Capítulo Trinta e Cinco - Efeito Adam

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Capítulo Trinta e Cinco - Efeito Adam


Alice K. Hildebrand


- Hey! - Chamo assim que abro a porta da casa do Adam.

Não foi surpresa, para mim, me deparar com Adam ainda desarrumado para o show do amigo. Conforme me disse pela ligação, ele acordou há menos de meia hora.

- Foi a conta de eu tomar meu banho e parecer um pouco decente. - Ele comenta, envergonhado, se referindo à sua bermuda e regata brancas.

- Hm... Você precisa de um pouco de descanso, Garoto. - Digo enquanto sigo-o para o seu quarto.

- Estou tranquilo. - Ele vira levemente a cabeça para trás enquanto fala. - É o suficiente... E de qualquer forma, vale a pena o esforço.

Não acredito no que diz. Adam é forte e determinado, mas não muda o fato de que ele está esgotado. Vejo nos seus olhos. E percebi, também, nos últimos dias...

... Pelo menos as suas férias estão chegando.

- Pois então escolha a sua roupa. - Aponto para o guarda roupa.

- E você pretende ficar aqui enquanto eu me troco? - Ele indaga sem disfarçar o alarme na sua voz.

Ele continua receoso e tímido. Mas não o recrimino por isto. Se fosse diferente, talvez Adam não tivesse despertado em mim o que eu sinto por ele desde o começo.

- Não. Vou ajudá-lo a escolher. - Aviso para tranquilizá-lo.

Ele me responde com um aberto sorriso branco. O sorriso que sempre faz o meu coração falhar uma batida.

- Então o que prefere que eu vista? - Adam me puxa pela mão para que eu fique à frente da porta aberta do guarda roupas.

E eu só preciso lhe dar uma resposta decente... Decente.

- Você realmente combinou com a roupa do sábado, na casa dos meus tios. - Provoco-o enquanto começo a vasculhar suas poucas roupas.

De início, nada me chama a atenção. Não há nada que ressalte o Adam.

Céus! Até parece que eu sou uma especialista em moda.

- Com exceção da jaqueta jeans, o resto era meio indecente, Alice. - Ele resmunga, envergonhado. - Não é algo que dê para usar sempre.

Às vezes me sinto malvada por provocá-lo tanto, mas é inevitável. Não que eu goste de vê-lo mal, mas sua face avermelhada, seu sorriso envergonhado e os seus olhos brilhantes são encantadores.

E é, também, o melhor jeito para fazê-lo se soltar mais, comigo, para fazê-lo se sentir mais à vontade comigo.

- Eu estava brincando. - Digo, enfim, ao retirar a jaqueta jeans do sábado de dentro do armário. - Não vou deixá-lo usar roupas reveladoras em lugares públicos. - Finjo arrogância, e jogo a jaqueta para ele, que a apanha ainda no ar. - E sem mencionar o frio que está fazendo. Você gostou dela. Sei disso. E ficou perfeita em você. Pode usá-la junto com esta blusa. - Entrego-lhe uma blusa preta com mangas compridas.

Bel German é uma cidade que faz frio o tempo todo e mais um pouco. São raros os dias em que podemos ficar um pouco livres de vestimentas pesadas. Então não chega a ser um exagero fazer Adam usar várias roupas de frio.

- Você me dá roupas indecentes, e depois quer ter ciúmes? - Ele ri de verdade. Um riso solto e divertido.

- Hmpf. Não é uma roupa de todo ruim. Ela o deixa ainda mais sexy. - Falo simplesmente, sem deixar transparecer nenhuma amostra de provocação.

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