Capítulo Cinquenta e Seis - Até O Sol Nascer

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Aviso: Leiam as notas finais, por favor!

E boa leitura!


Capítulo Cinquenta e Seis - Até o Sol nascer

Adam Beaumont

- Aquilo eu gostei de ver, Dona Jacqueline! - Eu digo à mamãe logo após Alice entrar no seu carro. - Estou orgulhoso de você!

Minhas palavras são sinceras, mas ainda assim adoto um tom exagerado de êxtase, pois sei que irá diverti-la.

- Oras, seu moleque! Até parece que você é meu pai. - Ela resmunga, sem esconder o brilho de diversão no olhar.

E eu me empertigo todo, entrando no papel de filho metido e orgulhoso.

- Eu disse que iria tentar... - Ela murmura e eu ergo uma sobrancelha. Mamãe me conhece bem e sabe o que o meu gesto e o meu olhar querem dizer: que ela não tentou nada até então. - Eu estava um pouco resistente, é verdade, mas agora eu estou começando a ver que ela pode ser uma boa moça.

Eu não consigo evitar o riso.

- Gostei de ouvir isto também, mamãe! - Agora não mascaro o orgulho na minha voz. Passo meus braços ao redor do seu ombro em um forte abraço. - E ela é uma boa moça sim. Venha, vamos entrar.

- E ela o ama e o faz feliz. - Ela conclui com um suspiro.

Mesmo dentro de casa, sob o meu braço e abraçada à minha cintura, mamãe não abandona o assunto. Ao que parece, agora que aceitou Alice e abaixou a guarda, mamãe se sente à vontade para conversar e ouvir sobre mim e Alice.

Antes, para mamãe admitir sobre os sentimentos de Alice por mim, era tão difícil quanto andar sobre lava. Ainda continua difícil, mas não tanto... Agora ela possui um princípio de aceitação, e isto é reconfortante.

Ainda há um longo caminho para nós, mas este pouco que ela conseguiu aceitar me traz um imenso alívio. Ela não é tão insensível quando se diz respeito à Alice, afinal.

- Sim... Mamãe, você finalmente entender e aceitar me deixa muito feliz! - Eu a aperto mais nos meus braços.

Um barulho parecido a um riso sufocado sai da boca da minha mãe.

- Ela é bem esperta... Ganhou os meus filhos para poder me comprar. - Ela bufa. Seu tom amargo não é verdadeiro, no entanto. Há uma espécie de satisfação muito bem oculta ali.

- Já eu acho que eles ganharam a Alice antes que ela pudesse se dar conta. - Comento.

É verdade. Alice se apegou aos meus irmãos logo no começo.

- Sobre o que estão conversando? - Vincent questiona, receoso.

Eu não sou o único com medo da mamãe com relação à Alice, afinal.

- Eu não ensinei os meus filhos a serem curiosos. - Mamãe desconversa e abana a mão.

Vincent ergue as mãos em rendição.

- Não está mais aqui quem perguntou. - Ele dá o seu riso maroto e volta ao quarto.

Eu tenho vontade de contar tudo a ele, e é o que eu farei; no fim das contas, a mamãe não precisa saber...

- Você irá atrás para contar tudo a ele. - Mamãe suspira. Ela parece um tanto insatisfeita, porém resignada.

Eu encolho os ombros e rio um som baixo. Ela nos conhece bem.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora