Capítulo Nove - Diversão de Vestido

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Capítulo Nove — Diversão de Vestido


Alice K. Hildebrand


Meu telefone de mesa começa a tocar, tirando-me do meu trabalho.

─ Sim? ─ Atendo sem nem mesmo ver quem é.

Alice, sou eu, Sebastian.

─ Ah, oi. Algum problema? ─ Questiono surpresa com a ligação.

Não. Está tudo bem. Eu só me esqueci de perguntar se você vai à casa dos meus pais hoje. Ele diz com um tom de voz envergonhado, e suponho que ele tenha se esquecido de fazer o primeiro convite.

─ Bom... Eu não estava sabendo.

Eu me esqueci de avisar, na verdade. Desculpe-me. Só ando com a cabeça atolada de problemas... Suspira pesadamente, mas continua: Eles estão comemorando aniversário de casamento hoje, mas não poderão fazer festa. Então, para não passar em branco, resolveram fazer um jantar íntimo. Apenas família e alguns amigos. E eu disse que falaria com você, mas acabei me esquecendo... Diz em tom de desculpas.

─ Sem problemas, Sebs. ─ Conforto-o. ─ Eles vão comemorar na sexta-feira? ─ Estranho. Eles sempre fazem seus eventos no sábado.

Não! Eles apenas não querem passar em branco. Você conhece minha mãe. Sei que ele revirou os olhos. Acontece sempre que ele diz algo óbvio. Ela está preparando uma grande festa. Daqui a dois sábados. Neste fim de semana eles vão viajar... Você já sabe o resto.

─ Hm. Claro. Eu vou sim. ─ Afirmo um tanto aliviada por não ter os meus planos do final de semana desmanchados.

Ótimo! Às dezenove horas e trinta minutos. Na casa deles. Ele informa feliz.

Nos despedimos, e desligamos.

Esta é uma das características do meu primo: Ele diz as horas corretamente, contando os minutos exatamente. E é super pontual. Mas isso já é algo de família, com exceção de Elena.

Volto para os meus documentos, e fico analisando-os atentamente. Quando termino a primeira pilha, vejo o relógio: 16h 27min.

Família... Jantar... Casamento... Aniversário... Droga! Preciso de um presente! Não posso me ocupar com isso agora.

Internet! Santa internet.

Abro o navegador, e entro no site de uma das minhas lojas. É uma loja que vende artigos decorativos para casas. Comprei a loja apenas porque daria um lucro enorme, ajudaria em algumas coisas da empresa, e por que eu queria tirar tudo do antigo dono golpista ─ Ele tentou me passar para trás uma vez, quando eu estava em meu segundo semestre na administração da empresa. Quando ele estava crente de que tinha tudo ganho, eu puxei o seu tapete: já era dona da maior parte das ações, e comecei a "quebrar" a loja, até que ele se rendeu e me vendeu as ações restantes a preço de banana. Foi um negócio difícil, mas assim que consegui a posse das ações, a loja reergueu muito rapidamente. Foi uma das minhas primeiras aquisições extras, e uma das melhores.

Se existe uma coisa que dá dinheiro fácil, é loja para mulher fútil, com quadros estranhos, decorações, vasos, tapetes, sofás... Elas compram sem nem verem o que estão fazendo. E minha tia é uma dessas pessoas. Ela é uma boa pessoa, ama meu tio, é uma boa mãe... Não me entenda mal, mas ela é fútil, eu não posso negar a realidade. E ela adora essas coisas para casas. Quanto mais vasos, quadros, lustres ou sei lá mais o que ela tiver, mais feliz ela fica. É difícil de entender. Mas este estado de futilidade é ótimo, pois é mais fácil de saber com o que presentear a pessoa. Em dez minutos já tinha achado o que queria: um vaso feio caríssimo ─ levando em conta seu design ─, mas que sabia que era o que ela queria ─ olá, funcionários observadores! ─ e um quadro bonito. Liguei na loja, e mandei entregar na minha sala em meia hora.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora