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" Querido diário...
Faz tanto tempo que não pego em você e desabafo aqui, que resolvi fazer isso hoje.
Minha vida mudou bastante em vários aspectos. O papai, que era um rei para mim, está mais grosso e ríspido. É a mamãe está mais — sem querer onfedê-la — nojenta, e me trata como se tivesse sete anos de idade.
Sobre o Matheus, hoje somos mais que bons amigos, sim, tenho um namorado.
Ele se sentiu ofendido depois de uma noite a qual ficamos bêbados e eu perdi minha virgindade loucamente. Se culpou por vários dias, mas depois tive uma boa conversa com ele e ele acabou se declarando.
Nosso namoro é secreto. Por causa da sua classe social. Se meu pai descobrisse que ele e meu namorado, depois dessa sua mudança repentina, não sei o que ele seria capaz de fazer. Ele trabalha como jardineiro aqui, e mora em um pequeno quartinho que tem nos fundos da casa, para os empregados.
Ultimamente fico trancada no meu quarto, principalmente quando meu pai está em casa. Meus pais estão brigando muito esses dias, e essa e a única alternativa para fugir de seus gritos. Ou dou uma de fugitiva e ou até o quarto do Matheus.
Como sou muito conhecida aqui em Boston, sou alvo de críticas. Costumo não ligar, mas as vezes eu mesmo que julgo.
Tenho vinte e dois anos mas não sou madura para essa idade. Penso como uma adolescente, me visto com vestidos rosas bebês e coisas do tipo.
Já fiz fotos para lojas de peças íntimas, mas a vergonha me vence. Meu próprio pai me critica sobre isso: " Desse jeito não encontrará um esposo digno de sua autoria Larissa, se vista como uma mulher de sua idade, haja como uma."
Será que devo fazer isso? Faz alguns dias que não vejo o Matheus então não tive oportunidade para perguntar.
Eu queria viajar pelo mundo, explorar cada beleza de cada lugar desse mundo. Viajar sem ter que me preocupar. Mas meu pai mal deixa eu sair no jardim, isso me deixa um pouco frustada.
Ouvi meus pais dizendo sobre um jantar importante que eu terei que presenciar, não me interesso nem um pouco com os assuntos da empresa, mas sou forçada a ir.
E estou determinada a usar algo diferente para esse jantar. Um preto talvez? Radical!" Suspirei, fechando-o.

Jolari - Não tenho culpa(CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora