Capítulo 31 - Parece que não sou um vagalume de verdade

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A música do capítulo é Midnight City - M83 ( Vocês já devem ter percebido que estou In love com M83 né? Hahaha)

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É normal quando crianças sentirmos medo do boi da cara preta, bicho papão ou do homem do saco. Quando crescemos descobrimos que isso era apenas uma invenção dos nossos pais, para fazermos o que eles mandavam. Até mesmo as canções de ninar, como "Dorme neném que a cuca vai pegar" já nos punham medo, e ai de nós se nos atrevêssemos a não dormir.

Por que estou falando isso?

Eu não faço a menor ideia. Eu só não sabia exatamente como começar esse capítulo e essa foi a primeira coisa que me veio á mente. Se vocês vissem a bagunça que estava a biblioteca, iriam me entender.

A biblioteca havia virado um centro de batalha. Era incrível como todo mundo treinava. Estávamos dando suor e sangue naquilo. Os instrutores haviam trazido as armas e outras coisas úteis para treinar. Logo logo, seria a minha vez. Ainda não tínhamos conseguido restaurar contato com os outros Protetores, mas se as coisas continuassem assim, nem Os Vingadores nos parariam.

E eu estou falando sério.

- Mais força nisso aí. – Disse Eric para um garoto que lançava feixes num saco de batatas. – Você está batendo num Ceifador ou o que?

- Temos que contar para ele. – Disse Túlio segurando uma katana ao meu lado.

- Holy Shit! Isso aí é uma katana mesmo? – Perguntei tentando pegá-la, mas ele não deixou.

- Calma aí, esfomeada. – Ele disse. – Se não souber usá-la direito, vai acabar ficando sem seus dedos.

Arqueei uma sobrancelha.

- E você, por acaso, sabe usá-la? – Perguntei

- Não. – Ele disse. – Mas minha irmã sabe.

Existe alguma coisa que a Vacatória não saiba fazer?

- Vamos usar isso na guerra? – Perguntei

- Só em casos extremos. – Ele deu de ombros

- O que você estava dizendo mesmo? – Falei, olhando um garoto numa batalha contra outro. Ele caiu de cara no chão, enquanto o outro irradiava luz sem parar nele.

- Precisamos contar á Julio que os Ceifadores pegaram o livro. – Tulio falou guardando a katana.

Seria legal demais ter uma Michonne da vida numa guerra como essas.

- Eu sei. – Disse sem tirar o olho da katana. Olhei para ele e Túlio me encarava – Só que preciso sentir aquela força interior, sabe? Não é fácil não meu amigo

Ele riu.

- Anda, Maia. – Ele disse me empurrando levemente para onde o diretor estava. – Quanto antes melhor.

Assenti com a cabeça. Com tantas coisas que estavam acontecendo, retirar esse peso das costas já seria de grande ajuda.

Júlio estava encostado numa pilastra, lendo um papel. Seus óculos estavam meio tortos em seu rosto e isso o deixava com um ar um pouco menos sério que o normal. Quando ele nos viu, retirou os óculos e os pendurou na camiseta cinza.

- Nós podemos conversar? – Perguntei

- Claro. – Ele respondeu.

Júlio nos guiou até uma das fileiras de estantes de livros. Era uma das poucas que não estavam ocupadas pela bagunça dos Incandescentes.

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