Capítulo 60 - Finalmente... Férias. Sim, férias.

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   Marquei o último "x" naquela última questão da última prova. Eram tantos últimos naquele dia, e lá vai mais um: era o último dia de aula do primeiro semestre.
   Todos nós trabalhamos tanto nestes seis meses que se passaram, eram apresentações, provas, a peça... Nem acredito que finalmente passou, que cada um cumpriu a sua parte e que todo esforço e horas e mais horas depois do horário de aulas, foram recompensados. Agora iríamos para o acampamento descansar e ainda teríamos mais uma semana para aproveitarmos longe do pessoal do Absoluto. Realmente precisávamos daquilo.
   Entreguei a minha prova e meus olhos foram direto para aquele relógio no centro da classe. Faltavam um minuto, apenas um minuto para eu poder ir para casa e não precisar acordar cedo no dia seguinte.

"... Senhores alunos, escutem com atenção o seguinte recado. E não, o sinal não irá tocar enquanto a sua querida diretora não terminar de dar o recado..."

   Era bom demais para ser verdade. Aquele um minuto que restava demoraria alguns minutos a mais.

"... O professor que estiver na sua sala irá recolher os formulários para o acampamento e depois de amanhã nos encontraremos aqui no colégio para iniciarmos nosso passeio. E mais uma vez quero parabenizar cada um de vocês pela belíssima apresentação da peça. Agora sim vocês estão liberados. Boas férias!..."

   Entregamos nosso formulário com a autorização e no instante em que o sinal tocou, todo nós gritamos de alegria e seguimos em direção à saída. Como era boa a sensação de não precisar se preocupar com escola nas semanas que viriam.

- Corram, meninas! - o Carlos dizia puxando nossos braços em direção à saída.

- Finalmente férias! - gritei enquanto corríamos por aqueles corredores.

   Todos nós esbajávamos felicidade, era nítido na expressão de todos aqueles alunos que comemoravam as férias que começavam naquele instante. Se tivesse música e coreografia, viraria um musical no estilo High School Musical.

- Bia, você vai para o acampamento? - era o Caíque.

   Pelo jeito ele tinha corrido também, pois sua respiração estava - quase - ofegante.

- Com certeza não perco um!

- Nos vemos lá então! - ele joga algumas mechas de cabelo que caíam sobre o olho para trás e sorri.

- Tchau.

   O encarei até vê-lo se encontrar com os outros meninos da 5.1 e entrarem em um carro. Que bom que nos encontraríamos no acampamento.

- Já deu, Bia. - dizia o Carlos - Ele já está seco.

- Quê?

- Você estava secando ele.

- Eu não estava!

- Estava sim, Beatriz! - era a vez da Gabi me implicar - Assuma logo que você está começando a gostar dele. 

   Eu não sabia o que dizer naquele momento. Eu nem mesmo sabia se eu realmente gostava dele ou se de tanto eles falarem sobre isso, estava confundindo as coisas.

- Viu só? Não disse nada. - ele diz.
- Vocês... Vocês não tem mais nada para fazer não? - digo caminhando - Nós ainda vamos naquele café?

- Vamos logo então, mas este assunto não acabou senhorita! - ela dizia com uma das sobrancelhas erguida.

    Caminhamos naquele dia frio em Porto Alegre, até dava para ver o ar que saía da nossa boca. O dia estava nublado e ventava muito.
   Desde sempre é assim. No último dia de aula do primeiro e do segundo semestre nós três sempre comemoramos o início das férias em algum restaurante. Comemos uma boa comida e ficamos conversando por horas e horas seguidas.

- Gente, aqui é uma gracinha. - a Gabi diz.

   Era um típico café estadunidense, um cômodo nada muito grande, com sofás e cadeiras e perto de várias estantes com livros nas paredes. Na verdade, não se via as paredes porque elas eram cobertas pelas inúmeras prateleiras de livros. E dava para ver a rua pois na entrada existiam grandes janelas.
   Escolhemos um belo sofá retrô no canto daquele café e cada um fez seu pedido desejando que ele chegasse o mais rápido possível, pois o cheiro de pães era bem explícito ali.

- Gente, não me deixe esquecer deste lugar. - digo bebendo meu café com leite - É maravilhoso!

- Concordo! - nosso amigo diz.

- Gente, nós vamos comprar algumas coisas para o acampamento amanhã?

- É óbvio que sim, Gabriela Sampaio!

- Bia... Bia... Sempre tão educada, não é mesmo? - ela fingia estar magoada.

- Sempre. - digo rindo.

- Mas falando sério, nós vamos, não é? Preciso comprar repelente.

- E que seja depois do almoço, porque eu não sou obrigada a acordar cedo em plena férias!

- A Bia fala isso aí amanhã ela acorda às sete da manhã! - ele diz rindo.

- Engraçadinho!
  

O Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora