Capítulo 29 - Coragem não é a ausência de medo.

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A música do Capítulo é Réquiem For a Dream

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Eu geralmente não começo a dizer coisas assim no começo de um capítulo. Estou sempre de bom humor, com as minhas piadinhas internas e tentando fazer graça com todas as pessoas. Eu gosto de vê-las sorrir.

Se antes eu tentava controlar minhas gracinhas e não conseguia, naquele momento, eu tive certeza que não precisa mais tentar controlar, pois é como se tivessem arrancado aquela Maia de mim.

Minha vida tomou rumos inesperados. Conheci pessoas que jamais imaginei conhecer, fiz coisas que jamais imaginei que faria e mudei bastante. Eu olho para a minha vida antes e parece que foram apenas resquícios de um sonho, do qual você mal consegue se lembrar.

Mas de todas as coisas que poderiam acontecer comigo, isso com certeza não era uma delas.

E eles iriam pagar por isso.

- O-O que aconteceu a-aqui? – Jackie disse e pela primeira vez vi lágrimas nos olhos da garota.

A Corporação estava um caos. As pessoas gritavam e corriam, choravam e se abraçavam. Estavam todos reunidos perto da fonte, que agora era somente pedaços quebrados. Alguns dos instrutores apagavam o fogo que saíam de alguns lugares dos prédios.

Só que faltavam pessoas. Eu tinha certeza que não estavam todas aqui.

Nós corremos em direção á multidão, ignorando o frio da noite, tentando encontrar alguém que pudesse nos dar explicações, quando fui puxada por uma mão.

- Maia. – Disse Laura me abraçando. – Eles pegaram minha irmã! Eles estão com ela agora. – Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Nunca a vira desse jeito.

Eles não tinham o direito!

- Laura, o que aconteceu aqui? – Perguntei atônita.

- Onde você estava? – Aran chegou perto de nós com um semblante assustado.

- Eu saí. – Disse. – O que aconteceu aqui?

- Eles nos atacaram Maia. – Aran disse. – Eles vieram, pegaram vários de nós e saíram.

Nada disso fazia sentido. Por que eles não tentaram matar os outros?

- Maia! – Eric gritou. – Vá para o auditório. Agora!

Ainda assustada, antes de sequer pensar em outra coisa, fiz o que ele havia pedido e fui correndo para lá, antes de entrar no prédio principal, dei uma olhada para trás e vi o desespero de todas as pessoas.

Aquilo estava realmente acontecendo e eu não sabia como faríamos para controlar tudo aquilo.

O prédio principal não era mais como eu me lembrava. Haviam vários pedaços quebrados de vidros no chão. As janelas foram todas quebradas e o velho sofá que ficava ali, estava completamente destruído. O tapete de números nem estava mais ali. Quanto mais eu me aprofundava no prédio, mais as coisas iam ficando ruins.

Eles destruíram tudo.

O auditório era uma das únicas partes que ainda estavam intactas.

Júlio estava lá. Junto com meus amigos que foram comigo atrás de Cíntia e vários outros instrutores.

- Eu não vou perguntar onde estavam quando essa bagunça aconteceu – Júlio disse, sério. – Agora o mais importante é o que vocês podem fazer. Nós fomos atacados sem aviso. Perdemos contato com os Protetores da sede, tenho um pequeno pressentimento que foram descobertos.

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