Capítulo Sessenta e Nove - No Qual Alice Não Cria Expectativas

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Capítulo Sessenta e Nove - No Qual Alice Não Cria Expectativas

Alice K. Hildebrand

- Para onde iremos agora, senhora? - Travis me olha pelo retrovisor.

- Buscar o Adam na faculdade. - Digo somente e volto a atenção à tela rachada do meu telefone.

Céus! É tão irritante olhar para este pedaço de vidro quebrado num lugar tão inoportuno! Há dias preciso lidar com isso, sem tempo de ao menos pesquisar um lugar que a conserte.

Talvez eu deva aproveitar a manhã de folga para resolver isso, assim como para resolver sobre o carro... Eu sei que o seguro irá cobrir o conserto, acabei de resolver esta parte, mas... Não acredito que seja um bom negócio manter um carro todo remendado. Eu nem mesmo preciso disso! É mais fácil e rápido eu comprar um carro novo, e nem é como se eu estivesse precisando urgentemente deste carro em questão... Aliás, este carro destruído no acidente já estava velho. Três anos é bastante tempo para um carro... Já está na hora de renovar.

Com certeza não passarei sufoco na busca por um carro novo. E o Adam poderá me ajudar na escolha.

Tendo isto em mente, eu ligo ao Anthony e peço para que ele segure as pontas na empresa por toda a manhã enquanto eu estiver fora.

Decido, também, enquanto o carro percorre com lentidão o longo caminho até a faculdade, que precisaremos fazer uma pausa para comer mais alguma coisa. Passar o início da manhã no trânsito caótico de Bel German e resolvendo as bobeiras do seguro do carro tomou grande parte do meu tempo e da minha pouca energia. O café da manhã foi pouco e eu preciso de mais energia, e sei que o Adam não está tão diferente de mim.

Outro ponto positivo em precisarmos parar em algum lugar para nos alimentar é que eu poderei expor os meus planos ao meu namorado, sem ninguém para ouvir o que falarmos. Eu conheço o Adam, sei que ele achará estranho e achará que tem a ver com o "acidente" de dois dias atrás. Embora este fato tenha relação com a minha nova aquisição, não é o único motivo.

Um toque agudo soa no meu celular, o aviso de uma mensagem, e vendo o nome do Adam piscando ali, na odiada tela rachada, eu penso no quanto a nossa conexão é forte.

***

AB: Você disse que já estava chegando, mas já se passaram vinte minutos. Está tudo bem aí?

Você sabe que eu fico preocupado...

***

Adam é carinhoso até por mensagem... Meu peito aperta com essa vontade louca de abraçá-lo e beijá-lo agora.

Infelizmente terei que expulsar essa vontade para longe, por enquanto, e agir agora como uma pessoa normal e controlada.

Merda.

***

AH: Estou chegando, Garoto. O trânsito não está muito bom.

Eu tirei a manhã de folga porque ainda preciso resolver algumas coisas na rua... Alguma sugestão de onde poderemos comer o nosso segundo café da manhã?

***

AB: Vamos para casa. Temos muitas coisas boas para fazer lá...

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