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Respira fundo.
Abre essa porta e sorri.
É só um cansamento, não sua decapitação.
O carro já estava parado na frente da igreja e através do vidro da janela eu podia ver vários — muitos, paparazzi me esperando lá fora.
Não tenho dúvida que essa igreja esteja lotada. Não só pela família e amigos, mas sim com pessoas que querem nossa atenção.
Bufo.
A Mharessa podia estar nesse carro comigo para me ajudar a ficar mais calma, mas pensando bem, ela me deixaria mais nervosa.
Contei para ela sobre minha transa com o João. Ela entrou em estado de choque, depois gritou, pulou, rio, parecendo uma pessoa que acabou de ganhar na loteria. E ainda afirmou que durante nossa viagem, não nos preocuparemos com outra coisa a não ser gozar, gozar e gozar. Coitada, mal sabe que a Júlia estará lá.
Quando escuto vários sons de flash, volto a olhar para a janela. Meu pai desce a escadaria sorridente, como se fosse realmente um pau vindo buscar sua filha e entregar ao seu amado.
O motorista abre a porta e meu pai estende a mão para mim. Abro o melhor sorriso que tenho no momento e pego na sua mão, saindo do carro.
Assim que me pus de pé ao seu lado, ele beijou minha testa e falou em voz alta " está linda, minha filha ", somente para parecer real. Agradeci com um sorriso e subimos as escadas devagar.
Minhas pálpebras piscavam rapidamente, tentando evitar a cegueira que os flashs me causavam. Odeio isso.
A música alta e tradicional do casamento começou a tocar e as portas de abriram. Vários rostos olhando na minha direção. Sentia o queimar de todos esses olhares em mim.
Ao decorrer que íamos passando, cumprimentei vários pessoas com um sorriso e já chegando no fim do trajeto, olhei para o João.
Ele estava perfeitamente bonito. Seu smoking caia maravilhosamente bem, tudo caia bem nele para falar na verdade.
Meu pai me deu outro beijo na testa e sussurrou no meu ouvido " sorria ", como se eu já não estivesse fazendo isso. Minha mãe veio até mim e tomou o buque dos meus braços. Por fim, peguei na mão do João e subimos os quatros degraus até chegar no altar.
João: Oi — murmurou.
Olhei para ele e ele sorria.
Sorri de volta.
Lari: Oi — respondi.

Jolari - Não tenho culpa(CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora