Efeito Alice

Capítulo Trinta e Três - "A Conversa"

Aviso: Gente, leiam as notas finais, por favor! E aproveitem bastante o cap monstro! hueheuheuhe

Capítulo Trinta e Três — "A Conversa"

Adam Beaumont

O barulho parece o de algo prestes a desabar.

O barulho ecoa com força na minha cabeça.

É como se houvesse um peso martelando dentro da cabeça.

Eu tento ignorar. Meus olhos, pesados e doloridos por conta do sono, se recusam a abrir. Eles apenas imploram por mais tempo fechados.

Mas o barulho continua insistente e forte demais, e é impossível ignorar por mais tempo.

Meus olhos se abrem, totalmente recuperados e despertos.

O barulho, que tanto perturba, vem da porta da minha casa.

De repente assustado pela suposta visita inesperada e inconveniente nesta hora tão inoportuna, eu me levanto em um pulo da cama quente e confortável.

Corro até a sala e, ignorando o olho mágico, eu a destranco. A confusão se apodera de mim quando vejo um Aaron totalmente sorridente e disposto com uma jaqueta de couro marrom nos ombros parado apoiado com seu jeito cheio de marra ali, no batente, sem se mostrar ao menos um pouco envergonhado pela sua visita tão cedo.

— Olá, Garoto! — Seu sorriso aumenta diante da minha confusão e, obviamente, da minha cara de quem acabou de ser acordado de um sono proveitoso.

— Aaron? — Minha surpresa e o desentendimento por tê-lo aqui, agora, não me deixam pensar em nada.

— O único! Em carne e músculos. — Seu sorriso aumenta e ele começa a entrar na minha casa, sem se preocupar com o convite que não recebeu.

Alguns passos adiante, na sala, ele se joga largado no sofá e continua a me olhar com deboche.

— Hm... Não é por nada, mas... O que você está fazendo aqui? — Fecho a porta atrás de mim e permaneço em pé, de olhos bem atentos a ele.

Ele ri e responde com naturalidade:

— Eu estava por perto e lembrei que você mora aqui e que estamos com uma conversa pendente e, também me lembrando do dia que é hoje, eu pensei que uma visita viria a calhar. — Pisca um olho.

— Dia? Visita? Por perto? Conversa? — Solto tudo de forma desconexa. Estou em um misto de irritação, confusão, mais irritação e descrença. — Não são nem seis horas da manhã! — Digo, deixando transparecer a minha indignação.

Sem se afetar, Aaron ri, cruza as pernas e estica os braços sobre as costas do sofá desgastado.

— Sim. Isso me lembra de que estamos perto do café da manhã. Não vai me oferecer nada para comer? Minha noite foi exaustiva. Estou faminto! — Sua pergunta é carregada de ironia devido ao meu estado longe do normal.

— Aaron, eu sequer acordei, ainda, que dirá ter comprado ou feito algo para o café. — Suspiro e me largo na poltrona vaga.

Para variar, ele ri mais ainda, se divertindo às minhas custas.

— O que você está fazendo aqui, hein? — Torno a perguntar.

— Resumindo, para não entrar em assuntos de indecência com você: eu estou saindo com uma garota que mora no prédio ao lado, e passei a noite aqui com ela. Aquela mesma garota da festa dos tios de Alice, e sim: estou há muito tempo, com ela... Mas já estou me cansando. Estou fugindo antes do amanhecer para evitar muita conversa desnecessária antes do trabalho. Não estou no clima, sabe? E então um sino de Natal bateu no fundo da minha cabeça inteligente e eu lembrei que você mora aqui. Resolvi fazer uma visita para termos aquela conversa de homens que você vem adiando há semanas! — Ele termina de dizer com suposta seriedade, mas o brilho no olhar não resta dúvidas quanto ao seu humor perverso.