Capítulo Vinte e Nove - Para provar o ponto

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Capítulo Vinte e Nove - Para provar o ponto

Adam Beaumont

Antes que eu possa tirá-la totalmente, me vejo sendo bruscamente afastado de Alice, e tropeço para trás quando sinto algo forte e duro atingir meu rosto.

Merda. Dói.

E por que está tudo rodando?

Ouço um barulho alto, como um grito.

- Sebastian! - É a voz assustada de Alice.

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Sinto algo nas minhas costas, e o uso como apoio para me manter firme enquanto tento recobrar os sentidos.

Por que, de repente, tudo está preto?

Pisco inúmeras vezes, até que consigo recuperar, aos poucos, a visão.

Ouço vozes desconexas. Não consigo identificar nenhuma.

Vejo cacos de vidro e algum líquido escuro ao chão. Vejo um par de pés em sapatos caros pisando duramente em minha direção. E então outro par de pés em saltos altos aparece na frente do primeiro par.

- Pare com isso! Você ficou louco? - Alice grita enquanto se põe à frente do primo furioso.

Suas mãos pousam no peito dele enquanto tenta impedi-lo de avançar na minha direção.

- Louca ficou você! O que estava fazendo com o favelado desta forma? Tocando-te desta forma repulsiva... - Sebastian faz um som ultrajado, como se estivesse com nojo. Seus gestos são furiosos e nada contidos. - Você parecia uma qualquer, junto a esse aí. - Sua voz pinga desprezo, mas mal ele se calou, eu pude ouvir um barulho alto e estalado, como se fosse apenas uma palma.

É impressão minha, ou Alice acabou de desferir um tapa contra o rosto dele?

Mas não me importo. A raiva ainda queima as minhas veias por ouvi-lo falar daquela forma com ela, sobre ela.

- Você me chame da merda que quiser, mas nunca ofenda Alice na minha frente. - Eu avanço na sua frente, encarando-o de igual para igual, sem me intimidar por ele ser primo de Alice.

- E você, quem é? Um pobre que vive na merda. - Zomba com ódio. Em seu rosto há uma marca avermelhada no formato de uma mão. A mão de Alice. - Resolveu se prostituir agora, para se aproveitar da milionária solteirona? - Ele continua o teatro zombeteiro e fazendo gestos de desprezo com uma mão trêmula na direção de Alice, e passa a segurá-la violentamente no braço com a mão livre.

Alice arregala os olhos e tenta se soltar.

Agora vejo tudo vermelho.

Não existe Alice.

Não existe apartamento.

Não existe mesa de café da manhã.

Não existe a senhorinha que estava arrumando a mesa, mais cedo.

Só existe meu punho amaciando a cara do desgraçado que humilhou Alice na minha frente.

O primeiro soco sai de forma difícil, devido ao tempo sem prática. Os outros vêm facilmente e com ainda mais força, junto com meus gritos.

- Jamais fale assim de Alice novamente! Você me entendeu?

- Adam, solte-o! Ele já está apagado. - Alice grita desesperada e sinto-a pegar em meus braços. Congelo na hora.

Sinto braços mais fortes me tirarem de cima do ruivo caído no chão.

- Já chega, rapaz. - Ouço a voz conhecida falar enquanto me puxa. Eu vou, sem apresentar resistência.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora