Intervenção

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Peter olha o telefone tocar, é Julie.

_ Amor, não te encontrei na cama, o que aconteceu?

_ Acabou de acordar e não lembra? Eu te disse que precisava resolver um problema hoje.

_ Vai demorar?

_ Acredito que antes das cinco eu volto.

_ Vou me arrumar, não quero que a Leonora me encontre aqui, assim, sem você.

_ Ela não liga, sabe que dormimos juntos no quarto de hospedes. Desce e prepara um café, é uma boa hora de vocês terem um tempo sozinhas.

_ Tem certeza amor? Não quero impor minha presença na casa de vocês.

"Se eu consigo conviver com as piadinhas do Lucas, minha Leo consegue conviver com você acordando na nossa casa."

_ Absoluta. Agora tenho que ir. Nos vemos mais tarde.

_ Beijos!

Peter desliga o telefone bem na hora. O sujeito acabou de descer do prédio e anda para o estacionamento. 

Peter entra no carro, espera o sujeito sair da garagem e vai atras.

Não está seguindo, apenas vigiando. Sabe para onde ele vai.

Depois de rodar por quarenta minutos, vê o carro parar num lote de casas vazias. Peter conhece bem o local, sua empresa havia cogitado comprar um grande complexo industrial abandonado nessa área, Peter embargou o projeto.

"Esse bairro vai ser esquecido, não é comercial, não é passagem e péssimo para se criar uma área residencial... Podemos adquirir tudo daqui a cinco anos pela metade do preço, dai repensamos o que fazer com esse bairro."

O sujeito entra em um antigo condomínio de pequenos prédios, esse é o trabalho dele, ele analisa estruturas, a saúde das construções.

Foi muito bem pago para dar um laudo sobre aquele lote de prédios abandonados. Um negocio "por baixo dos panos", pago em dinheiro para que ninguém pague imposto.

O seu contratante, o herdeiro, quer saber se vale a pena restaurar os prédios ou vale mais a pena por tudo abaixo e começar do zero.

Só que não existe herdeiro, ele negociou com Peter sem saber.

Observa o sujeito pegar seu material de trabalho e entrar em um dos prédios.

Peter também vai pegar seu material de trabalho.

Suas facas, uma arma de choque, e alguns sacos plásticos.

"Mais alguns minutos e você vai ser apenas comida no meu prato."

Está nervoso, tem muitos anos que não faz isso.

Tem muitos anos que não caça.

Ele sai do carro e abre a mala, pega seu material, coloca o pequeno taser no bolso do paleto.

"Isso aqui vai ser muito útil"

Vai ser fácil, vai deixar a bolsa na porta do prédio, vai subir e apertar a mão da sua vitima, afinal, ele o conhece como o herdeiro.

Quando ele virar as costas Peter vai ativar o taser, o choque deixará o sujeito paralisado tempo suficiente para ser imobilizado, depois vai forrar o local com o plastico, preparar sua vitima para o abate e se livrar do que sobrar por ali mesmo.


Quando fecha a mala do carro leva um susto.

Em pé, do lado do carro está uma mulher, quase uma menina. Deve ter uns dezoito anos.

Ade ObaOnde histórias criam vida. Descubra agora