Ade Oba

21 3 6
                                    


Beatriz ouve a musica que Livia toca em seu violoncelo, é linda, profunda.

A musica preenche o vazio do silêncio, as notas são lindas, melancólicas e trazem ao coração de Bia um alento profundo.

Ela se sente bem, protegida, a salvo.


_ Ainda não fez meu café?

O Grito tira Bia de seu sonho, já é de manhã.

_ E porque estão se cobrindo?

Cordial puxa o lençol em que Bia estava coberta

Ela se cobriu junto com Giovana. Deitou ao lado dela e pegou no sono.

_ Vire-se.

Cordial tira o cinto e o enrola na mão.

Bia nem discute, se vira de bruços e enfia a cabeça no travesseiro.

_ Vou te bater vinte vezes. A partir de hoje, quero meu café da manhã pronto antes de acordar.

Ele bate forte em Bia, que tenta apenas não chorar.

Ela conta baixinho.

Apanhou trinta vezes com o cinto.

Cordial passa para o lado de Giovana, ela ainda dorme.

_ Acorda.

Ela não acorda, não se mexe.

Ele se debruça sobre ela.

Morde-lhe o seio com força.

Giovana acorda gritando.

Bia vê que ele chegou a tirar sangue com a mordida.

_ Ainda está aqui?

Beatriz corre e faz o café dele. Corta o pão, coloca manteiga.

Apanha de Cordial

Apanha em pé mesmo, porque esqueceu de colocar o adoçante ao lado do açúcar.

Ele gosta de ter opção.

_ Hoje vou começar a ensinar como ser dona de casa. Você vai ser minha esposa, quero as tarefas do lar bem feitas.

Ele ensina Bia a lavar e passar suas roupas.

Ela apanha toda vez que dobra alguma do jeito errado.

Apanha quando coloca sabão demais na maquina.

E apanha quando faz qualquer outra coisa que não esteja de agrado dele.

_ Agora vamos limpar a casa.

Ele obriga Bia a limpar o chão, esfregando os ladrilhos, limpando cada mancha.

O jeito certo de limpar o chão é de joelhos, esfregando cada canto.

Ele ainda não deixou que ela colocasse suas roupas.

Ele bate nela com o cinto toda vez que acha que ficou alguma sujeira no chão. Bia acaba de limpar  quase ao meio dia.

_ Sua imprestável! Olha o tempo que levou! O almoço vai atrasar.

Uma nova surra se segue. 

Dessa vez com a mão, com Bia no colo.

Bia faz o almoço, mas, como Cordial não gostou do tempero, não deixa que ela coma.

Ela passa o dia com fome.

A tarde ele a faz limpar o Banheiro, e costurar algumas roupas. Isso Bia sabe fazer bem, muito bem.

Mesmo assim apanha, ela começa a perceber que apanha apenas porque ele gosta de bater.

Ade ObaOnde histórias criam vida. Descubra agora