E pela primeira vez todos concordaram com o plano. Eu e o Caíque ficaríamos responsáveis por pegar a bandeira - já que ele corria rápido e eu conhecia o acampamento - o Lucas estaria com uma das armas de paintball para nos proteger, a Alice e o Breno iriam distrair e dois meninos ficariam com as armas na base da nossa bandeira para proteger a mesma.
- Então vamos logo! - diz o Lucas se levantando - Cada um segue o que foi planejado, pelo amor de Deus!
Começamos a correr em direção a bandeira mas ao mesmo tempo tomávamos cuidado para não sermos vistos.
Mesmo que eu tivesse minhas diferenças com eles, todos estavam seguindo o plano, o que era ótimo. Nada de imprevistos. O Breno e a Alice iriam distrair o pessoal que estivesse com armas, eu e o Caíque iríamos pegar a bandeira enquanto o Lucas nos protegeria de qualquer um que ousasse se aproximar.
E depois de muito correr, vimos um menino e uma menina com armas olhando para todos os lados.- Vão. - o Caíque cochicha e a Alice e o Breno saem correndo atraindo a atenção dos que estavam de vigia.
- Vamos agora! - o Lucas diz e começamos a correr.
A adrenalina estava a todo vapor. É como se tudo aquilo fosse de verdade.
Corri em direção ao monte que ficava a bandeira e ninguém havia nos visto. Mas nem tudo dura para sempre. Quando atravessamos o córrego - que dava para o rio - nossas pisadas na água fizeram barulho e um dos vigias nos viram e por pouco não fui acertada.- Se escondam! - grito.
Me jogo atrás de uma grande pedra e fico quietinha até que seja seguro voltar a correr.
Os meninos também conseguiram se salvar e estão atrás das árvores. Olho para o Lucas que dá um sinal para que a gente espere. O mesmo sai detrás da árvore gritando e atira no menino em cima do monte, só que ele também é atingido e os dois estão fora da gincana.- Vamos. - o Caíque diz.
A gente corre em direção ao monte que ficava ao lado do grande rio e por incrível que pareça não tinha ninguém para nos impedir. É isso, vamos ganhar!
Quando vou pegar a bandeira e tocar a buzina sinto um empurrão nas minhas costas e me vejo caindo no rio.- Eu quem vou pegar a bandeira, Beatriz!
- Bia! - o Caíque tenta me segurar mas acaba caindo também.
Tinha sido a Alice.
- Você está bem? - ele diz tirando tirando alguns fios que caíam sobre meu rosto.
- Pegue a bandeira, Alice! - grito.
- Solte meu namorado agora, Beatriz! Se não eu vou te bater!
- Alice aperte a buzina! - nós gritamos.
Ela pula no rio com a intenção de fazer o quê eu não sabia. O que ela tinha feito? Para quê tudo aquilo?
Olhamos para cima e vejo o Breno correndo em direção à bandeira, mas foi em vão.A buzina é tocada. E nós perdemos.
Alice...
- É tudo culpa sua, garota! - grito com ela que surge após o pulo.
- Meu tornozelo! - ela grita.
- O quê? - digo.
- Caíque, me ajude! Meu tornozelo está doendo muito!
Ele a pega no colo tirando-na da água.
- Acho que eu quebrei! - ela chorava.
Que fresca!
- É melhor levá-la para a enfermaria. - digo impaciente.
Eu não acreditava que ela tinha feito tudo aquilo. Perdemos por causa dela e agora a louca da menina provavelmente torceu o tornozelo por causa da sua imaturidade.
Ficamos o caminho inteiro em silêncio, no entanto, foi o prazo de chegarmos na linha de partida - onde todos estavam - que a Alice começou a gritar de dor. Deus, tudo isso era para chamar a atenção?!- O que aconteceu? - diz a Gabi e o Carlos.
- Nem te conto. - digo.
|•|
Depois do jantar fomos para a fogueira comer marshmallows e ouvir histórias de terror. Sempre fazíamos isso e era muito bom. É óbvio que sempre tinham aquelas que adoravam chamar atenção e fingiam estar morrendo de medo só para surgir algum menino e "protegê-las". Como se fosse surgir algum monstro e nos atacar.
O resto do dia a Alice ficou com o tornozelo enfaixado e descobrimos que foi apenas uma torção, ou seja, não precisava daquele escândalo todo. E mais uma vez a Alice provou que adora ser o centro das atenções. Que tolice. O Caíque tinha passado o dia com ela enquanto a ouvia se queixar sobre o quão injusta era a vida por tê-la feito se machucar. Eu tinha dó dele por ter que ouvi-la falar.
E naquele momento comecei a pensar em como o Caíque era uma boa pessoa: mesmo com todas as frescuras da Alice, ele ficou ao lado dela para ajudá-la; ele me defendeu do machismo do Lucas e ainda levou uma suspensão por minha culpa; ele enfrentou o professor de Física e provou que a minha nota estava errada; ele me visitou no hospital quando caí da escada sem nem me conhecer direito e ainda pediu desculpas sem nem ter culpa de nada. Ele era alguém incrível e que estava sempre disposto a ajudar os outros mesmo que não fosse tão favorável para ele. E a partir daquele momento percebi que sim, eu gostava dele mais do que amigos. Eu queria poder beijá-lo outra vez e dizer que queria repetir mais outras vezes. Queria poder observá-lo jogar o cabelo para trás quando algumas mechas caíam sobre uma parte do olho e queria vê-lo sorrir e mostrar seus belos dentes.Caíque, eu gostava mesmo de você.
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O Som do Coração
Fiksi Remaja"O que você faria se um popstar se tornasse seu melhor amigo?" "E se você se apaixonasse por alguém que te vê apenas como uma garota que vive precisando ser salva?" Esta é a história de Beatriz, uma garota comum que vê sua vida mudar a partir do...