Capítulo Dois - As Aparências Enganam

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Capítulo Dois — As Aparências Enganam

Adam Beaumont



Alice está saindo de uma sala com portas enormes, deixando-a com um ar ainda mais imponente, de um ser intocável, mesmo estando distraída com alguns papéis em suas mãos. Quando seu rosto se levanta e seus olhos encontram os meus, de repente desviar o olhar se torna uma tarefa muito difícil.

Ela, então, sorri. Um sorriso amplo, e capaz de fazer o mundo parar. Tão linda!

...E tão cedo este contato começou, acabou.

— Olha quem resolveu aparecer! — O homem ruivo exclama sorridente.

— Oi, Lice. — Elena diz com timidez, me deixando surpreso por vê-la mais contida.

— Você está muito bem, menina. — Alice sorri novamente, porém mais contida dessa vez. Sua voz é melodiosa, agradável de ouvir. — Como você está? Como foi a viagem?

— Foi maravilhosa, Alice! Foi um sonho! ─ A garota diz deslumbrada. — Você deveria ter visto! Você adoraria!

— Claro. — Seu sorriso diminui um pouco. — Fico feliz que tenha gostado. Mas isso não impede a bronca que você vai levar. — Seu tom de voz é sério, e ao mesmo tempo calmo.

— Do que está falando? — Elena pergunta, claramente tentando fugir do assunto.

— Bruxelas, talvez? E Amsterdã? Ah, e talvez Praga? Quer que eu continue? — Sarcasmo escorre de sua voz enquanto encara a prima, surpreendendo-me.

Eu sempre pensei que ela fosse séria, calma, e gentil... Ledo engano.

— Lice, agora não é hora, e nem lugar pra isso. — O ruivo opina calmamente. — Minha irmã acabou de chegar, você acabou de sair de um trabalho desgastante. Depois vocês discutem.

Olho para Elena, que está cabisbaixa e envergonhada.

— Eu não vou discutir nada, Sebastian. Elena vai me escutar. Não estou nada satisfeita com o que aconteceu. — Diz em tom frio, surpreendendo-me mais uma vez. Ela claramente é bem diferente do que eu via nas TVs e propagandas.

— Me desculpa, Alice. De verdade. — Elena pede, com a voz num fio.

— Mais tarde, Elena. — Ela suspira pesadamente, e fica com aquela face impenetrável que só os caras de negócios possuem. — Algo me diz que a senhorita não está aqui para ver o seu irmão, nem a empresa, e muito menos a mim.

— É... Você está certa. — Diz desconfortável. Seu rosto está vermelho como um pimentão. — Eu vim te pedir um favor, na verdade. — Completa, fazendo Alice dar uma risada sem humor.

— É claro. — Diz baixinho, e depois diz em comando: — Minha sala. Agora.

E assim o momento que deveria ser maravilhoso para mim, foi por água abaixo.

Eu sempre imaginei como seria conhecer a Alice. Já faz alguns anos que eu a tenho como a um ídolo. Sua imagem favorece: Ela é bonita de verdade. Os seus olhos verdes são intensos; Seu sorriso é aberto, com dentes perfeitos; Alice é carismática ao mesmo tempo em que consegue ser séria. É forte e emana poder. E tem um corpo que parece ser distribuído perfeitamente pelo seu pequeno tamanho. Ela tem uma altura mediana. Seu tom de pele é muito claro, como se não visse o sol há muito tempo. Seu modo de andar é excitante. Ela é leve em seus movimentos, mas ao mesmo tempo ela é firme e decidida. Completamente sexy. E ela é um ícone no mundo que eu admiro, e me esforço tanto para fazer parte. Ela é um exemplo para todo aspirante a arquiteto que se preze.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora