33

3.5K 143 1
                                    


Me virei meio receosa e vi minha mãe, de braços cruzados, semblante sério e pijama.
Suspirei relaxando o corpo.
Lari: Que susto! — voltei a beber minha água.
Silvana: Isso é hora de chegar? — aproximou-se.
Lari: Mãe, calma, não sou mais uma criança. — ela ficou na minha frente.
Silvana: Você bebeu? — revirei os olhos.
Lari: Fomos para uma boate, o que você queria?
Silvana: Larissa, você bebeu? — perguntou novamente.
Lari: Mãe, se toca, balada, boate. Bebidas, bebidas e bebidas.
Silvana: Seja responsável Larissa, você já é maior de idade.
Lari: Jura? Não parece — me alterei.
Desci do banco e sai de perto dela.
Lari: Eu não posso fazer o que eu quero. Eu não posso sair de casa. Eu não posso viver direito. Tudo o que eu vou fazer tenho que pedir permissão. Eu tenho que ficar trancada naquele quarto o dia inteiro, olhando para o teto, trabalhando no notebook, vendo propostas que vocês aceitam — dei ênfase na última palavra — antes de me avisarem ou perguntarem minha opinião. Fiz aquele ensaio ridículo só de calcinha e sutiã, por que vocês queriam. Eu queria? Não. Estava morrendo de vergonha de ficar exposta daquele jeito na frente de um monte de homens, e eu não gostei nadinha daqueles olhares estúpidos que recebi de cada um. Vocês não me vêem, vocês vem o dinheiro que podem arrecadar através de mim. Eu queria viver sabe? Eu não queria me casar com um desconhecido hipócrita, que eu só sei o nome. Eu não queria parecer ser feliz ao lado dele só para enganar a família dele. Eu não queria essa vida. Estaria pouco me lixando se eu fosse pobre, apenas com a roupa do corpo, e com o dinheiro para comer, mas se eu tivesse felicidade, adoraria viver. Agora, só por que passei algumas horas fora desse cativeiro que chamo de casa, não venha reclamar comigo. Pôs quando eu casar, o que eu não quero, irei me mudar, e rodarei o mundo sozinha se eu quiser. — coloquei a garrafa na pia e andei para sair dali. Mas antes parei ao seu lado. — Seja feliz com o dinheiro que ganharam com esse contrato. — despejei tudo.
Peguei meus saltos no chão e sai dali rapidamente.
Estava um pouco alterada? Isso era notável, o motivo, vamos culpar a bebida.

Jolari - Não tenho culpa(CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora