Capítulo 64 - Uma gincana se inicia no Raio de Luz.

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   Acordei, tomei outro banho e coloquei minha botinha. Era sempre assim, quando eu estava no acampamento a minha botinha/coturno era minha aliada.
   Só quando entrei no refeitório percebi o quanto todos nós precisávamos tomar um banho e dormir. Não era nem um pouco fácil ficar 14 horas dentro de um ônibus.

- Bom dia, meninas! - era o Carlos nos guiando até a fila para pegar comida.

   O refeitório era igual aos de hotéis, digo na parte em que há várias mesas com todos os tipos de comida e você mesmo se serve. Haviam várias mesas e cadeiras que davam para uma bela mini sacada na entrada com direito à uma vista maravilhosa.

- Deus, como eu estava cansada ontem! - digo dando uma bela mordida na torta de frango.

- Se fosse só você! - o Carlos diz - Mas Bia, me conte como foi a viagem ao lado de uma celebridade.

   Apenas ri dando um gole no suco de maçã. O bom do acampamento era que a maior parte das coisas eram plantadas aqui, ou seja, praticamente tudo o que você comia, era daqui mesmo.

- Ouvi umas meninas falando que você é a maior sortuda por ser amiga dele!

- Aquelas que estavam atrás de nós, não foi, Gabi? Elas falaram que logo, logo o Caíque larga a Alice e fica contigo.

   As pessoas pensavam isso? Será que estava tão óbvio que e gostava dele? Quer dizer... Eu não sei se eu gosto dele ou se acho ele bonito e pronto.

- Como eu sei no que você está pensando, minha querida Beatriz. - ele diz - Sim, é bem óbvio. Qualquer um vê que um dos dois está interessado.

- Quem está interessado em quem? - diz o Vítor dando um beijo no topo da cabeça da Gabi.

   Por que você apareceu justo agora?

- Eu! - o Carlos diz - Eu estava saindo com um menino mas nem deu certo.

   Ufa... Obrigada, meu amigo.

- Gente, eu sinto muito mas vou roubar a amiga de vocês por um instante. - ele e a Gabi saem da nossa mesa.

   Eles com certeza eram um casal fofo. O jeito que o Vítor a tirou da mesa todo delicado, e que segurava sua mão era super fofo e romântico.

- Obrigada. - digo aliviada - Imagina se ele ouve que eu acho que estou afim do Caíque?!

- Então você está? - ele fala erguendo as sobrancelhas.

   Eu gostava mesmo? Ou estava apenas confusa?

- Eu... Eu não sei. Eu não sei se o jeito dele me fez confundir as coisas ou se tanto de você e a Gabi falarem estou vendo coisas aonde não têm.

- Posso ser sincero? - ele diz sério e me encarando - Aquela vez que vocês se beijaram eu tenho certeza que vocês se desejavam, mas não existia sentimento, porque ninguém olha para uma pessoa e beija sem mais nem menos. Mas agora... Eu não sei dele, no entanto você gosta dele sim, eu tenho conheço há muito tempo, Bia.

- Mas...

- Deixa eu falar, guria! Não dá para saber se ele gosta de ti mais do que amigos, mas ele prefere a sua companhia à da Alice isso é fato. A Gabi me contou o que ele disse da própria namorada quando te convidou para viajar com ele.

- Eu não sei...

   Desde sempre eu fui uma menina direta. Se eu gostava, chegava na pessoa e falava, nunca gostei de mimimi, se tinha vontade de beijar, ia pronto, assim como fiz com o Lucas. Porém, com o Caíque era diferente e não sabia o porquê de eu estar tão confusa. Eu nem mesmo sabia se gostava realmente dele. Por que com ele eu era tão racional, do tipo que pensa mil vezes antes de agir, sendo que desde sempre fui impulsiva?

- Bia? - era a Moana - Eu estava te procurando!

- Oi! - digo dando um forte abraço nela - Que saudade que eu estava de ti!

- Eu também! Oi, Carlos! - ela acena.

   Eu tinha sentido falta de vê-lá todos os dias.
   Após o café da manhã, fizemos um tour por todo o acampamento para que todos vissem o quão lindo era.
 
- Pessoal, cinco minutos para beber água e ir ao banheiro porque nós iremos fazer uma gincana! - diz a Moana.

   Como eu adorava aquelas gincanas!

- Os instrutores estão dividindo vocês em duas equipes e o principal objetivo é pegar a bandeira da equipe adversária primeiro e tocar a buzina. Lembrando que vocês deverão seguir o mapa e quem for atingido pela tinta está fora!

   Fui separada do Carlos e da Gabi e quando olhei para trás e vi minha equipe, só podia ser brincadeira. Eu, Caíque, Alice, Lucas, Breno (o menino que me jogou a aranha falsa) e mais outros.

- Coloquem essa bandana aonde quiserem e vão para a linha de partida.

   Amarrei minha bandana preta no braço e fui para a linha de partida juntamente com a equipe adversária, a alaranjado.

- Três, dois, um... Valendo! - diz a Moana soprando o apito.

   No mesmo instante comecei a correr em direção à um lugar mais seguro. O importante era encontrar um lugar não movimentado, traçar um plano com sua equipe e decidir quem seria o atirador e quem corria melhor para ir aog topo do monte e pegar a bandeira.
   Conseguimos nos agachar perto de um tronco caído, lá ninguém nos veria.

- O plano é o seguinte. - digo com a respiração acelerada.

O Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora