Capítulo Trinta e Seis - Dever cumprido

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Capítulo Trinta e Seis - Dever cumprido

Adam Beaumont


- Não foi um sacrifício tão grande ficar o show inteiro, não é? - Alice se dependura no meu ombro e fala próximo ao meu ouvido para ser ouvida por cima da música alta.

- Hm... Não foi mesmo. - Abraço a sua cintura, trazendo-a para ainda mais perto de mim. Enterro meu rosto no seu pescoço, onde o cheiro de perfume ainda é forte, mesmo agora, passadas três horas desde que chegamos.

- Adam! Para com isso! - Ela tenta me empurrar, mas não a solto. Eu a aperto mais forte, e beijo e mordo o seu pescoço. - É sério. Para! Eu estou toda suada. Eca!

Eu ergo meu rosto apenas para olhá-la nos olhos. E vejo que ela fala a sério.

- Você não está suada. Está cheirosa. E quente. - Digo, voltando a me aproximar dela.

Ela me impede de novo.

- Depois de tanta dança nestas últimas horas, eu te garanto que estou totalmente suada, e a última coisa que devo estar, agora, é cheirosa. O mesmo vale para você. - Ela ri, franzindo o nariz.

- Eu não estou cheirando mal... Estou? - Eu me afasto dela, tentando captar algum mau cheiro que possa vir de mim, mas está tudo normal, aparentemente.

- Tirando o cheiro daquela bebida estranha que você bebeu, você está perfeitamente normal. - Ela diz, voltando a tentar se afastar de mim. E, outra vez, eu a puxo de volta para mim.

- Dá para você, por favor, parar de se afastar de mim o tempo inteiro? - Peço, e tenho a leve impressão de ter soado um pouco exasperado. - Eu não bebi tanto... Três copos daquela bebida, apenas. Não é o suficiente para me deixar com cheiro de bebum. E eu nem dancei. Fiquei mais tempo olhando para você, do que dançando. Gosto de olhar para você...

- Mas é, também, o suficiente para não te deixar mais sóbrio e nem com o cheiro normal. Você nunca me chamaria de "quente" no seu estado normal. A bebida está impregnada em você. - Ela faz outra careta engraçada. - Mas seu rosto está corado... Pelo menos é o que parece, com essa luz doida. E o seu olhar está animado. Sem falar, também, que você está bem soltinho comigo. Ponto positivo de tudo isso. - Ela ri da minha cara, provavelmente porque eu estou indignado.

- Que evolução: De Garoto inocente e cheiroso, eu passei para bebum fedorento e pervertido. - Finjo reclamar.

Alice joga a cabeça para trás ao gargalhar.

- Eu não o chamei de pervertido! - Ela ri ainda mais. - Mas, se você quisesse sê-lo um pouco comigo, eu não iria achar ruim. - Ela se aproxima e murmura bem no meu ouvido e sinto meu corpo inteiro se arrepiar, e arrepio ainda mais quando ela morde o meu maxilar.

Céus! O que é isso?!

- Você definitivamente não está cheirando mal. Só está com um pouquinho do cheiro de álcool. Mas posso sobreviver a isto. - Ela, agora, morde o meu pescoço.

- Céus, Alice! Estamos em público! - Tento repreendê-la.

- Ai, Adam... - Ela ri baixinho e esfrega as unhas na minha nuca. Estremeço. - Você também precisa entender que estamos em público.

- Eu sei que estamos. - Resmungo de volta, e ela se esfrega em mim, como se estivesse repreendendo a minha fala.

Ooh! É isso que ela quis dizer...

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora