Capítulo 25 - Atirei luz em patos

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Se existe algo na vida, que todos, sem exceção devem saber, são os tipos de sorrisos do mal.

Existe o sorriso intimidador, aquele que você sabe que a pessoa faz para te pressionar a fazer algo ou a deixar de fazer, mas acredite, não é o pior deles.

Existe o sorriso sapeca, que sempre sugere que planos malucos e perigosos vão vir á tona, mas acredite, não é o pior deles.

Existe o sorriso macabro, esse pode ter certeza que você está frito, mas ainda sim não é o pior deles.

O pior de todos é o Sorriso-Henrique. E como defini-lo para você? Eu não posso, você precisaria ver com seus próprios olhos para saber o quão ruim é estar vendo um Sorriso-Henrique.

Henrique se aproximou da minha mesa, puxou uma cadeira e se sentou bem á minha frente.

- Você mentiu. – Eu disse.

- Você também.

- Me fez pensar que era um Ceifador! Deixou-me louca de preocupação pela Cíntia.

- Não parece. – Disse ele. – Já que ela não recebeu nenhuma ligação de você, desde que veio para cá, ao contrário do seu namoradinho.

Como ele ousa?

- Do que vocês estão falando? – Túlio Perguntou. Eu havia esquecido que o garoto ainda estava ali.

- É uma longa história. – Disse fulminando Henrique com o olhar. – Mentiu para ela por todo esse tempo. Envolveu Cíntia numa coisa que...

- Você não tem o direito! – Ele bateu com o punho na mesa, chamando a atenção de algumas pessoas. – O meu relacionamento com ela não tem nada haver com isso. Eu escondi para protegê-la, assim como você.

- Você deveria ter me contado. – Eu disse raivosa. – Ficou dois anos me observando e sabia o que eu era, por que não disse nada?

- Eu tenho tarefas á cumprir. – Ele disse. – As coisas não funcionam do seu jeito.

Franzi as sobrancelhas.

- Não? – Retruquei. – Pois acho que veio por algo que estou envolvida, ou eu estou errada?

Ele grunhiu de raiva e saiu andando.

- Que foi isso? – Perguntou Túlio.

- Como eu disse, é uma longa história. - Apoiei meu rosto nas mãos e dei um longo suspiro. – Quando os Protetores irão conversar com o Diretor?

- Teremos uma reunião um pouco antes do treinamento da tarde.

- Espere aí! Esse "teremos" quer dizer que nós vamos? – Perguntei.

- Sim, afinal nós é que começamos isso tudo.

Eu sorri, mas não de um jeito mal. Sorri porque eu iria botar para quebrar.

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Já estava na hora da reunião e eu já estava em frente á sala do diretor á mais de dez minutos esperando ansiosamente esse momento. Após todos chegarem, nós entramos e nos acomodamos lá dentro. Contei sete protetores, incluindo Luís e Henrique e mais quatro incandescentes, incluindo eu. Eric também estava lá. Já fazia um bom tempo que eu não o via.

- Pois bem. – Disse Júlio – Podem começar.

- Todo o conselho dos Protetores concordou. – Começou um garoto de cabelos castanhos encaracolados, sua pele era tão branca que eu poderia confundir com leite. Ele devia ter por volta de uns 24 anos. – Nós nos reunimos á pedido de Luís e desses quatro garotos e chegamos á conclusão de que a guerra não é a melhor solução, mas é a única que temos. Pode ser que perderemos muitas vidas, mas já perdemos mais que o suficiente para provar que ficar parado só nos trará mais sofrimento.

IncandescentesOnde histórias criam vida. Descubra agora