Capítulo 39 - Tangente no Helicóp... Banheiro

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Luís

Existe uma coisa que nunca entendi do ser humano. O porquê fazem tantas guerras. A humanidade já sofreu inúmeras vezes por isso. Guerras diferentes em tempos diferentes por motivos diferentes. Acontece que parece que é apenas que assim que o ser humano aprende algo.

Talvez se a maioria das pessoas tivesse a oportunidade de voltar no tempo e impedir a Segunda Guerra Mundial, acredito que todos fariam isso, mas será que seria o certo?

Uma vez estava na escola e ouvi meu professor de física dizer sobre a Teoria do Caos. Uma certa menininha brincava com sua bola numa linda manhã ensolarada, esta se distraiu ao ver uma borboleta e deixou sua bola rolar até a estrada. Com toda sua ingenuidade, a garota correu atrás da bola. Há alguns metros dela, um caminhão se aproximava e para não atropelar a menina, este freou bruscamente e acabou tombando. O caminhão transportava sal e por tombar, começou a pegar fogo. A fumaça, carregada de cloreto de sódio, subiu para as nuvens e atraiu gotinhas de vapor d'água que formaram gotas de chuva e cresceram até terem o peso para cair novamente. Assim começou a chover.

Basicamente, a garota mudou o tempo porque se distraiu.

"Mude uma coisa e todas as outras coisas irão mudar sozinhas"

O fato de esbarrar em uma pessoa, pode talvez mudar o futuro da sua vida. Talvez o tempo que levou para esbarrar nela, foi o tempo que levaria para você estar no ponto exato onde um carro te atropelaria. E adivinha? Aquela pessoa te salvou, mesmo que ela nunca saiba disso e nem você.

O que tiro disso tudo é: Se essas guerras nunca tivessem acontecido, será que as coisas seriam piores ou melhores? Afinal, o ser humano passou a ter certa humanidade recentemente.
Será que muitos de nós precisaremos morrer para que as coisas fiquem melhores no futuro?

Eu não faço a menor ideia, a única coisa que tenho certeza é que apenas lutando é que vamos descobrir.

Verônica, Aran, Sara e eu, já estávamos sobrevoando no helicóptero. Chegaríamos em cerca de três horas ou talvez menos. Aran usava o notebook e tentava destravar códigos que Verônica o havia passado. Ele precisaria invadir o sistema primeiro, para que depois pudéssemos entrar. Só que aquela não era uma tarefa muito fácil. Eu não sabia qual o nível que o garoto asiático possuía em hackear, mas ele parecia estar tendo dificuldades. Infelizmente não houve muito o que eu pudesse fazer, já que eu não entendia muito do assunto. Na verdade, ainda me perguntava porquê estava aqui.

- Qual a diferença entre Hardware e Software? – Perguntou Aran.

- Piadas de nerd de novo? – Sara revirou os olhos.

- Me ajuda em momentos de tensão .- O garoto deu de ombros.

- Tá bem... Não faço a menor ideia. Qual é?

- É que o Hardware a gente chuta e o Software a gente xinga.

Sara não riu, mas Verônica parecia uma lontra desidratada de tanto rir.

- Você é mesmo um geniozinho. – Verônica comentou.

Sara parecia já não ter mais paciência. Ela estava sentada com o queixo apoiado numa das mãos. Seus cabelos castanhos cacheados caíam pelo seu rosto, emoldurando seu rosto, que tinha uma cara de tédio contida nele. Ela parecia ter uns dezesseis anos.

- O que o seno disse para o cosseno quando bateu na porta do banheiro?- Aran perguntou.

- O que?

- Tangente. – Aran riu baixo. – Entendeu? Tan...Gente

Daquela vez até eu não consegui evitar de cair na gargalhada.

IncandescentesOnde histórias criam vida. Descubra agora