Naquela manhã de sábado eu estava deitada na cama ainda, minha preguiça era maior e a minha cama estava quentinha o suficiente para que nada me fizesse sair dali, até o Ramires ainda estava dormindo todo encolhido.
Sabe aquele momento em que você deita com a barriga para cima e começa a observar o teto do seu quarto? O.k. Talvez ninguém faça isso, mas eu faço. E naqueles momentos eu gostava de observar aquele teto branco com um lustre cheio de pompons coloridos e pensar em algo que me viesse à mente. Lucas. Será que se ele não tivesse falado da minha altura eu ainda gostaria dele? Mesmo não tendo dado a mínima para mim? Acho que no final das contas, um garoto como ele não combinava comigo e vice e versa, acho que eu perdi todo o encanto que sentia até alguns dias atrás. Se ele for alguém do tipo "pego e não me apego" isso explica bastante coisa porque ele e a Amanda nunca se assumiram, todos sabem que eles ficam direto mas não estão juntos. Ou talvez foi uma opção dos dois. Mas o importante era que eu apenas tinha vontade de beijá-lo, e sumiu, não sinto mais nada.Gabi:
Beatriz Almeida! Vamos nos arrumar na sua casa hoje!
Bia:
Quê?
Carlos:
Por volta das sete estamos aí.
Bia:
Claro que vocês não pediram minha opinião sobre isso mas tudo bem. Até mais tarde.
Todos nós estávamos super empolgados com a ideia de ir ao show mas eu tinha me esquecido do principal: Minha mãe.
- Bom dia, mãezinha querida do meu coração! - disse dando um abraço nela que estava desenhando algo.
- Não vou te dar dinheiro, Beatriz! - ela dizia concentrada em seu desenho.
- Nossa, que visão você tem de mim, mãe! - disse fingindo estar decepcionada - Não vim lhe pedir nada.
- Então está bem.
- Não, espera! Eu tenho sim! - disse sorrindo - É que eu, o Carlos e a Gabi...
- Quando você fala isso é porque querem aprontar!
- Dessa vez não! É que os meninos da 5.1 irão tocar hoje e o menino que a Gabi gosta nos deu o ingresso.
- Então você quer ir?
- Por favor!
- Bia, você acabou de sair do hospital e tirou o gesso ontem!
- Por favor, mãe! É muito importante para nós!
- Que horas será?
- Nove. - disse juntando as mãos.
- Está bem, mas eu levo e busco! - disse sorrindo.
- Obrigada, mãe! - disse a abraçando.
- Tudo bem, mas você terá que fazer algo!
O quê?
- Você vai ter que ir bem linda, porque esses dias você está bem acabadinha! - disse sorrindo.
Valeu, mãe!
Agora sim eu poderia comemorar e deixar minha empolgação ir a mil. Obrigada força superior por ter me dado uma mãe compreensiva.
Só me restava esperar o dia passar e dar a hora dos meus amigos chegarem para que a gente pudesse se arrumar.|•|
Depois do que pareceu uma eternidade, finalmente deu a hora da Gabi e do Carlos vierem até minha casa. Como eu me sentia? Ansiosa, empolgada, nervosa, com a adrenalina super alta... Era assim que eu ficava em dias como esse.
- Bia, seus amigos chegaram! - disse minha mãe quase gritando.
E lá estavam eles, com a mochila nas costas. O sorriso que estampavam seus rostos era o mesmo que o meu, todos estávamos empolgados demais por sair da rotina.
- Tia, a gente vai dormir aqui, né? - disse o Carlos.
- Vão sim, eu imaginei mesmo. - minha mãe falou rindo - Vão ficar parados aí ou vão começar a se arrumar, porque são sete horas e o show é às nove.
E fomos em direção ao meu quarto. Todos estavam se ajudando, enquanto minha mãe fazia babyliss em meu cabelo, o Carlos maquiava a Gabi e assim ia... Um sempre ajudando o outro ao som de músicas e mais músicas que nos faziam parar o que estávamos fazendo e cantar em frente ao espelho com uma escova na mão.
Depois de algum tempo, depois de ver minha penteadeira lilás cheia de todo os tipos de maquiagem possíveis - e desorganizados - e o meu quarto com roupas e mais roupas, e sapatos jogados naquele cômodo estávamos prontos.
Me olhei no espelho e vi meu cabelo com leve ondas - obviamente por causa do babyliss - e eu usava um vestido justo - justo, não colado - sem manga que ia até o - quase - pescoço, era vinho e tinha alguns detalhes em dourado e usava uma botinha com saltinho grosso. A Gabi usava uma blusa ciganinha, uma saia jeans e sapatilhas. O Carlos estava com uma camisa estampada e calça jeans.- Uau, vocês estão um arraso! - minha mãe dizia empolgada - Façam uma pose para eu tirar uma foto!
E fizemos. Estava tudo tão bom, tão feliz... Essa com certeza era uma das melhores sensações da vida.
- Agora vamos porque ninguém quer perder o show, não é mesmo?
Seguimos até o carro, entramos e colocamos uma música animada. Nós estávamos tão felizes, tão empolgados com a ideia de se divertir... Mas algo acontece.
- M-mãe? - digo confusa - Por que o carro parou?
- Acabou a bateria! Eu devo ter deixado o farol ligado ou o som, não sei! Como eu não reparei nisso? - ela dizia se culpando.
- Nós não vamos mais no show? - disse o Carlos.
- Vocês vão sim! Eu só preciso dar um jeito de encontrar um posto aqui perto.
- Encontrar? Mas mãe, até você ir de encontro ao posto e voltar o show já vai ter começado! - disse tentando ficar calma.
Ela tentava não se desesperar mas era em vão. E o pior de tudo é que estávamos parados, de noite, em um lugar não muito seguro.
Ela tentava pensar em algo quando uma silhueta surge na janela dela. Fizemos a única coisa que era possível. Gritamos.- Socorro!
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O Som do Coração
Novela Juvenil"O que você faria se um popstar se tornasse seu melhor amigo?" "E se você se apaixonasse por alguém que te vê apenas como uma garota que vive precisando ser salva?" Esta é a história de Beatriz, uma garota comum que vê sua vida mudar a partir do...