CAPÍTULO 3

6.3K 399 15
                                    

     Acordei era aproximadamente umas oito e meia da noite com meu celular berrando aos meus ouvidos, coço os olhos com a palma das mãos tentando me despertar daquele sono, pego meu celular debaixo do travesseiro olhando no visor que era a Isabela.

— Oi. —

— Hoje tem baile lá na quadra, e vai lotar. Vamos ? — perguntou toda animada do outro lado da linha.

—Não estou no clima pra sair hoje. — A verdade é que não gosto desses bailes que acontecem aqui, só dão quatro coisas , bandidos, armas, drogas e putas. 

— Bora por mim por favor?  Disse a mamãe que iria com você e só assim ela deixou. — Insistiu

— Tá bom Isabela, mais não quero demorar lá. — Ela assente e desligo a ligação.

Coloco o celular sobre o criado mudo, e levanto indo até o quarto de mamãe pelo horário já deveria estar em casa.

—Mãe?— grito ainda do lado de fora do seu quarto.

— Oi meu amor .

— Posso dormir na casa tia Cláudia  hoje?! — peço encostada na porta.

— Só vou deixar porque amanhã é sábado.

—Obrigada!  — Dou um beijo no topo de sua cabeça e saio em direção ao banheiro.

Tomo um banho rápido e já saio enrolada na tolha indo até meu guarda-roupa a procura de uma roupa, acho um vestido que ganhei de mamãe no meu aniversário do ano passado ele era todo preto e ficava justinho no meu corpo. Visto o mesmo e calço um tênis branco. Faço uma chapinha rápida em meus cabelos, uma maquiagem noturna nada muito estravagante, passo perfume e estou pronta.

Mando uma mensagem pra Isabela avisando que já estava pronta e que ela já poderia subir, até porque a quadra onde ocorreria o baile é perto da minha casa. Escovo os dentes, passo um batom vermelho e me sento no sofá da sala esperando a bonita chegar.

Depois de alguns longos minutos ela chegou, estava linda com um vestido que realçava bastante seu corpo, que por sinal  era de dar inveja em qualquer uma. Me despeço de mamãe e saímos andando em direção a quadra, muitos olhares eram atraídos por onde passávamos mas nem dávamos ibope. Em questão de minutos chegamos a quadra, tinha vários traficantes com armas na mão alguns se drogando e outros vendendo. Foguetes são estourados no céu e festa já pegava fogo.

Entramos naquela quadra que estava entupida de gente, a Isabela saiu cumprimentando alguns conhecidos dela e estava tocando Mc Livinho - Tudo de bom. Amava aquela música!  Não deu uma e a louca já foi se jogando pra pista de dança, ela me  chamava pra dançar mais neguei com a cabeça, não era muito de dançar principalmente em público. Fiquei de longe rindo da forma que a louca dançava até sentir uma mão gélida tocar sobre meu corpo, mas logo me acalmo ao ver quem era.

— Que susto Kleiton. — O abraço e o mesmo retribui o meu abraço.

—Fala pequena, o que tá fazendo aqui não é muito de colar nesses bailes ?

Realmente não gostava, se tinha vindo umas cinco vezes era muito e claro pra acompanhar a dona Isabela sempre.

— Só vim mesmo pela Isa, sabe como ela é insistente, e se eu não aceitasse ela encheria meu saco a noite inteirinha, conhece bem ela — Ele concorda e rimos .

— Quer algo para beber ?

Não estava muito afim de beber hoje, mais precisava relaxar, afinal não é todo dia que venho a esses bailes.

— Quero sim.

O mesmo foi até o barzinho que havia ali e pediu algo que não dava pra escutar ao cara que estava lá, não demorou muito e  ele me trouxe um líquido que parecia água, porém o cheiro de álcool era bem forte. Bebi aquela bebida que desceu rasgado pela minha garganta, e era muito bom.

Bebi mais alguns copinhos daquilo e já estava me sentindo trilouca, vejo Isa vim até a mim e me puxa pro meio da pista, e quando me dou conta já estava dançando, tocava MC Delano - Na ponta ela fica. Dancei mais algumas músicas e por conta da bebida estava bem agitada.

