Capítulo Vinte e Um - Quando o começo se parece com o fim

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Capítulo Vinte e Um - Quando o começo se parece com o fim

Adam Beaumont


- Bom dia! - Elena praticamente grita assim que eu abro a porta da minha casa, no sábado de manhã.

- Hm... Oi?

Eu fico encarando-a por alguns segundos, até voltar a piscar novamente.

O que Elena faz à minha porta, às oito horas da manhã de um sábado?

- Você é tão bonitinho assim, com a cara amassada por causa do sono! - Ela sorri inocentemente. Até seu olhar cair para meu peitoral despido. O sorriso sacana que dá em seguida é inacreditável. - E esse tanquinho... Me deu vontade de lavar a roupa!

Ela acabou de morder o lábio inferior? Ela está sorrindo sedutoramente?

Menina doida! Não me olhe assim!

E é agora que o meu desconforto aumenta de vez:

- Elena... - Minha voz em alerta se mistura à outra voz feminina, e logo meu olhar se dirige à mulher atrás de Elena.

Alice? Alice está aqui, de verdade?

- Algum problema, prima? - A voz irônica de Elena se faz ouvir, mas não a olho.

Céus! O que está acontecendo na porta da minha casa?

- Me diga você, caso queira ter mais. - O olhar sério que Alice dá para Elena me dá vontade de rir, mesmo sem entender nada.

- Você não é nada engraçada. - Elena bufa e passa por mim, entrando em minha casa sem se importar com a permissão.

- A cada dia, mais abusada! - Alice resmunga antes de voltar a me olhar. Sua expressão irritada logo se transforma em uma sorridente. - Olá, Garoto.

-... O-oi, A-a-a-lice.

Por que sou tão retardado? Não me livro desse nervosismo nunca?

- Pensei já termos passado da fase da timidez, Adam. - Percebo que ela se segura para não rir.

- É bem legal da sua parte não rir de mim, mas não se preocupe... - Eu não contenho um suspiro frustrado.

Alice na minha casa, sábado de manhã, com a prima dela... Quer dizer que ela vai ter que entrar, ver a bagunça da minha casa descuidada, ver como é tudo desprovido de luxo; não tenho muita coisa para oferecer, já que hoje seria o dia das compras; e para completar a minha situação: fui acordado pelo som da campainha e ainda atendi à porta estando vestido apenas com uma calça cinza de moletom. Sem camisa!

- Eu não vou rir de você, Adam! Nunca! - Sua voz soa ofendida.

- Eu não quis ofendê-la, Mon Amour. - Eu digo suavemente e puxo-a para mim. Descanso um braço ao redor da sua cintura, e com a mão livre seguro seu rosto avermelhado para beijá-la brevemente nos lábios. - Eu não sabia que viriam.

- Eu pedi uma ajuda para Elena ontem à noite. Ela teimou para vir hoje cedo, pois hoje à tarde ela terá que se arrumar para a festa. - Ela suspira, cansada.

- Ajuda? Para quê? - Eu pergunto, ainda sem entender nada do que está acontecendo.

Alice ri baixinho, fica nas pontas dos pés, me beija rapidamente, e me puxa para dentro da minha casa.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora