Beatriz se levantou da cama ainda com sono, o sol estava nascendo.
Amarrou um roupão de seda por sobre seu corpo e saiu do quarto em silêncio para não acordar o homem que dormia em sua cama.
Subiu um lance de escadas e foi para a piscina que ocupava boa parte do ultimo andar de sua cobertura, andou até a varanda de vidro e olhou para a praia. O sol estava começando a iluminar a areia. O dia seria quente.
_ A senhora deseja que eu traga seu café?
_ Não. Eu vou descer Aurora.
A empregada ia se retirar, mas Bia se vira e diz:
_ Muito obrigada. Por favor não faça barulho, não quero acordar meu hospede.
A moça sorri e se vai.
"Eu nunca vou acostumar em ter gente fazendo tudo pra mim."
Bia olha de novo para onde o Sol nasce, agora ele está mais forte. Lá embaixo as pessoas começam a tomar as ruas, gente indo para o trabalho, alguns para a praia.
"A cidade acorda pela manhã, igual a mim..."
Bia joga o roupão longe e abre o chuveiro da piscina, a água fria a faz tremer, ela não se importa, coloca a cabeça debaixo daquela água gelada, a sensação de frio a faz sentir-se mais viva.
Sai do chuveiro renovada, anda até onde jogou o seu roupão e ia colocá-lo mas desiste. Apenas se enrola com uma toalha pronta para quem deixa a piscina e desce para seu café da manhã.
_ Aurora, o que é isso tudo?
_ O que a senhora pediu ontem, quando falou o que queria para o café da manhã. Torradas, suco de laranja, leite, uvas argentinas, Kiwi, Caviar, suco de laranja, dois pasteis de feira, um vatapá e um copo de caldo de cana.
_ Aurora, o que eu falei depois do leite foi brincadeira, como conseguiu tudo isso? Eu cheguei aqui as onze!
_ A equipe senhora, esquece que eu não trabalho sozinha? Estamos a sua disposição.
Bia lembra que Aurora é mais uma governanta do que uma empregada. Os empregados andam pela casa de forma discreta, por corredores disfarçados na decoração.
Bia andou por corredores parecidos quando visitava uma tia que trabalhava em uma casa de família na zona sul, na época achava aquilo ridículo, mas agora entendia de outra forma.
Para ela era invasivo ter pessoas que não conhecia em sua casa, era bom que elas não estivessem por perto todo o tempo. Todo mundo precisa de algum lugar onde possa se sentir a sós e seguro em sua casa.
"Para mim era o banheiro, quando eu brigava com a mamãe."
Bia pensa em ligar para sua mãe mas desiste, sabe sobre o que iam conversar.
"Ligo mais tarde"
_ Aurora, vou colocar minhas roupas e descer. Avise ao Alex para estar pronto.
Aurora vai embora enquanto Bia termina sua torrada, depois resolve comer mais algumas coisas da mesa para "não desperdiçar".
Quando entra em seu closet, Aurora já está esperando para ajudá-la.
Se veste e Aurora lhe ajuda com a maquiagem. O "correto" seria outra empregada ajudá-la com essa tarefa, mas Bia não sabe se consegue lidar agora com outra pessoa fazendo algo que costumava ser tão simples fazer sozinha.
_ Está linda senhora.
_ São suas mãos. Ele já está lá embaixo?
Aurora olha para a tela do celular de onde controla toda a casa principalmente por mensagens de texto.
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Ade Oba
General FictionSó Beatriz pode salvar uma criança sequestrada por um maniaco. Mas ela foi capturada por um Psicopata e vai contar com a sorte para tentar escapar. Enquanto isso, Hanna começa a treinar seus assassinos para que se tornem os melhores matadores que já...