Antonia acabou de descer do carro, a motorista, uma bela jovem de seus vinte e cinco anos, não tinha uma beleza muito expressiva a não ser por seus cabelos e olhos bem claros.
O rosto não era exatamente bonito, não era coordenada no andar, uma pena, Antonia pensou, ela poderia ser muito bonita. Bastavam alguns cuidados básicos, maquiagem, forma de andar, roupas... Tudo isso fariam maravilhas naquela pessoa que não se destacava numa multidão.
Prestava atenção na motorista por habito, Hanna exigia disciplina de seus alunos. "Se outra pessoa estiver dirigindo, sua vida está nas mãos dela". Hanna havie lhe ensinado a observar tudo, o tempo inteiro, especialmente quando sua vida dependia de mais alguém. "Paranoia é parte da profissão. Melhor ser um maluco vivo do que do que descobrir se existe vida após a morte."
Riu de si mesma, lembrou de Uva, sempre que pensava em pessoas loucas lembrava de Uva. Ela ganhou um nome, Lissa.
A verdade que sua disputa com Uva lhe havia deixado uma profissional melhor. Nunca mais se virem.
"Eu deveria procurar por ela, para fazermos as pazes."
Observou o local. Era uma pousada afastada da cidade, boa piscina, um grande casarão que deveria ser a ala principal e alguns bangalôs distantes. Havia um pequeno prédio de dois andares mais afastado, sua construção era diferente dos demais, parecia novo, uma espécie de pequeno hospital.
Se dirigiam a construção principal, a mulher _seu nome era Natia_ lhe deixou no salão sozinha, e saiu.
Disse que precisava ajeitar as coisas mas logo estaria de volta.
Antonia se sentou, olhou a sua volta, o local era muito bem cuidado, mas não recebia a atenção necessária. Provavelmente tinham menos funcionários do que necessitavam. Era limpo e de bom gosto, mas não tinha a perfeição que os locais patrocinados pela Ordem negra exigiam.
Sentiu uma aproximação as suas costas, já teria levantado para olhar, mas estava adiando o momento. Sentiu que o movimento parou ao lado do sofá aonde estava, no chão.
Ela levou a mão para o lado e sentiu cabelos. Afagou o ser ao seu lado, que não fez nenhum barulho, mas esfregou a cabeça em sua mão, como um cachorro a procura de mais carinho.
Antonia acariciou a cabeça que procurava afeto, e, tomando coragem, espiou por cima do sofá.
Uma mulher. Era uma mulher de longos cabelos pretos, completamente nua, mas o que chocou Antonia é que ela não tinha mãos, nem pés, estava amputada na altura dos joelhos e cotovelos. seus membros terminavam em uma especie de protese, revestida de couro, que a permitia andar como um animal.
Os cabelos estavam penteados, ela era cuidada, com certeza, mas haviam marcas por todo o seu corpo. Antônia levantou-se do sofá, ficou diante dela e, com carinho, afastou os cabelos de seu rosto.
Uma dor atravessou seu peito, o rosto estava perfeito, mas os olhos estavam cobertos por uma nuvem, não era catarata, ela não sabia dizer o que era, mas percebeu que ela não enxergava, não tinha dentes. Percebeu uma especie de dentadura mas era algo para manter a beleza do rosto, não era funcional, algo plástico. Estalou um dos dedos e percebeu que era surda, pois não se virou com o barulho.
Ouvir sobre este lugar é muito diferente de frequentá-lo.
Teve vontade de chorar.
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Ade Oba
General FictionSó Beatriz pode salvar uma criança sequestrada por um maniaco. Mas ela foi capturada por um Psicopata e vai contar com a sorte para tentar escapar. Enquanto isso, Hanna começa a treinar seus assassinos para que se tornem os melhores matadores que já...