LP NARRANDO
Olho novamente pra sala daquela casa vendo se tudo estava realmente nos seus devidos lugares, ela merecia o melhor e eu queria que tudo estivesse do jeitinho que ela gosta, apesar de tudo isso ainda ser pouco ao que realmente ela merecia. Ela havia dado a sua vida por mim, e agora havia chegado minha hora de retribuir.
Depois desses longos meses, hoje as coisas finalmente começaram a voltar aos seus devidos lugares. Sentia como se minha conta com Deus tivesse sendo paga, ou pelo menos a metade acredito. Mas nada do que havia passado, tinha sido em vão.
Graças a Deus hoje a Priscila finalmente voltaria para casa e a Isabella teve a idéia de fazer uma festa de boas vindas, algo simples somente para a família dela mesmo e não discordei. Afinal era motivo de festa, Deus havia escutado pela primeira vez as minhas orações.
Coloco a Katherine no berço assim que a vejo pegar no sono, tomo um banho rápido pra me livrar de todo aquele suor. Assim que término ponho uma camiseta pólo branca, uma bermuda, pego minha carteira junto com a corrente, relógio e minha pistola e desço saindo de casa. Antes de dar partida ao hospital, passo em um local pra terminar de acertar o pagamento de uma encomenda e logo em seguida sigo meu destino.
PRISCILA NARRANDO
Havia recebido alta, depois de tanto tempo finalmente voltaria a minha casa e para minha família. Vou até o banheiro pra terminar de trocar minha roupa e ajeitar tudo para finalmente ir embora desse lugar. Não via a hora de poder segurar minha filha em meus braços e poder correr atrás de todo o tempo que eu perdir.
Visto uma calça jeans escura cintura alta, com uma regata florida. Calço minha Melissa e vou esperar até que alguém venha me buscar.
Término de ajeitar tudo, pego minha bolsa com meus pertences é assim que abro a porta me deparo com aquele par de olhos que fazia meu corpo inteiro se desmanchar, é inevitável largo tudo e corro pro seus braços o apertando em um abraço que é retribuido na mesma intensidade. Por um minuto parece que todo o mundo havia parado, não existia nada nem ninguém somente a gente ali. Sinto as lágrimas mornas descer pelo meu rosto e depois de tanto tempo não eram lágrimas de tristeza.
Nos desgrudamos e pela primeira vez mim encontrava sem saber o que falar, ficamos nos olhando até que ela toma minha mochila de minhas mãos e da passagem para que eu saia do quarto e vem logo atrás de mim. Me despeço de todos os enfermeiros e médicos dali, afinal foram meses ali dentro na qual fui super bem tratada por cada um daquele lugar. Assim que término vou andando até onde seu carro estava estacionado e adentro o mesmo esperando sua partida.
Fizemos o trajeto todo em silêncio, aquilo me agoniava mas se quer conseguia pronunciar uma palavra. Chegamos no morro e a felicidade já não cabia mais em mim, ver todas aquelas crianças correndo subindo e descendo, aquele movimento nos bares, aquele cheiro de churrasco que já tava me atiçando. Nunca imaginei que sentiria tanta saudade de coisas tão "simples" como essas.
Estava tão eufórica que nem percebir que já havia passado de onde morava. Estávamos indo a uma parte mais alta do morro na qual não me recordava já ter ido. Finalmente tomo coragem para falar algo.
— Se mudou de casa? — falo tão baixo que quase nem da pra escutar.
— Não. Já vamos pra casa, mas antes tenho que te mostrar uma coisa.
Ele para o carro e desce do mesmo vindo abrir minha porta, reluto antes de sair mas estava com ele e sei que jamais algo de ruim iria vim acontecer comigo na sua presença. Desço do carro, enquanto ele procura algo no porta luvas e assim que acha ponhe no bolso da bermuda e trava o carro. Ele vem em minha direção e sinto um arrepio quando nossas mãos são entrelaçadas, em passos curtos vamos andando até uma parte mais alta daquele local e assim que lanço meu olhar pra aquele lugar, pude contemplar a vista mais linda. Todo o morro parecia estar apenas em um só lugar, no chão havia uma toalha, rosas e comidas. Meus olhos estavam cheio d'água não conseguia conter a emoção que já havia tomado conta de mim, olho pra aqueles olhos que pareciam esperar por alguma resposta mas logo ele começa a falar.
