boas condições. Naquele trio, eu era a normal, que vivia bem mas não era rica.- Bia, eu estou tão nervosa! - ela diz dando pulinhos.
- Calma, mulher!
- Gabriela Sampaio, você ficará diva na roupa em que vamos te colocar! - o Carlos diz.
E seguimos em direção ao seu quarto ansiosos em como ficaria o resultado final.
- Gente, e se ele não gostar de mim? - ela dizia nervosa.
- Calma, Gabriela! - digo - Se ele for um babaca com você, eu e o Carlos damos um murro na cara dele!
- É isso aí! - ele fala erguendo uma das sobrancelhas.
- Mexeu com um, mexeu com todos! - digo apertando suas bochechas avantajadas.
E realmente era desse jeito. A menos que um do trio dissesse que não queria ser defendido, iríamos com toda certeza defender nossa amizade. Era assim que os amigos deviam se comportar.
- Gabi, meu amor, se prepare para arrasar nesse encontro! - ele diz abrindo a maleta de maquiagens.
E foi assim. Colocamos uma playlist bem pop enquanto arrumávamos nossa amiga. Quem entrasse naquele quarto e visse aquela cena, encontraria maquiagens jogadas por todos os lados, roupas e mais roupas amontoadas na cama e muita, muita empolgação.
- E voilà! - dissemos girando a cadeira.
Ela usava um vestido sem manga florido (e levemente rodado) com um decote v na frente e nas costas e uma sandália sem salto preta. Não era o tipo de roupa que eu usaria mas ela estava linda. Sua maquiagem era do tipo "acordei linda assim" e seu cabelo estava preso numa trança raiz.
- Gente... Eu estou um arraso! - ela dizia se olhando no espelho da penteadeira.
- Gabi, só vai porque está linda! - digo feliz.
Ela estava natural. Do tipo "essa foi a primeira roupa que peguei em meu armário e não tive muito tempo para me arrumar".
- Agora passa um perfuminho porque você está quase atrasada, menina! - o Carlos dizia.
- E um spray de menta, ninguém merece beijar com mau hálito!
Fizemos os últimos detalhes e pronto, nossa amiga estaria pronta para encontrar o Vítor.
- Pode ir porque você está linda, Gabi! - digo.
- Ai, que orgulho! A fofinha do trio está crescendo! - o Carlos diz enquanto a abraçamos.
- Já chega, está bem? Vocês estão me sufocando. - ela dizia nos afastando - Muito obrigada, gente!
E sumiu de vista quando entrou naquele carro. Eu te desejo toda a sorte do mundo, minha amiga. Um maravilhoso encontro para ti, guria!
|•|
Depois que a Gabi foi para seu encontro, eu e o Carlos fomos para o shopping (graças a permissão da dona Camila).
- O que acha de jogarmos boliche? - ele diz com os olhos vidrados.
- Vamos! - digo o puxando - Dessa vez sou eu quem vou ganhar!
Se eu ia ganhar? É óbvio que não! Eu não era a pior pessoa para jogar mas em comparação com o Carlos, a Beatriz aqui era com certeza, a pior. A verdade era que meu melhor amigo era o rei do Boliche e dificilmente perdia.
- Vamos naquela ali? - ele diz.
Quando vamos em direção a pista vemos ninguém mais, ninguém menos que Lucas, Amanda e Alice.
- Olha quem chegou! - a Amanda diz nos olhando de corpo inteiro.
- A pequenina até que está arrumadinha! - Lucas diz - Dá para o gasto!Como eu fui gostar de alguém tão machista como aquele garoto? Ele com certeza queria me tirar do sério, mas eu manteria a calma. Era só mais um que achava que o Ensino Médio era o principal, mas logo, logo a vida daria um jeito naquele tipo.
- Pelo visto o soco que o Caíque te deu não foi o bastante e agora você quer a minha mão na sua cara! - digo sorrindo falsamente.
- Deixa o Caíque fora disso, Beatriz! - a Alice diz manhosa.
- De você? Faça-me rir! - o Lucas fala debochado.
- Se ela não for eu vou e acabo com você. E tu sabes que eu acabo! - o Carlos diz confiante com o olhar penetrado nos olhos daquele idiota - Mas a verdade é que você é só um playboyzinho que acha que todos te amam! - meu amigo diz - Vamos jogar, Bia!
Realmente o Carlos batia no Lucas. Desde pequeno ele lutava e com certeza era muito forte.
- Obrigada! - digo o abraçando.
- Ignora esses três e vamos jogar!
E ficamos jogando por um bom tempo, mas atentos ao celular para qualquer notícia da Gabi.
- Quem ganhou mais uma vez? Quem? - ele dizia rindo.
- O.k. Você. Mas é porque eu te deixei ganhar! - falo mostrando um belo sorriso. Vamos comer alguma coisa?
- Vamos sim, porque eu estou com muita fome!
O Carlos era um viciado em sanduíches com batatas frita e refrigerante. E toda vez que tínhamos a oportunidade de comer alguma comida de Fast Food, ele sempre pedia. Já eu pedi um belo prato com muito macarrão acompanhado de vários outros ingredientes.
- Um brinde ao nosso jogo e ao encontro da Gabi! - ele diz erguendo seu copo com refrigerante.
Ergui meu copo com água.
Um brinde.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Som do Coração
Jugendliteratur"O que você faria se um popstar se tornasse seu melhor amigo?" "E se você se apaixonasse por alguém que te vê apenas como uma garota que vive precisando ser salva?" Esta é a história de Beatriz, uma garota comum que vê sua vida mudar a partir do...