Fui para casa com vontade de chutar todas as coisas que eu via pela frente. Queria fazer igual nas novelas, jogar jarras, pratos e copos na parede para aliviar toda aquela raiva da minha meio irmã. Para quê ela fez tudo aquilo? Deus, como eu queria socar aquele rostinho com maquiagem Chanel.
A minha raiva era tanta que acabei dormindo para não destruir todo o meu apartamento colorido. Mas a carente de atenção da Alice não valia todo o meu esforço.
- Bia, acorda! - minha mãe aparece na porta do quarto - Tu vais se atrasar para o colégio!
Colégio?!
Por quanto tempo eu dormi? Será que a minha raiva era tanta que meu corpo demorou para tirar toda aquela tensão? Por sorte minha mãe não sabia de nada, caso contrário haveria uma série de perguntas que eu não estava afim de responder.
- Beatriz, rápido! - ela batia palmas para me despertar.
Me arrumei o mais rápido que pude e fui direto para a cozinha. Naquele dia era o pai da Gabi, o Artur que nos levaria para o Absoluto e ele odiava atrasos.
- Boa aula para vocês, garotas! - ele diz animado.
A cada dia que se passava eu estranhava cada vez mais as atitudes do Artur. Ele costumava ser sério e na dele, mas ultimamente ele nos dava barras de cereal, estava empolgado e hoje ouvia reggae. Reggae! Eu poderia imaginá-lo ouvindo qualquer estilo musical, menos reggae.
- Seu pai está me dando medo, Gabriela. De verdade! - digo.
- Imagina eu? A cada dia ele faz coisas diferentes, é como se ele quisesse voltar a ser adolescente.
E rimos daquela situação.
Entramos pelo portão principal e senti algo diferente, não, não era ansiedade nem nervosismo. Mas eu tinha a impressão de que todos me olhavam. É óbvio... Era por conta do escândalo da Alice. Como eu queria arrancar aquele cabelo dela.
- Eles estão te encarando. - a minha amiga diz.
- Obrigada pela sinceridade. - digo irônica me sentando no meu lugar de costume.
Mas ela estava certa, todos me olhavam, só que não era tão óbvio assim porque eles até tentavam disfarçar, mas sem êxito, é claro.
A maior parte da aula todos agiam normalmente, eu não tinha visto o Caíque, muito menos a Alice os alunos me olhavam uma vez ou outra mas nada de exageros.
- Bom dia, turma! - era o professor de Educação Física - Todos já para o vestiário que teremos aula na piscina.
Não ataque novamente, Beatriz do Azar!
Minha última aula na piscina não tinha sido das mais agradáveis para o bem do meu nariz. Eu esperava que desta vez eu saísse ilesa ou que o meu professor me dispensasse das aulas. Seria ótimo.
Fomos para o vestiário e dessa vez os maiôs azul marinho horrorosos foram substituídos - naquela aula - pelo vermelho, que eram um pouco mais bonitos.
- Como eu odeio essas toucas horrorosas! - digo.
- Todo mundo aqui odeia! - a Gabi ria.
- Ei, rouba namorados! - dizia uma menina da minha sala - Pare de reclamar e se supere no jogo dessa vez!
A Gabi sabia que eu iria discutir e colocar aquela garota no lugar dela. Quem ela achava que era? Nem sabia da metade da história.
Fomos para a área da piscina e do nada vejo o Carlos - quase - correndo em nossa direção.
- Oi, meninas! - ele diz nos abraçando, cada uma com um dos braços - Eu te liguei ontem várias vezes, guria!
- Desculpe, é que eu dormi a tarde e só acordei hoje. - dou uma leve risada.
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O Som do Coração
Novela Juvenil"O que você faria se um popstar se tornasse seu melhor amigo?" "E se você se apaixonasse por alguém que te vê apenas como uma garota que vive precisando ser salva?" Esta é a história de Beatriz, uma garota comum que vê sua vida mudar a partir do...