— Nesses últimos meses eu virei alguém que eu ainda não reconheço, alguém bem diferente da personalidade do LP, eu tive que me virar para ser alguém na qual nunca tive uma referência. Que foi ser pai, a Katharine foi a melhor coisa que você me deu, e eu não sei mais o que seria da minha vida sem ela, assim como não sei mais como seria sem você. Cada dia que você passava naquela UTI era um pedaço meu que estava lá com você, e naquele momento que seu coração parou de bater por alguns segundos eu percebi que tudo que eu vivia, o que eu achava que era a melhor coisa da vida era apenas mais uma das minhas ilusões. Não quero te dizer que aquele velho Felipe morreu, porque isso não aconteceu mas metade de mim graças a você já é um outro alguém que eu não conheço. Você me trás uma sanidade, é diferente com você e eu quero que continue sendo daqui pra frente, quero que tu seja minha mulher. A única que terei. Acaba com essa agonia e me diz se você me aceita, com todos meus erros, com minha falta de paciência e com a vida que eu levo?!
Parecia que meu chão havia sumido, e as borboletas haviam se abrigado no meu estômago. Toda aquela sensação da primeira vez que nossos olhares se cruzaram veio novamente a tona, faltavam palavras para expressar tudo que eu sentia naquele momento. Nem nos meus sonhos algo teria chegado tão perto do que agora estava acontecendo.
— Claro que eu te aceito, eu passaria por tudo novamente para apenas reviver esse momento por trilhões de vezes. Eu te amo Felipe, eu sempre te amei e sempre vou amar. Sei que por muitas vezes questionei a Deus o porquê tinha que ser você, logo você. Mas hoje eu entendo que ninguém iria me fazer tão feliz como você faz, a Katharine foi apenas um presente de Deus para unir ainda mais o nosso amor. Eu te aceito com todos seus erros, chatices e ciúmes e sim nessa vida que você leva. Se pra ter você, eu tenha que enfrentar isso ao teu lado eu vou enfrentar.
Ele tira do bolso um embrulho e me entrega, abro o mesmo me deparando com a coisa mais fofa que já vi. Uma corrente de ouro branco e um pingente também banhado no formato de um coração. Atrás havia as iniciais " F.K P ".
— É a coisa mais linda Felipe!
Ele me puxa pela cintura fazendo nossos corpos se juntarem, ele pega a corrente em minha mão e me vira de costas pra ele, seguro o cabelo para que ele possa colocar a corrente e assim ele faz. Paro de frente para o mesmo levando minha mão ao seu rosto, me aproximo um pouco mais do seu rosto até que por fim nossos lábios venham se encontrar em total sintonia. Nossas línguas dançavam enquanto toda sua boca era explorada, pareciamos dois adolescente em seus primeiro beijo apaixonado, só finalizando o mesmo por conta da falta de ar.
— Isso tudo é só pra olhar ou já podemos comer? — Brinco e vejo um sorriso brotar em seus lábios, e que sorriso..
Passamos um bom tempo naquele lugar presenciando aquela vista deslumbrante enquanto nos enchiamos de comida, ou melhor eu comia enquanto tinha seu olhar voltando para mim.
— Temos que ir, estão todos te esperando e a Katharine já deve ter acordado e deve estar com fome.
Só de lembrar que pela primeira vez seguraria minha princesa em meus braços um frio na barriga me tomava conta. Colocamos tudo dentro do carro e logo ele deu partida para casa, nada havia mudado tudo continuava como antes. Olho pra cada cantinho daquela casa, e imagino como seria meu futuro daqui pra frente ao passar por aquela porta.
— Vamos?! — Ouço sua voz me tirando dos meus pensamentos.
Saio do carro e vou andando em passos lentos até a porta, um misto de sentimentos me bate quando a porta é aberta e ouço aquelas vozes e olhares agora serem voltados todos pra mim. Titia, Isabella, papai todos estavam ali inclusive a minha Katharine, a minha princesinha. Não penso duas vezes e vou até Isabella que de imediato me entregar a no colo, sinto as lágrimas descerem em total sintonia. Olho pra aquele rostinho angelical que me trás toda uma paz, minha filha era linda, Deus é maravilhoso!
Fico paparicando minha princesa por um longo tempo mas logo a entrego ao Felipe para poder falar com todos ali. Abraço cada um que estava ali dando adeus a toda a saudade que estava sentindo.
— Nem no hospital a bicha fica feia, vai ser sortuda assim na china.— Isabela como sempre tira riso de todos.
Caímos na risada e logo todos trataram de conversar, titia contava cada novidade que não havia presenciado nesses meses sobre a Kathy, papai falava de suas viagens com meus irmãos e Isabella tagarelava como sempre.
Era como se toda a minha vida estivesse somente naquele cômodo, tudo que eu precisava estava ali. Meus amigos, minha família e meus dois grandes amores. Estava tudo finalmente no seus devidos lugares...
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AMOR BANDIDO | EM REVISÃO |
Разное[+18] VOLUME UM Ambos parecem um retrato mal-falado do que nunca poderia dar certo, ele é barulho, ela silêncio. Dizem que os opostos se atraem, mas isso não poderia estar mais errado, não é que eles se atraem, mas sim, que eles se completam. �...