— Vou tomar um ar fora da quadra — Falo alto no seu ouvido por conta do som alto, estava me sentindo tonta.

— Tudo bem, não demora. — Assinto com a cabeça e saio dalí .

Antes de sair daquela quadra comprei uma garrafa de água pra cortar um pouco o efeito do álcool, bebo bastante e saio da quadra, estava me sentindo tonta e com uma enorme vontade de colocar tudo que havia bebido pra fora, fui andando até um beco próximo dali que estava vazio e um pouco longe de toda aquela zuada.  O enjôo aumentou e pus tudo que havia bebido pra fora, sabia que não deveria ter bebido.

Depois de quase ter posto todos meus órgãos pra fora me recomponho, bebo mais um pouco da água e lavo minha boca com a mesma, ponho uma bala na boca pra tirar aquele gosto amargo  e decido ir atrás da Isabela para irmos embora. Sinto alguém se aproximar e por suas mãos sobre minha cintura.

— Acho que você bebeu demais. — Diz e logo reconheço o dono daquela voz rouca e sexy.

Ele estava vestido em uma bermuda jeans, uma blusa pólo azul, também tinha algumas correntes de ouro no seu pescoço e estava calçado em um tênis.

— É.. Um pouco! — digo baixo que quase não dá pra ouvir minha voz — Bem a lerda aqui já vai indo. — Efatizo a palavra lerda.

Faço menção de sair mas sou surpreendida por suas mãos em meu corpo, ele me puxa pela cintura me virando e colando nossos corpos. Ele inicia um beijo, um beijo quente e com um gosto de álcool misturado com cigarro mais não era ruim. Ele me beija com vontade pressionando meu corpo contra a parede que havia ali, não recuo e continuo o beijo explorando cada canto de sua boca, ele deslizava sua mão pela minha coxa enquanto a outra estava entrelaçada nos meus cabelos. Já me encontrava sem fôlego quando terminamos o beijo . Depois de um longo tempo calados resolvo acabar com aquele silêncio.

—E-e .. Tenho que ir — Faço menção de sair e novamente sou puxada. Será que esse homem só sabe falar com as pessoas puxando as mesmas? E se irrita com um simples tombo, que irônico.

— Iremos nos ver novamente?

— Eu não sei. — Única coisa que consigo responder e saio daquele lugar me recompondo.

 Volto pra quadra ainda sentindo aquela tontura, mais já estava bem melhor. Procuro Isabela por todo canto e a encontro dançando completamente bêbada. Puxo aquela louca pelo braço equilibrando seu corpo sobre o meu. Olho pro camarote e ele estava lá, junto estava Kleiton e mais alguns meninos que conhevia apenas de vista. Depois de muita dificuldade conseguir sair daquele lugar.

Fomos andando até a casa da Isa com muito sacrifício pois a mesma estava bêbada se apoiando em mim falando coisa com coisa. Entramos na casa da tia Cau e fiz o possível pra não fazer nenhum barulho mais era meio que  impossível, pois a Isabela já tinha derrubado as coisas na sala. Levei a mesma pro banheiro á jogando  dentro do box com roupa e tudo, ela resmungava por conta da água que estava gelada.

Depois de um tempo tirei aquelas roupas molhada dela, vesti sua roupa de dormir e a pus na cama. Entrei no banheiro me despindo deixando com que aquela água gelada caísse sobre meu corpo. Fiquei por um bom tempo ali e depois de longos minutos sair vestida numa roupa que peguei emprestava no guarda-roupa da Isabela. Me acomodo  na cama e as recordações daquele beijo me vieram a tona.

Que homem ! Que beijo! Que pegada ! Mas não poderia me deixar levar, isso não deveria acontecer e não irá se repetir. Se ele tava pensando que seria igualzinha as mulheres que rodeam ele que são feitas de marmita, era melhor tirar bem que o cavalo dele da chuva.

— Porquê céus ele tinha que ter me beijado?! — Sussuro.

Depois de um bom tempo relutando com os meus pensamentos adormeço.

AMOR BANDIDO | EM REVISÃO |Onde histórias criam vida. Descubra agora