Passaros

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Karen entra no quarto, aonde Valentina descansa.

_ Estão todos bem?

As meninas respondem que sim, estão todas, até Nadia, comendo os bombons da caixinha, não sobrou nenhum.

_ Podem me deixar a sós com Valentina?

_ Vamos meninas.

Elas saem, mas Karen fita Helena nos olhos antes delas deixarem o quarto. 

Karen senta-se na beira da cama de Valentina.

_ Você sabe quem sou eu?

_ A esposa do magico?

_ Magico?

_ O Arthur.

Karen dá um sorriso.

_ Você me chamou de "aberração".

_ Eu não lembro de nada.

_ Mas me reconheceu.

_ Desculpa, eu não lembro mesmo de ter falado alguma coisa. Eu tive um sonho maluco tem muito tempo, com você.

_ Um sonho em que você era uma guerreira.

_ Ai meu Deus!

_ Meu marido é um magico, mas eu sou uma cigana.

Karen coloca as mãos com as palmas para cima em cima da cama. Depois vira elas para baixo, encosta no lençol da cama e faz um movimento de espalhar cartas.

Aparecem cartas viradas para baixo, em cima da cama.

_ Que irado!

_ Escolha três cartas.

Ela pega tês cartas. Karen as coloca a sua frente.

_ Agora vire a primeira.

Valentina vira a carta para cima, e tem um susto, quase chora. É um caixão.

_ Eu vou morrer?

_ No seu caso, é uma carta boa. Sua maldição acaba nessa vida, de um jeito ou de outro.

_ Eu sou mesmo amaldiçoada?

_ Vire a segunda carta.

Aparece uma foice.

_ Vou virar comunista? Trabalhar no campo?

_ Não minha menina. O rompimento vai ser duro. Alguma coisa vai ter de ser cortada da sua vida para que a maldição acabe, ou algo vai ser ceifado. Vai ser duro, de um jeito ou de outro. Desculpe, não gosto de dar más noticias a boas pessoas.

_ Eu sou uma boa pessoa?

_ Ainda é. A terceira carta.

Valentina desvira a ultima carta.

_ Os passaros!

_ Pelo menos é uma carta mais bonitinha! Isso é bom?

_ Você vai sair do seu ninho e talvez tenha uma boa vida Valentina, com amigos e quem sabe, uma boa pessoa do seu lado. Mas como todo futuro, isso vai depender das suas ações.

_ Como assim?

_ Eu te mostro um futuro possível, mas não é o único, você vai ter que alcançar, que merecer esse futuro.

Karen se aproxima dela, e lhe dá uma beijo na testa.

_ Tenta dormir por alguns minutos. Vai te fazer bem

_ Senhora?

_ Karen.

- Karen você me ajuda? Tipo assim, no futuro, você me ajuda se eu precisar?

_ Eu esperei tanto tempo pra ouvir isso de você menina... Ajudo você quando você precisar, isso é uma promessa.

As duas se dão as mãos, e, Valentina não tem certeza, mas acha que viu os olhos de Karen brilhando, como se lagrimas estivessem prontas para sair, mas não saíssem.

Ade ObaOnde histórias criam vida. Descubra agora