Comerciante de Frutas - Parte I

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                Herman Brüger Smith é o único nome completo deste livro, simplesmente porque ele não liga mais para se esconder.

Herman acordou com um pouco de mau humor, não se lembra da ultima vez que acordou disposto a enfrentar um dia de trabalho.

Na verdade não lembra quando acordou disposto para mais um dia de vida.

Tomou um banho, um café, e foi até a "sua parede de vidro", como ele chama a parede transparente de sua casa, foi olhar a cidade fervilhante de sonhos e pessoas lá embaixo. 

_Califórnia, sua desgraçada!  Você é uma piranha vendedora de ilusões, se eu pudesse acabava com você. Mas acabava de um jeito que você sumiria desde o inicio dos tempos até o final deles.

_ Senhor Brüger, me desculpe, não vi o senhor acordar, quer que prepare um desejum?

Ele se volta, olha a bela menina num uniforme de empregada, sorri, estava com um copo de café na mão, não queria outra coisa dela, a não ser sua inocência... 

Não, essa palavra é forte, sua.. 

Ignorância, sim, Ignorar é uma benção...

_ Não Matilda, obrigado. Já preparei meu café. Avisa o...

_ O seu motorista de hoje se chama Maurilio. Acho que ele é Espanhol... Da Espanha mesmo.

Herman dá uma risada e acena com a cabeça, Matilda entende que deve sair, conhece os humores do patrão.

Desce e prepara o que considera um café da manhã reforçado, coloca em duas sacolas, os leva ao novo motorista que a agradece em um inglês correto, mas cheio de sotaque.

_ Maurilio, não coma na frente do Sr. Brüger, ele vai fazer com que espere muito tempo no carro, não saia para nada, nem para ir a banheiro.

Ele acena com a cabeça e sorri para ela. Logo chega Herman que se despede de Matila enquanto ela lhe entrega a sacola. 

Não precisou dizer aonde ir, e mal cumprimentou Maurilio, sabia que ele não iria durar. Abre a sacola e encontra dois sanduíches de queijo e ovos, como ele gosta, alem de um copo de suco de laranja.

_ A vida seria melhor com mais Matildas no mundo. 

Diz para si mesmo.

Quando o carro para no que parece ser uma bela construção, grande e afastada do centro, ele desce e deixa Murilo de prontidão.

_ Você pode ir no banheiro se precisar, não sou tão terrivel quanto Matilda diz. Mas precisa estar sempre pronto Murilo, entendeu?

Foi a primeira conversa que os dois tiveram no dia. Murilo agradeceu e se calou, foi instruído a falar o menos possível com Herman por Matilda.

Ele foi recebido por um homem de terno, que se postou ao lado dele enquanto entravam na propriedade, um pequeno prédio, maior em comprimento do que em altura, apenas três andares, cercado por muitos seguranças e com vários caminhões estacionados.

_ Como estão as frutas Pierre?

_ No geral, ótimas, mas uma quase estragou ontem.

_ Tem muito tempo que isso não acontece...

Pierre lhe passou uma pasta, ele leu com cuidado, enquanto Pierre segurava o saco marrom que Herman havia levado do carro com ele, depois que acabou de ler,devolveu a pasta e pegou o saco novamente. 

Ade ObaOnde histórias criam vida. Descubra agora