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Não era muito grande. Três camas. Cortinas. Uma mesa para o médico e uma enfermeira. Só tinha uma enfermeira e duas crianças ali. Nada da Larissa.
Esperei a enfermeira terminar de examinar a menininha que estava deitada e me aproximei.
João: Moça — ela levantou os olhos da prancheta que estava em suas mãos e me olhou.
Enfermeira: Posso ajudá-lo?
João: Uma moça, chamada Larissa, passou aqui?
Enfermeira: Larissa? — voltou a olhar para a prancheta.
João: Isso, Larissa Manoela. Ela estava com um vestido vinho. Cabelos soltos e um corte na testa.
Enfermeira: Não. Nenhuma Larissa Manoela com suas descrições passou aqui — suspirei.
João: Tem certeza?
Enfermeira: Tenho certeza.
João: Tem outra enfermaria por aqui? Vai saber se ela foi pará-la!
Enfermeira: Ter tem, mas é para casos mais graves. Como só foi um corte da testa, ela teria que vir para cá, provavelmente para pormos um ponto — assenti.
João: Obrigada.
Enfermeira: Desculpe se não ajudei.
João: Não tem problema — sorri de lado — Boa noite.
Enfermeira: Igualmente, senhor — me virei e sai dali.
Zz: E aí? Ela está aí?
João: Não.
Hanna: Meu deus, será que ela realmente teve uma hemorragia e teve que ser levada de helicóptero para a cidade? — segurei o riso.
Zz: Vamos — pegou seu braço — precisa de mais ajuda?
João: Não. Podem ir, obrigada meninas.
Hanna: Se a gente ver ela, falamos que você está procurando.
João: Obrigada, Hanna.
Zz: Tchau, boa sorte — acenei com a cabeça e elas saíram.
Assim que achei o elevador, adentrei nele e apertei o botão do nosso andar.
Passei o cartão na porta e abri, com a esperança que tivesse alguém ali dentro. Estava tudo escuro, e como ela entraria se não está com a chave, João Guilherme? Que vontade de socar minha própria cara.
Acendi as luzes e me sentei na cama. Peguei meu celular e fui no contato dela, a ligando em seguida. Mas assim que escutei um toque de celular atrás de mim, desliguei.
Fechei os olhos e respirei fundo. Onde será que ela está? Será que ela voltaria para o quarto? E se ela não voltar, onde vai passar a noite?
Resolvi sair do quarto para procurá-la novamente.
Agora estou com raiva de mim mesmo, por ter feito isso com ela.

Jolari - Não tenho culpa(CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora