Capítulo 41 - Aguardo a Surpresinha

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Diogo

A Corporação havia virado uma zona de guerra. Muitos de nós atirávamos flechas enquanto os outros lutavam lá embaixo. Cessamos fogo por um tempo, era difícil ver se acertávamos os inimigos ou nossos amigos. Alguns de nós não conseguiram ficar parados e acabaram descendo para ajudar. No meio de toda aquela fumaça, eu via apenas luzes, mas não via de onde saíam e nem para onde iam. Eu não tinha como irradiar luz, por isso fiquei na minha posição ao lado de Jorge, que não tirava os olhos da batalha lá embaixo, por mais que o máximo que conseguíssemos ver eram sombras e luzes.

Ouvimos um estrondo. O chão tremeu e senti que o prédio estava desmoronando.

- Para baixo. – Jane gritou. – Agora!

Nós começamos a correr o mais rápido possível para descer. Outro estrondo foi ouvido e então estilhaços passaram voando por mim. Um garoto na minha frente fora empurrado por algo e caiu do prédio.

Os ceifadores tinham canhões!

- Merda! – Jorge gritou. – Temos que sair rápido.

Continuamos a correr. Todos estavam com medo. Aquele garoto provavelmente já estava morto. Não é todo dia que se cai de sete andares e sobrevive.

Ao chegar no quarto andar, vimos uma cena que nunca será esquecida. Incandescentes lutavam contra os Ceifadores. Eram muitos inimigos. Nós começamos a lutar também e eu tentei derrubar um dos Ceifadores que se aproximava de uma garota. Tomei sua arma e atirei contra ele.

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Luís

- Pode funcionar. – Sara disse. – Consigo fazer em menos de cinco minutos.

- Não. Eu faço isso. – Pedi.

- Sara é menor e mais ágil. – Valentina disse. – Tenho certeza que ela ficará bem.

Estávamos em uma das entradas secretas de segurança da Sede dos Ceifadores. Depois que Aran e Verônica hackearam o sistema de segurança, conseguiram abrir uma dessas entradas. Entraríamos e libertaríamos os Incandescentes, mas para o plano funcionar precisaríamos da entrada principal e ela só poderia ser aberta na sala de controle.

Sara queria ir.

- E se te encurralarem? – Perguntei.

- Todos devem estar se preocupando mais com os Incandescentes. – Aran comentou. – E ela sabe se defender sozinha.

- Estão prontos? – Verônica perguntou.

Nos entreolhamos e assentimos. Respiramos fundo antes de entrar.

Era a hora.

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Maia

Já fazia uns vinte minutos que Enzo irradiava luz na torre. O garoto já estava cansado e eu também. Vi Túlio subindo e dizendo alguma coisa.

- O que? – Eu disse. – Não consigo te ouvir.

Ele subiu mais alguns metros e repetiu.

- Você precisa descer! – Ele gritou. – Eric precisa de você.

- E o garoto?

- Eu fico com ele.

- Enzo. – Chamei. O menino olhou para mim. Eu podia ver em seus olhos que ele já não aguentava mais, mas tentava se manter forte. – Aguente só mais um pouco, tudo bem? Logo vai acabar.

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