CAPÍTULO 36

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              DÉBORA NARRANDO

  Já tem uma semana que estou de volta ao Alemão e durante toda a semana Douglas não parava de encher meu saco, me ligava de quinze em quinze minutos supostamente querendo alguma informação e era algo que eu ainda não tinha. Não atendia suas ligações e a essa altura do campeonato ele deve está querendo minha cabeça. LP ainda não sabia de minha volta ao seu morro e com muita insistência e depois de muita relutância JL aceitou me ajudar e ficar de bico calado, mesmo estando muito desconfiado. Ele me trazia comida e tudo que precisaria pra sobreviver mas sei que  mais cedo ou mais tarde alguém contaria e precisaria fazer isso o mais rápido possível, tudo que me prendia era medo da sua reação ao saber que estou de volta, o jeito era rezar para ele não está drogado ou seria bem pior

— Aqui a comida! Tem suco em pô no saco e algumas coisas que vai precisar. — JL diz pondo tudo sobre a mesa.

—Eu nem sei como te agradecer, muito obrigada! — Digo meia sem jeito.

—Mas eu sei como você pode me agradecer Débora, contando o porque você voltou pro morro e LP não pode saber de sua volta.

Lembrar o porquê estava aqui era uma tortura, era algo que não queria e estava sendo obrigada mas ele não entenderia e na primeira oportunidade me entregaria como X9.

—Eu gostaria muito, mas eu não posso estaria colocando sua vida em perigo junto a minha e você não entenderia. — Um nó se forma em minha garganta e respiro fundo pra não chorar.

— Tá envolvida em sujeira né? Tu tá ligada que mais cedo ou mais tarde vou falar ao LP, não sou de esconder nada dele e algo que me diz que você tá aprontando alguma coisa. Então acho melhor você começar a falar por bem ou acha melhor por tortura? Você que sabe se acha melhor chamo o próprio pra vim te fazer falar.

Ele não estava brincando e eu não tinha mas saída a não ser realmente falar o que estava acontecendo. Já não aguentava mais todo esse interrogatório e desconfiança.

— Eu vou falar mas você tem que prometer pra mim que não vai fazer nada por impulso que venha me prejudicar. — Digo e ele assente desconfiado. — Eu não voltei pro morro porque quis, se eu pudesse estava bem longe daqui criando meu filho, mas acabei me envolvendo com o DG quando fugi daqui do morro e ele mesmo me obrigou a voltar pra cá e colher informações ou me mataria. Eu voltei mas nunca dei nenhuma informação se quer a ele, você mais que ninguém sabe que não saio de casa e nunca colhi informação nenhuma.

Ele levanta da cadeira e seus olhos estão fulminando de raiva pelo que conheço o primeiro que fizer uma gracinha em sua frente sofrerá consequências só espero que não seja eu.

— Eu não consigo acreditar em tu, me passa teu celular agora.

Ele tinha toda razão de desconfiar de mim, afinal quem não desconfiaria? Pego meu celular do bolso e o entrego.

— Tem todos os motivos pra não acreditar em mim, mas eu nunca faria nada que vinhesse fazer mal ao LP e você sabe disso.

O mesmo joga o celular no chão quebrando em pedaços, nenhuma palavra mas é dita e ela saí porta fora quase derrubando a casa, um medo toma meu corpo mas tento me manter o mais calma possível. Eu sabia que devia ficar de bico calado, mas não tinha outra solução.

     **

   Já faz três horas exatas que o JL saiu daqui e não paro de rodar a casa de um lado para o outro de nervosismo, ninguém até agora veio me buscar pra ser torturada até a morte como fazem com quem é x9, talvez lá no fundo ele tenha acreditado em mim, ou esteja me deixando ser torturada pelo meus próprios pensamentos.

— Chega de pensar nisso! — Digo comigo mesma e paro de andar naquela sala de um lado pro outro.

Vou pro banheiro faço minhas necessidades, tomo um banho rápido, visto uma roupa que ficava um pouco apertada no meu corpo e ponho a comida pra esquentar em quanto faço o suco. Sento naquela mesa e como toda a comida mesmo estando com pouca fome, término de almoçar lavo os pratos e fico na minha mesma rotina de sempre. Já me sentia uma prisioneira sem poder se quer olhar a luz do sol.

O dia passa rápido e só me dou conta que está de noite quando olho pro relógio na parede, já era sete e vinte e sete da noite e eu me encontrava jogada naquele sofá sem fazer nada. Resolvo ir pra cama, já que se eu dormir no sofá acordo com uma dor na coluna terrível, fico rodando na cama até o sono chegar e mal percebo quando pego no sono.

**
Olho pro relógio que havia na parede e marcava quatro e vinte da madrugada, ouço batidas frenéticas na porta e meu coração começa a bater descompassado, penso em não abrir mas ouço a voz rouca de JL ameaçando arrombar caso eu não abrisse. Abro a porta no mesmo instante e sou surpreendida por tapa que é deferido no meu rosto.

— Você é uma vagabunda mesmo né, você vai pagar pelo que fez vai ser torturada até ele voltar do hospital e ele mesmo te matar.— Ele puxa meu cabelo arrastando meu corpo pelo chão.

— Do que você tá falando? — Digo com muita dificuldade.

Seja lá do que ele esteja me culpando eu não fiz nada. E quem estava no hospital? Seria LP? Meu Deus o que ele teve !

— Por sua culpa x9 do caralho, o morro foi invadido e o LP foi baleado mas você vai pagar pelo que fez.— Ele puxava meu cabelo tão forte que sentia que minha cabeça iria desgrudar do meu pescoço.

— Como eu disse qualquer coisa se mal saio de casa? E não teria como falar nada hoje, se você quebrou meu celular. Eu nunca faria algo contra o LP e você está cansado de saber disso, mas se for pra me morrer então me mata, vai em frente! — Grito e ele me olha atordoado, levanto do chão e me recomponho.

— Se não foi você, tem mais alguém infiltrado aqui. — Ele diz depois de alguns minutos.

— Eu não sei quem é, se eu soubesse já teria falo mas não fui eu JL acredita em mim.

Ele ajeita sua arma na cintura e saí novamente por aquela porta me deixando a sós com meus pensamentos. Dessa vez não me poupei e deixei com que as lágrimas caíssem.

Será que ele estava bem? Era tudo culpa minha.. Eu só queria ser amada por ele e nada disso estaria acontecendo..

**
Acendam a 🌟 tá bom ?
                   Bjos, Lai ❣

AMOR BANDIDO | EM REVISÃO |Onde histórias criam vida. Descubra agora