Capítulo 46 - Espero não ser um alien

1.1K 152 155
                                    


A música do capítulo é Waiting for the End de Linkin Park.  Sugiro repetirem a música se não der para o capítulo inteiro. Espero que gostem ;)

-------------------------

Eu posso dizer que aquele dia ficou marcado na história dos Incandescentes e na do mundo também. Digo isso, porque logo depois que os outros Incandescentes chegaram, vimos cerca de pelo menos quatro helicópteros voando acima de nós e não eram nossos ou dos Ceifadores. Eram das pessoas normais. Pude perceber que eram de emissoras de rádio ou televisão. Bom, aquilo com certeza estava sendo registrado e muito possivelmente nossa identidade seria exposta, mas estávamos ganhando a guerra e não podíamos nos importar com aquilo naquele momento.

Logo depois de contra-atacarmos, os Ceifadores perceberam que estavam perdendo e começaram a largar as armas e fugir. Poucos conseguiram, a maioria foi presa por nós. É triste dizer que os outros prédios desabaram. Tudo o que restou foram destroços e a lembrança de um lugar que jamais esqueceríamos. Tudo terminou tão rápido que nem percebemos. O sol já começava a mostrar seus sinais.

Eu encontrei Diogo correndo em minha direção. Ele me deu um abraço tão apertado que estralou meus ossos das costas. Durante tanto tempo pensei no quanto havia mudado e não reparei no quanto ele também havia mudado. Ele se arriscou tanto por algo que nem era sua responsabilidade. Gemi de dor quando ele tentou me levantar.

- Precisamos cuidar da sua perna. – Diogo disse tirando o cabelo do meu rosto suado.

Eu apenas acenei. Estava tão cansada que falar parecia ser difícil. Eu mal suportava meu cheiro de suor e sangue. Precisava desesperadamente de um banho.

Algumas barracas improvisadas foram armadas para ajudar os feridos. Meus pais estavam ajudando e ficaram chocados quando me viram.

- Querida, o que houve? – Mamãe perguntou.

Não me lembro de ter respondido. Não me lembro se desmaiei ou se dormi por muito cansaço. Tudo ficou preto de repente.

Havia vários dias que eu não sonhava, mas aquele sonho em especial foi diferente. Era como se despertasse alguma parte de mim que eu não soubesse que tinha:

- Oi querida. – Mamãe disse. Eu estava deitada e minha perna estava enfaixada e não doía tanto quanto antes. – Eles cuidaram do seu ferimento e você vai ficar bem. Seu irmão quase morreu de preocupação.

Estávamos numa área hospitalar, mas não estávamos na Corporação. O lugar estava ocupado de camas e tinham vários feridos ao meu lado e muitas pessoas corriam de um lado para o outro.

- Estamos num lugar provisório querida. – Mamãe disse quando percebeu que eu estava confusa. – Esse lugar está escondido no meio da floresta. Era para casos como esse.

- Os Ceifadores. – Eu disse.

- Não tem que se preocupar com isso. Não sobrou nada na Sede deles. Verônica explodiu aquele lugar. Os que ficaram não vão ter para onde ir e aos poucos essa comunidade grotesca vai acabar.

Uma enfermeira carregava uma bandeja com um pote de sopa. Ela era desajeitada e não conseguia equilibrar a bandeja nas mãos direito.

- Vai ter uma reunião daqui a três horas. Você só precisa ir se quiser. – Mamãe disse.

Quando estava passando em frente á minha cama, a enfermeira se desequilibrou e deixou cair a sopa em mim. O líquido quente caiu sofre minha perna enfaixada e eu gemi de dor.

- Meu Deus! – Exclamou mamãe.

- Mil perdões. – Disse a enfermeira. – Mil perdões.

- Está tudo bem. – Eu disse. – Pelo menos a sopa é de batata.

IncandescentesOnde histórias criam vida. Descubra agora