Capítulo Quarenta e Três - Quando se trata de Amizade e Reciprocidade

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Capítulo Quarenta e Três — Quando se trata de Amizade e Reciprocidade


Alice K. Hildebrand

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Aaron suspira e dá de ombros.

— Eu vou ser pai. Descobri há três dias e ainda não sei lidar com a ideia.

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É bem fato que algumas coisas chegam para abalar com as nossas estruturas, mesmo que tais coisas não se relacionem diretamente conosco.

Nós fomos pegos de guarda baixa e não sabemos o que falar; não sabemos o que pensar; não sabemos o que dizer...

— M-mas como? V-vo-cê... Ahn? — Adam está tão chocado que não consegue concluir o próprio pensamento, mas é uma reação melhor do que qualquer um conseguiu ter. E não deixa de ser uma prova do que eu acabei de pensar.

E foi o suficiente para deixar o Aaron um pouco mais leve.

— Oras, Garoto, não faz muito tempo que eu te dei uma breve aula teórica sobre o ato que pode gerar os bebês! — Ele dá o seu típico sorriso cretino, e estou recebendo tanta informação nos últimos minutos que a minha cabeça não consegue raciocinar corretamente.

Céus! Eu sinto como se o meu coração estivesse parando!

— Você já começou a praticar os meus ensinamentos?

— O Aaron fez o quê?! — Minha indignação sai um pouco mais alta do que o necessário quando olho para o Adam que, por sua vez, está com a cara tão vermelha que parece querer se enfiar em algum buraco e não sair mais.

Sua reação me dá a certeza de que o que eu ouvi não passa da verdade.

Céus! O Aaron quer desvirtuar o meu Garoto!

— Ooh... — Aaron começa a gargalhar quando se dá conta do que acontece entre mim e Adam. Qualquer vestígio da sua agonia vai embora quando o assunto é rir dos amigos.

— Espera. O que está acontecendo aqui? — Elena e Anthony trocam olhares desentendidos ao perguntarem em uníssono.

— Parece que o Aaron teve uma conversa adulta com o Adam... — Julie responde entre acanhada e divertida com a situação.

— Eu estou imaginando coisa ou você está querendo que o Adam avance o sinal com a minha filha, Aaron? — Meu pai questiona com o tom levemente irritado. Seus olhos fuzilam o meu amigo que ri com descaramento, sem se mostrar nem um pouco envergonhado.

Pelo visto eu e o meu pai somos os únicos indignados com isto, já que todos – inclusive a minha mãe – estão achando graça na situação.

Como é que viemos parar neste ponto?

— Querido, a Alice não é mais criança, e o Adam também não. Eles precisam começar a ir mais a sério com isso e planejar os nossos netos... — Minha mãe tenta suavizar o humor do meu pai, mas o efeito não é totalmente o esperado...

— Não! A minha menininha não precisa disso! E precisa tampouco de vocês se intrometendo na vida dela.

Céus! Meu pai está ficando roxo!

— Mas ela não é tão santinha assim... — Anthony sorri perverso, mas sua feição se torna sombria quando meu pai o encara.

Eu estou tão indignada que não consigo falar nada e quase me esqueço do que nos trouxe a esta conversa.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora