Capítulo Um — A Ocasião faz a força e os verdadeiros guerreiros
Alice K. Hildebrand
Um ano depois
Bel German – Alemanha
Durante toda a minha vida, eu ouvi dizer que "A união faz a força". Essa é a maior besteira que alguém pode me dizer.
Aos 20 anos testemunhei a crise na empresa familiar por causa de desvios nos cofres. Pouco tempo depois, no dia 15 de novembro de 2012, início dos meus 21 anos, eu presenciei e vivi o maior problema de todos: a falência da empresa da nossa família. Nada que um bom administrador, contador e o exército empresarial todo não resolvessem, mas o principal de tudo é que a origem do problema vinha direto da família: Meu tio Yan Kovalenko desviava, havia anos, pequenas fortunas do caixa da empresa. Dois anos antes da declaração de falência, as suspeitas de desvio de dinheiro eram altas e notáveis, mas meu pai controlou tudo fácil e rápido demais com a ajuda do Yan. E a sua desatenção ao desviar o dinheiro, e sua falta de disfarce na "ajuda", nos levaram rapidamente ao verdadeiro culpado.
No final de janeiro do ano seguinte, papai sofreu um infarto, devido a decepção e preocupação com a empresa que levou a vida toda para construir. Ele foi afastado de tudo o que envolvia os negócios para evitar algo pior, e me deixou encarregada do comando da empresa e suas filiais. Eu era apenas uma garotinha de 22 anos, prestes a me formar em Arquitetura, e estava estagiando como secretária na empresa do meu pai, auxiliando em pequenos projetos e, de repente, eu me vi como "A Chefona Solitária" da corporação.
Eu sempre fui uma aluna acima da média, me esforçava para tirar boas notas, me dava bem na faculdade. Não era nenhum gênio, mas sempre me mantive focada nos meus objetivos, sempre soube o que queria para minha vida, e então me vi momentaneamente perdida e despreparada, tendo que cuidar das partes administrativas da empresa que estava falindo!
Não vou mentir e dizer que foi moleza, e que tudo ocorreu às mil maravilhas, nem que consegui recuperar a empresa em um piscar de olhos. Confesso que tudo beirava o impossível em grande parte das vezes, e me vi ao ponto da loucura em várias outras. Mas não me deixei fraquejar. Passei vários dias sem dormir, e quando dormia, eu sonhava com os processos administrativos que poderiam me ajudar a colocar a empresa de volta nos trilhos. Sempre que estava ao ponto de desistir, eu falava comigo mesma para recobrar o controle, e depois de um tempo nessa vida, passei a recorrer à frieza. E foi essa frieza, junto à determinação, devoção, e minha natureza calculista, que me auxiliaram na recuperação do império da família.
Em apenas dois anos consegui estabilizar a empresa, e deixá-la como uma das 10 maiores da Alemanha, e em mais dois anos de trabalho árduo, consegui deixar a empresa no Top 10 Global. SOZINHA.
E aí chega o ponto de discussão: A união não faz a força.
Tenho como lema pessoal "A Ocasião faz a força e os verdadeiros guerreiros".
Após a traição do irmão, mamãe se sentia tão culpada que adoeceu, e piorou seu estado quando papai sofreu o infarto. Eu perdi uma mãe amorosa e um pai dedicado para esta "Ocasião". Eu me senti abandonada com o peso do mundo nos ombros.
Para se "redimir", mamãe passou a se dedicar cada vez mais ao papai. Ela se negava a olhar para os lados. Seu mundo virou Heiko Hildebrand. Ela ordenava a todos os empregados da casa e aos amigos o que deveria ser feito para o bem estar de papai. Coisas simples do dia-a-dia viraram motivos de discussão, e levaram vários empregados para a rua. Era estritamente proibido tocar a campainha ou bater na porta de casa em horários que ela mesma determinou. As refeições deveriam seguir um cardápio que ela mesma montou com o auxílio de uma nutricionista, nos horários determinados, sem atraso. Assuntos da empresa eram tabus. Em uma das raras vezes em que perguntei algo sobre um dos patrocinadores, ela brigou comigo ao ponto de gritar e quebrar vasos de porcelana. Resumindo: Ela virou uma neurótica.
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Efeito Alice
RomanceDois mundos completamente diferentes. Dois sonhos que se igualam. Duas vidas que se entrelaçam. Ela: um ídolo para ele. Ele: um Garoto doce. Adam veio de muito longe, em busca de uma nova chance para dar à sua família uma vida melhor. Depois de vi...