CAPÍTULO 34

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PRISCILA NARRANDO

Já faz quase quatro horas que estou sentada nesse banco na recepção do hospital e até agora nenhuma notícia foi me dada, apenas sei que ele entrou no centro cirúrgico para tirar a bala que se acabou se alojando no tórax. Já era manhã sete e meia pra ser exata, havia acabado de ligar pra titia pedindo que trouxesse alguma roupa pra mim, já que a que estou além de inapropriada pro local chama atenção de quem chega, nada comir ainda e sinto bem pouca fome mas sei que preciso mim alimentar mas não irei sair daqui até que alguma notícia seja me dada, eu preciso ver-lo e conferi se ele realmente está bem.

Sou tirada dos meus pensamentos ao ver a enfermeira se aproximar chamando pelo acompanhante e dou um pulo da cadeira.

- Aqui, como ele está?!

- Ele já saiu do centro cirúrgico e seu estado é fora de perigo mas ainda se encontra desacordado por conta da anestesia.

- Posso ver-ló?

Ela assente e saímos andando até uma porta branca, adentramos a mesma e fomos até o final do corredor e entramos no quarto " 64" , assim que entro o vejo ali deitado desacordado, seu rosto estava pálido e havia curativos na sua perna e barriga. Me aproximo em passos lentos e seguro em sua mão beijo a mesma que continuava quente como sempre.

Encosto minha cabeça em seu braço e por um momento passa todo um filme em minha cabeça onde nós éramos os atores principais em tudo que vivemos em tão pouco tempo e tudo que ainda iremos viver, mas pra isso ele teria que mudar, sair dessa vida. Não poderíamos viver assim, a qualquer momento essa criança irá nascer e ter que conviver nessa vida em que o pai leva, sendo odiado por muitos e todos querendo sua cabeça. Sim eu sei que o conheci assim, mas todos nós precisamos fazer mudanças em nossas vidas ainda mais quando é para nossa melhora.

**
- Minha querida, vá trocar de roupa e comer algo você precisa se alimentar. - Titia insistia pela sétima vez.

Já faz uma hora que titia está aqui insistindo para que eu coma e ela estava certa mas não queria sair daqui antes de ver-ló acordado.

-Nao irei deixar-lo sozinho aqui. O

- Pode ir eu ficarei com ele. - Depois de muita insistênciancia resolvo por fim ir trocar de roupa e comer algo, realmente precisava disso.

Vou até o banheiro, troco de roupa pondo a que estava vestida dentro do saco, lavo meu rosto pra tirar aquela cara de choro mas não adiantou muita coisa. Re faço meu cabelo em um coque desajeitado e saio pra vendinha que havia na entrada do hospital para comer algo.

Como um pastel de forno e me dou por satisfeita, pago a moça da vendinha e volto novamente pro hospital, bebo um copo de água e vou andando de volta pra aquele quarto, o mesmo havia apenas uma televisão,uma poltrona e a cama do paciente naquele cubículo que chamam de quarto.

- Obrigada titia ! - Digo assim que entro e olho novamente pra ele que continuava do mesmo jeito que havia deixado e ela assente apenas com um sorriso.

Ficamos conversando baixinho sobre coisas aleatórias, e já estava agoniada por não ter nenhuma reação do mesmo aquilo me deixava em uma angústia e preocupação terrível.

- Você realmente gosta dele. - Titia diz depois de um tempo em silêncio.

- Muito. - Digo apenas..

- Você precisa dormir.

- Estou tão mal assim?! - Sorrio e ela assente.

Já eram três e meia da tarde quando titia foi pra casa, JL se ofereceu em ficar em meu lugar mas recusei não sairia daqui nem a pau. Estava morrendo de sono não havia pregado o olho o dia inteiro e nem conseguiria. Ponho o fone de ouvido e fico ouvindo algumas músicas para distrair e mal percebo quando acabo cochilando.

Desperto com o barulho irritante daquele aparelho, cocei os olhos e me levantei em um pulo ao lembrar onde estava olho pro Felipe e ele se batia na cama meus olhos se arregalaram e o medo voltou a tomar conta de mim, o aparelho apitava cada vez mas rápido e sair da sala a procura de ajuda, foi quando o médico responsável apareceu com alguns enfermeiros.

- Senhora! Tem que sair daqui! - Um dos enfermeiros me puxavam pro lado de fora enquanto tentava debater contra isso.

- Não por favor!! Me deixe ficar - Grito em vão olho de relance pra aquele aparelho e vejo os números e as linhas abaixando de forma rápida e me desespero, mas nada consigo ver mais.

As portas são fechadas e dois enfermeiros haviam me colocado pra fora impedindo minha passagem de entrar, um desespero tomou conta de mim e aquele medo me veio novamente à tona. Porque meu Deus justo comigo ?!

-Senhora! Tome aqui esse calmante. - Uma enfermeira baixinha da cor negra, aparentava ter seus trinta anos me oferecia gentilmente.

Deixei com que meu corpo escorregasse pela parede que havia atrás de mim, me sentando no chão, eu só sabia chorar e pedir a Deus que o pior não vinhesse acontecer, eu não suportaria.

Minhas pernas estavam bambas e todo meu corpo permanecia frio, aceitei aquele remédio e logo ela sumiu de minha vista. Eu queria entrar naquela sala e poder salvar-ló. Logo agora que tudo estava indo bem se ajeitando, quando tudo parecia que estava caminhando para a minha felicidade. Porque meu Deus ?! Porque comigo ?!

"Deus por favor vem logo me ajudar
E trás o teu amor pra consolar
Eu tô sofrendo tanto, eu tô chorando tanto " - Chininha e Príncipe- A Deus

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Meu coração está em pedaços com esse capítulo, e mais fortes emoções iram vim por aí...

Eu amo ver o comentário de vocês, muito obrigada pelo incentivos eu tenho as melhores leitoras ❤❤💛
Não esqueçam de fortalecer com o like, e comentem o que estão achando da história tá bom ?! Será um capítulo por dia e acreditem é bem dificil controlar a ansiedade de não postar todos tudo de uma vez rs. Mas por hoje é só

AMOR BANDIDO | EM REVISÃO |Onde histórias criam vida. Descubra agora