Capítulo Setenta e Cinco - A Melhor Sensação

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Aviso: Leiam as notas finais, por favor!


Capítulo Setenta e Cinco — A Melhor Sensação


Adam Beaumont

Essa talvez não tenha sido a semana mais intensa ou cheia de novidades que eu já vivi, afinal, com 23 anos de idade e tendo viajado bastante e passado por maus bocados várias vezes, é de se esperar que muitas coisas inusitadas tenham me acontecido. Ainda assim, certamente esta foi uma das mais memoráveis, no melhor dos sentidos, e a que trouxe um dos melhores acontecimentos da minha vida, pois não é todo dia que ficamos noivos da pessoa que amamos. Também não é todo dia que começamos a trabalhar em conjunto com a pessoa que amamos, que, não obstante, é um dos maiores nomes da sua área ultimamente. E, ainda, o trabalho é na nossa futura casa!

Sim, foi uma semana produtiva e maravilhosa! Ficará eternizada em minha memória enquanto eu viver, eu tenho certeza.

Desde que fizemos o pedido de casamento, estamos mais leves, unidos, cúmplices, inabaláveis. Alice é a perfeita definição de calma e felicidade, tanto que o seu bom humor resultou em um considerável reajuste nos salários dos seus funcionários; Alice também passou a ser mais tranquila com os seus funcionários, que passaram a ser mais abertos. Se antes ela era vista como uma boa chefe, agora ela passou a ser a grande líder de todos e o clima na empresa nunca esteve melhor. Tudo isso em apenas três dias!

O meu humor não está tão diferente do dela, a diferença é que eu sou mais transparente e não consigo me esconder tão facilmente quanto Alice o faz quando necessário.

Há alguns minutos, quando ainda estávamos reunidos com os amigos na boate, nem mesmo o desentendimento do Aaron com a Julie foi capaz de nos abalar. Alice disse, naquele momento, que não iria se intrometer porque odeia a sua versão que se preocupa com a vida amorosa dos outros, mesmo que estes "outros" sejam seus amigos. Segundo ela, ainda, a vida é uma coisa particular demais para que alguém dê palpites, e, no fim das contas, cabe a cada um resolver os próprios problemas amorosos da maneira como melhor lhe convier, além, é claro, de ter o próprio relacionamento para cuidar.

Foi isso o que ela alegou, também, quando me arrastou para os fundos da boate para fazermos coisas de adultos. Eu quase cedi e nos deixei avançar o limite, é verdade, afinal, é uma mistura de prazer com adrenalina por fazer algo proibido, mas consegui frear os avanços quando mais pessoas se aproximaram de onde estávamos. Coincidentemente, ou não, dois casais chegaram ao mesmo local e, para me mostrar que o meu pudor era injustificável ali, começaram as próprias indecências, porém sem a menor preocupação em ir com calma.

Alice e eu rimos, na hora, pois a minha vergonha era grande demais por presenciar algo que deveria ser íntimo, e Alice teve tato o bastante para me rebocar dali, já que eu estava incapaz de fazer alguma coisa racional.

Quando nós dois voltamos à multidão histérica pelo show, eu comecei a me arrepender por não ter ido adiante com Alice lá nos fundos. Não acredito que eu conseguiria fazer mais com outras pessoas por perto, mas... Poderíamos ter permanecido por lá. Nós dois terminamos frustrados, mas ardentes por mais, por ter o desejo sanado.

Conforme eu externava as minhas vontades à beira do ouvido de Alice, ela ficava tensa e pressionava-se a mim. Chegamos ao ponto de sair do show ainda inacabado sem dar justificativa alguma além de um "Estamos de saída".

Alice me puxou para o carro em meio a tropeços e risadas, me empurrou para o banco do carona e não fomos muito longe; ela parou o carro em uma estrada vazia e ali, no escuro de um bosque e de uma rodovia deserta, no banco de carona, nós nos rendemos ao desejo que nos consumia.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora