Capítulo 38 - Acho que Mon amour virou minha amiga. Droga!

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- Eu disse que não devíamos ter trazido esse cão. – Eric reclamou. – E olha que fedor. Maia, tu tem que dar banho nesse cachorro!

- Acredite em mim, Eric. Não há banho que tire essa catinga. – Disse olhando Cheetos fazendo cara de santo porque eu estava muito brava com ele.

Cecília revirou os olhos e tirou um par de tênis da mochila dela. Eram rosa com spikes dourados.

- Você tem sorte que trouxe um par de tênis a mais.

- O que? Quer que eu use isso? Tem mais frufru que um guarda-roupa de criança.

Não. Eu não sou bem aquele tipo dramático de garota que diz que odeia tudo que é rosa, que é roxo, que é feminino ou sei lá o que. É só que aquilo era Cecília demais para uma Maia usar.

- Vai querer ou não? – Ela perguntou impaciente.

- Tá bom. – Peguei os tênis e os calcei. Por sorte, ela calçava o mesmo número que eu. Só que eu estava ridícula naquilo.

- Vamos logo antes que anoiteça. – Eric disse. – Quero poupar as baterias da lanterna.

Imitei ele falando e Cíntia riu. Saímos do jardim, passando pelo portão, que agora era apenas alguns pedaços com buracos. Não damos nem dez passos para fora direito e ouvimos alguém correndo até nós.

- Achei que tivesse perdido vocês. – Disse Vitória.

Não! Não! Não! Mil vezes não! Ah, santa cocadinha! Eu não mereço isso.

- Oi? - Cecília perguntou – Ela não vai vir conosco vai?

- Vai? – Eric disse, mas soou mais como uma pergunta. – Ela já está aqui de qualquer jeito.

- Você vai voltar, Vitória. – Túlio disse á ela. Ele estava fazendo o típico papel de irmão mais velho. Só era difícil saber quem dos dois saiu primeiro, uma vez que eram gêmeos.

- Você não pode me obrigar. – Ela rebateu.

- É perigoso. – Ele disse.

- Não interessa. Eu vou e acabou. Além do mais, estou levando a katana e pode ser útil.

Túlio a encarou. Talvez Vitória parecesse mais comigo do que eu quisesse admitir. Ela tinha a mesma teimosia que eu e fazia as mesmas coisas com Túlio, que eu fazia com Arthur.

Isso era uma droga!

- Não há nada que eu vá fazer que te faça voltar, não é mesmo? – Túlio perguntou.

- Não. – Vitória sorriu.

- Fique atrás de mim sardenta. – Ele cedeu.

- Será que agora podemos ir? – Eric perguntou impaciente.

Cheetos estava rodopiando aos pés de Eric e puxou seus cadarços até tirá-los afrouxá-los

Eric olhou para os tênis impacientes e depois para o meu cão, com aquela cara de quem diz "Corre, se não você morre".

Ah! Droga.

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Percorrermos durante uns quarenta minutos. A viagem não era tão longa. Chegaríamos em no máximo mais trinta minutos. O sol já começava a se pôr e já era possível ver a lua. As nuvens estavam cor de rosa, meio alaranjadas e a floresta já começava a ficar escura. Era uma coisa bonita de se ver.

Eric foi murmurando o tempo todo, dizendo coisas como "Se esse cão não estivesse aqui, meus sapatos estariam secos e não encharcados de baba" ou "Não sei qual a vantagem de ter um cão aqui".

IncandescentesOnde histórias criam vida. Descubra agora