Era hoje. O dia em que iríamos para o Acampamento Raio de Luz. Sim, era o acampamento do meu pai. Desde sempre nas férias de Julho nosso colégio vai para lá e aproveita alguns dias naquele belo lugar.
Eu estava muito animada porque sempre, sempre era muito bom, e mesmo que o meu próprio pai fosse dono de lá e provavelmente estaria lá também e com toda essa confusão eu não ligava. Queria ir para me divertir com meus amigos e aproveitar as férias em algum lugar em contato com a natureza. Eram esses os meus planos, me divertir, fazer trilha, fazer um luau à noite, contar histórias de terror em volta da fogueira e as gincanas que sempre tinham também.- Podemos ir, Bia? - minha mãe dizia encostada na porta do meu quarto.
Levantei cedo naquele dia e arrumei minha mala. A dona Camila podia ser meio doida, mas desde sempre ela fazia uma lista com tudo o que eu precisaria para usar lá. Ela morria de medo que eu me esquecesse de algo.
Antes que ela abrisse minha mala - que eu tinha acabado de fechar com muito custo - e fosse conferir tudo, eu já me adiantei:- Sim, mãe. - falo colocando a mala no chão - Conferi tudo e não estou esquecendo de nada!
- Certeza?
- Sim, general.
- Qualquer coisa você vai até o escritório do seu pai e me liga.
Outro fato importante: não podíamos levar telefone. Mas para o caso de fotos, o uso de máquinas de fotografia eram permitidas.
- Mãe...
- O.k. O.k. Não vou insistir. Agora vamos antes que você se atrase.
- Tchau, meu bebê. - digo abraçando o Ramires.
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Quando cheguei vários alunos já tinham chegado. E como sempre também, todos deviam ir para suas respectivas sala esperar que fôssemos chamados para ir ao ônibus, tudo isso para evitar bagunça e tumulto. O.k. Eu tinha que concordar, era muito funcional.
Eu estava sentada na minha sala compartilhando minha empolgação com a Gabi quando vejo um belo garoto do cabelo claro que fazia as meninas o acompanharem com o olhar.- E aí? - digo dando uma piscadela.
- Oi, Gabriela. - o Caíque acena.
- Você viu o Vítor?
- Ele ainda não chegou. Se você quiser eu peço para ele vir aqui.
- Não precisa, obrigada. - ela sorri.
- Gabizinha sempre tão fofa! - digo imitando sua fofura.
- E a amiga dela é tão ao contrário! - ele diz rindo.
- Engraçadinho!
- Deixa eu te falar antes que me esqueça. - ele fala mexendo nos meus inúmeros anéis que preenchiam meus dedos - Você quer ir comigo no ônibus? Vai, por favor.
- Deixa eu ver... Preciso olhar minha agenda. - digo rindo - Vou sim! Mas e a Alice?
- Não estou nem um pouco afim de ouvi-la falar sobre o quão difícil foi escolher suas inúmeras roupas em apenas uma mala. - ele fala sorrindo.
- Se é assim, então vamos! - e damos um toque com as mãos.
- Valeu, você é a melhor! - o popstar fala com um enorme sorriso e sai da sala.
Eu o acompanho sair da sala de aula e vejo a professora de Literatura entrar.
- Gente, vocês que forem juntos com alunos de outra sala esperem do lado de fora do ônibus. - ela dizia - Organizadamente, entenderam?
Finalmente iríamos...
- Agora se levantem com calma e me sigam!
Nos levantamos e seguimos aquela mulher fofa em direção aos ônibus.
- Você é a melhor, Bia! - a Gabi cochichava imitando o Caíque.
- Para, ele nem sabe que eu gosto dele.
O QUÊ?! EU NÃO DISSE NADA!
- O quê?
- Eu... Eu não sei como aquelas palavras surgiram aqui.
- Bia, já era! Você falou que gosta dele!
- Eu não disse isso.
- Disse sim! O Carlos vai saber disso! - ela ria muito de toda aquela situação.
- Chata!
Paramos em frente aos vários ônibus super modernos que nos levariam para São Paulo enquanto o motorista colocava nossas malas no bagageiro. Sim, íamos para São Paulo.
O sala do Carlos logo apareceu e eu já avistei o Caíque que vinha conversando com o Vítor. Com certeza ele era um menino muito estiloso. E mais uma vez eu estava fazendo uma análise sobre o estilo dele.- Vamos, Bia? - ele dizia colocando as mãos no bolso do moletom, já que o frio de Porto Alegre era bem rigoroso.
- Oi, gente! - era o Carlos - Vamos Gabizinha?
- Tchau, Gabi. - o Vítor dá um baita de um beijo nela e se afasta.
- Que beijasso! - eu e o Carlos batemos palmas.- Vamos, Beatriz Almeida! - o Caíque fala segurando minha mão e me puxando.
Me pego olhando para sua mão segurando a minha e um leve sorriso surge em meu rosto.
Olho para trás e vejo a Gabi cochichar algo no ouvido do Carlos, e ele imediatamente me olha erguendo uma das sobrancelhas. Era óbvio que ela tinha contado sobre o que eu disse - e não disse - agora há pouco. Ele faz um coração com as mãos e os dois riem. Olho com desdém para eles e mostro a língua, zoando.
Eu e o Caíque entramos no ônibus e nos sentamos nas poltronas que ficavam no meio. Era horrível sentar na frente e tanto quanto sentar no fundo, que sempre iam os que adoravam colocar pasta de dente no rosto de um que dormia.- Pode sentar na janela. - digo - Eu sei que você quer.
Ele se senta e eu tiro a minha mini mochila das costas e tento colocar naquela prateleira que fica em cima. O que foi em vão, eu não alcançava.
- Deixa que eu coloco. - ele dizia rindo.
- Não precisa! - digo dando pulinhos para colocar a mochila.
- Deixa de ser orgulhosa, Beatriz!
- Não, eu consigo.
Tentei jogar mas eu não dava conta, realmente para alguém com 1,47 m de altura era bem difícil. Aquele ônibus era super moderno e alto, era quase tão bom quanto viajar de avião. E mesmo com meus inúmeros esforços, não consegui colocar a bendita mochila.
- Está bem, você pode colocar, por favor? - digo.
Ele começa a rir.
- Não tem graça, Caíque!
- É claro que não!
Ele coloca minha mochila e se senta.
- Alunos, todos sentados e coloquem os cintos porque iremos sair agora! - dizia a professora.
E lá vamos nós.
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O Som do Coração
Novela Juvenil"O que você faria se um popstar se tornasse seu melhor amigo?" "E se você se apaixonasse por alguém que te vê apenas como uma garota que vive precisando ser salva?" Esta é a história de Beatriz, uma garota comum que vê sua vida mudar a partir do...