Capítulo Vinte e Cinco - "... ao ar livre,..."...

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Capítulo Vinte e Cinco - "... ao ar livre, embaixo de uma árvore, com um rio ou riacho por perto, sentindo o vento bater no nosso rosto..."


Alice K. Hildebrand


Quando o relógio se aproximava da uma e meia da madrugada, nos despedimos de todos e minutos depois já estávamos no carro, indo embora.

- Meus pais gostaram de você. - Eu digo ao Adam quando estamos a caminho da estrada principal.

- Seu pai é bem simpático. É fácil conversar com ele. E não conversei com a sua mãe, mas ela foi bem gentil. - Ele diz enquanto passa o braço ao redor do meu ombro.

- Você soube conquistá-la ao não falar sobre nada estressante com o meu pai. E tenha a certeza de que em breve ela ligará querendo organizar o tal almoço.

- Eu devo me preocupar? - Adam me olha com o semblante preocupado.

- Não. Ela já gosta de você, Garoto. Você teria que fazer algo muito grave para que ela te reprovasse. - Ele sorri e acena com a cabeça; suspira e boceja tapando a boca com a mão.

- Para onde vamos, senhora? - Travis pergunta com seu ar profissional e com a sua usual provocação ao Adam, que cansado como está, nem percebe.

- Para a minha casa. - Eu digo simplesmente e Adam me olha com curiosidade.

Travis volta a sua atenção totalmente para a estrada. A sua irmã, Maysa, o acompanha no banco do passageiro.

- Você vai ficar na sua casa antes, é? - Adam pergunta, encostando a cabeça no meu ombro.

- Você pode passar a noite lá, se quiser. - Eu digo suavemente, mas o plano já está perfeitamente arquitetado na minha cabeça: Adam vai ficar na minha casa, hoje.

- Prefiro a minha própria casa, se não for incômodo. - Ele diz baixinho, me abraçando de lado.

Coitadinho. Ele está pingando de sono.

- Não é incômodo algum. Assim como não é incômodo você ficar na minha casa, hoje. Ela é até mais perto do que a sua. Chegaremos mais rápido, e mais rápido você estará dormindo.

- Hmm... Isso é chantagem. - Ele resmunga, com a barba rala roçando o meu pescoço.

Aah, com certeza!

- Não é, não. É preocupação. E sem falar que o seu bairro é perigoso, nessa hora. - Eu tento apelar para o lado racional.

Após alguns instantes, Adam replica:

- Eu não tenho roupa, lá. Não dá.

- Dá sim. Lá ficam algumas roupas para os meus novos seguranças. Você pode usar algumas, e amanhã cedo você terá roupas suas, à mão.

- Como?

- Eu peço para algum segurança ir buscar, se for o que quiser. - Eu respondo e começo a acariciar o seu pescoço.

Mais alguns instantes se passaram, até que Adam, enfim, suspirou e concordou.

- Só não abuse do meu corpo fraco e adormecido. - Ele brinca enquanto mordisca meu pescoço.

Eu rio baixinho e entro na brincadeira:

- Eu não prometo nada.

Adam ri suavemente, mas em poucos instantes ele já adormece com a cabeça no meu ombro e os braços ao meu redor. Ele suspira durante o sono, e o som é totalmente agradável. E é inexplicável como uma coisa tão simples possa me trazer uma sensação tão boa!

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