Capítulo 2

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         ALGUNS TEMPOS ATRÁS ..

   Escuto o barulho do alarme soar pelo quarto o que me faz despertar, coço os olhos me virando de lado desligando o mesmo. Desgrudo-me das cobertas apesar delas me implorarem pra ficar ali na minha cama quentinha por mais tempo. Levanto já indo direto ao banheiro, faço minha higiene bucal, e logo me jogo em baixo do chuveiro fico ali por um bom tempo. Saio do banheiro já vestida em minha lingerie, ponho apenas minha calça cós alto lavagem escura e a blusa do uniforme do colégio, calço meu tênis, penteio meus cabelos em um coque frouxo e assim que terminou passo uma maquiagem leve, perfume e me dou por pronta.

Vou até a cozinha que de longe já pairava aquele cheiro maravilhoso de café que estava sendo preparado.

**
Moro apenas com minha mãe, não sei do paradeiro do meu pai já que ele foi embora pro exterior e abandonou minha mãe desde o meus 8 meses de nascida. Mas minha mãe diz que sou a cópia dele; a cor dos olhos castanhos mel, o sorriso e até o jeitinho dele. Exatamente tudo, segundo ela só tenho mesmo o cabelo parecido com a da mesma.

A casa onde moramos não é muito grande, tem apenas 2/4 , uma sala minúscula, banheiro, cozinha, e uma pequena área de serviço , tudo muito simples mas bastante aconchegante.

**

—Bom dia mãe — Despejo um beijo em sua testa e me sento na mesa ao seu lado.

— Bom dia meu amor! Já estou saindo, o almoço está pronto é só esquentar no microondas. — Ela ponhe o café que havia acabado de preparar sobre a mesa e vai pegar a sua bolsa no sofá da sala.

—Se cuida hein mãe. Te amo! —  Pego o leite, faço a mistura com o nescau e tomo.

—Também te amo minha princesa, boa aula! —  Ela despeja um beijo em minha bochecha e saí a caminho do seu trabalho.

Termino de beber o nescau e vou escovar meus dentes novamente, assim que termino pego minha mochila sobre o sofá e saio de casa,  tranco a mesma e vou em direção ao ponto de ônibus. Era quase umas seis e meia da manhã tinha alguns moradores saindo de suas casas e outros chegando por sinal, mas o movimento era bem leve ainda em costume aos outros dias.

Ando bastante até chegar ao ponto de ônibus, fico alguns minutos no ponto esperando meu ônibus e logo o mesmo chega, que por um milagre hoje tinha lugar para sentar. Entro no mesmo, pago a passagem e vou me sentar. Pego meu celular na bolsa e vejo se tem alguma notificação mas só havia uma mensagem da Isabella .

" Amiga não irei hoje contigo , vou passar no médico para fazer um exame, provavelmente chegue no segundo horário!  "

" Tudo bem, estou dentro do ônibus ."

Isabela é a minha prima, crescemos juntas e a tenho mais como uma irmã do que como prima.

Não demorou muito para chegar ao meu destino, suspiro fundo e desço daquele ônibus. Ando um pouco até chegar ao colégio, adentro o mesmo que ainda não estava muito cheio, supostamente por ainda estar cedo. Estudo em um colégio público do Rio de Janeiro, estou cursando o segundo ano do ensino médio.

Me sento em um banco próximo a quadra do colégio, ponho meus fones de ouvidos e fico cantarolando a música enquanto aprecio aquela brisa matinal maravilhosa.

—Tá louca vaca ?! — Tomo um susto ao ser surpreendida por trás por um abraço da Isabela.

— Estou tão feliz. — Diz gritando ao ponto de chamar atenção de algumas pessoas que estavam chegando.

— Posso saber o motivo dessa felicidade toda ?!

— O Lucas me pediu em namoro! —seus olhos brilhavam, dava pra ver o quanto ela estava feliz.

—Felicidades amiga, vocês merecem !— digo contente, era tudo que ela mais queria.

— Obrigada, só falta você desencalhar agora.

— Não vem de novo com esse assunto. Sabe que não tenho pressa pra essas coisas, no momento só quero estudar pra dar um futuro melhor a minha mãe e sair daquele morro. — Suspiro e troco de assunto. — Mais e a tia Cláudia já sabe disso?

Quero me formar em direto e conseguir exercer a profissão de Delegada, e quem sabe não poder dar umas condições melhor a minha mãe, tirar ela de todo esse sofrimento e humilhação diária, ela merece,sempre foi mãe e pai para mim .

— Ainda não, irei falar assim que chegar em casa. E falando em estudar, vamos logo que o sinal já tocou, se deixar vamos ficar tagarelando o dia todo .

— Realmente do jeito que você fala mais que a nega do leite.

Levantamos e fomos andando até nossas salas, infelizmente não somos da mesma classe apesar de sermos a mesma série.

**

As aulas foram tediante como sempre, mas me esforcei o máximo para conseguir pegar o assunto. Logo o sinal bateu e o intervalo chegou.

Fui até a vendinha que tinha ali  e compramos coxinha com suco natural. Ficamos jogando conversa fora até o intervalo acabar e depois voltamos pra sala, assistimos nossas últimas aulas e só na saída encontrei com a Isabela e fomos andando até o ponto, ficamos lá mofando até o bendito ônibus chegar.

**

Chegamos no morro depois de passar horas em pé naquele ônibus, me despedir de Isabela que por sorte mora no pé do morro. Subo aquelas escadas cantarolando a música que tocava no fone, até me esbarrar com um rapaz. Levanto meu olhar dando de cara com o dono do morro, o cara mais temido por todos os moradores daqui. Ele vestia uma bermuda moletom e estava sem blusa deixando seu físico malhado exposto, ficaria admirando seu físico por muito mais tempo se não fosse tirada do meu transe por sua voz.

— Olha por onde anda caralho! — Ele berra despertando os olhares de quem passava por ali.

— Desculpa, não o vir.

desculpa não o vi . — ri debochando— Agora vaza da minha frente que não tô com paciência pra gente lerda hoje.

Eu poderia responder a ele quem era a lerda e mostrar a ele que não só porque portava uma arma na cintura que tinha o direito de tratar as pessoas com sua mal educação, mas como amava meu cabelo e preservava minha vida apenas solto um suspiro e saio deixando aquele brutamonte lá. E sinceramente? Queria saber como essas meninas conseguem se envolver com homens desses tipos. Grosseiros e estúpidos!

Cheguei em casa deixando minha mochila no quarto e fui tomar um banho, logo tratei de ir almoçar e assim que acabei fui fazer algumas tarefas do colégio e terminei rápido já que não tinha muita dificuldade na matéria.

Fui pro meu quarto, estava exausta e tudo que precisava era da minha cama quentinha.  Logo veio o ocorrido de mais cedo em minha cabeça, morava aqui desde nova e não tinha parado pra observar em como aquele grotesto era bem atrante, mas nunca me envolveria com um cara desse tipo e mesmo se fosse meu querer esses caras não enchem os olhos com meninas " lerdas" como ele diz. Eles gostam mesmo é daquelas que tão prontas pra serem submissas a eles, que na maioria das vezes só tão mesmo interessadas no que eles tem.

Não vou negar que fiquei com a imagem dele e principalmente do seu físico por um bom tempo na minha cabeça, até porque qualquer menina se encantaria por ele. E claro eu não sou nenhuma santa também e muito menos cega. Mas tinha meu juízo no lugar pra saber que desse tipo de gente eu tinha que manter a distância...

AMOR BANDIDO | EM REVISÃO |Onde histórias criam vida. Descubra agora