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[...] A Mharessa insistiu em me acompanhar, já que neguei a companhia do João. Eles acharam perigoso eu ir sozinha em uma pequena " favela " que tinha afastado da cidade.
Minha mãe falou que meu pai adorava uma farra, era dono de um bar, que é aberto até hoje por administração da mulher dele.
Eu falei com a Carla, a sua esposa, por telefone, perguntando se eu poderia ir. Ela foi bem simpática e ficou feliz com minha ligação, afirmando que eu poderia ir quando quisesse, só precisava encontrá-la no bar.
Foi difícil, mas com informações de pessoas ali, achei o bar. Várias pessoas nos olharam quando descemos do carro. Duas meninas me cumprimentaram com abraços e beijos, afirmando me acompanhar desde o começo da minha carreira.
O bar não era como eu era acostumada, mas Larissa, é a situação. Entrei, ignorando os olhares de pessoas bêbadas ali. Fui até o balcão, me aproximando da Carla. Ela falava no telefone, então esperei terminar sua chamada. Ela me viu e sorriu, finalizando sua ligação.
Assim que nos cumprimentou, nos puxou até sua casa, que ficava atrás do bar. Era tudo muito simples, mas nada desajeitado.
Ela me contou que conhecia meu pai desde a adolescência, eram melhores amigos. Ela sabia do seu segredo, do relacionamento da minha mãe com ele. Falou que o mais difícil para ele foi quando ele pediu que se afastasse. Passou a não abrir o bar, bebia horrores, quebrava garrafas.
Ela se ofereceu a ajudá-lo em tudo o que precisasse, remédios, bar, casa, tudo, e com isso meu pai começou a gostar dela e a pediu em casamento. Com a chegada da Juliana, sua filha, ele ficou radiante. Era como se o efeito do câncer tivesse passado, um pouco pelo menos.
Sorria quando ela contava sobre as travessuras que meu pai fazia. Fiquei na sala com a Mharessa enquanto ela ia no quarto buscar álbuns de fotos.
A Juliana, supus, se assustou quando se deparou comigo e a Mharessa sentada no sofá de sua sala.
Juliana: Me falaram que você estava aqui mas eu não tinha acreditado — me levantei rindo e a abracei.
Ela não tinha muito o que falar sobre o pai, ele morreu quando ela tinha dois anos.
Passei a tarde lá, falando sobre meu pai e imaginando.

Jolari - Não tenho culpa(CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora